Trocadilhos
Vários foram os trocadilhos que já se escreveram com os títulos das músicas que integram o primeiro álbum do Diogo Piçarra. Resolvi brincar com as palavras e fazer um texto onde o «Espelho» estivesse igualmente representado.
Não me perco, ainda que seja breve a minha orientação de futuro; a minha consciência límpida do caminho que terei que seguir, sem receios. Porque as curvas que se estendem diante os meus passos são o reflexo fugaz da coragem que me assalta e desaparece sem deixar rasto. Preciso de um café curto que me traga novamente para o pedaço de chão familiar e constante, que rasguei quando optei por correr o mundo longe do que fui. Estou à margem do que nos espera. Dos sonhos que criei enquanto vivíamos de olhos fechados, amparados pela força inabalável que a nossa inocência carregava. É estranho termos sido tanto e agora sermos tão pouco. Um sopro seco, que se propaga no vazio das nossas mãos em separado. E essa breve agitação, essa brisa que transporta o passado, arrepia. Faz-me recuar. É um falso espelho da memória que preservo a custo. Uma realidade que invento e recrio quando me é conveniente, porque a dor da realidade que agora és sufoca-me. Prende-me a um mundo que desconheço e onde não quero viver. Tu e eu já fomos um só, sem perdermos a singularidade que tínhamos antes de cruzarmos ideais. Fomos. Não errei na conjugação. Fomos um casal perfeito até desfazermos os laços que nos uniam. E tudo aquilo que se tornou verdadeiro rapidamente ficou manchado pelas palavras cruéis que nos maltrataram até à exaustão. Quebramo-nos. Ferimo-nos. E o mais doloroso de tudo é que a intencionalidade dos atos estava bem visível. Como é que chegamos a este ponto de destruição? Por mais que procure por uma resposta plausível, nada justifica aquilo que fizemos um ao outro. Não te vou esquecer, sei-o bem. E mesmo que o tentasse fazer não seria possível. É que, apesar de todas as feridas, continuas a ser uma das partes mais bonitas da minha história. E sinto que lhe faltaram acrescentar vários parágrafos, contigo camuflado em cada palavra. Volta! Preciso que regressemos à imagem feliz e inquebrável que mantenho colada no meu Espelho-ilusão, para onde olho todas as noites antes de adormecer.
Por aqui há mesmo o dom da escrita. Bom domingo!
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Boa! :D
ResponderEliminarLindo um belo texto minha amiga.
ResponderEliminarGostei.
Um bom Domingo.
Como sempre adorei.
ResponderEliminarQuero ver um livro teu numa livraria :)
Beijinhos*
Que bonito texto. :) Gostei muito *
ResponderEliminarLindo :)
ResponderEliminarMinha tem o dom de traduzir em obra prima da poesia os seus pensamentos
ResponderEliminarUm texto formidável. Parabéns
Beijokas perfumadas
Voltar...Não. Não te vou esquecer também. Sei bem o mal que lhe fiz, e o que me causaste também.
ResponderEliminar?
EliminarParabéns pelo seu texto. É uma pequena peça literária de luxo. Para além disso, fez um magnífico trocadilho com a letra da canção.
ResponderEliminarAndreia, minha querida amiga, tenha um bom domingo e uma boa semana.
Um abraço.
Sim a vida é dura
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Para entender melhor a intertextualidade fui lá no youtube ouvir o cantor.
ResponderEliminarAdorei o seu texto.
beijogrande
Tens jeito para isso :)
ResponderEliminarBom domingo, beijinho!
Texto maravilhoso de se ler, Andreia beijos.
ResponderEliminarUm texto brilhante.
ResponderEliminarParabéns! :))
E como sempre o texto está demais!
ResponderEliminarBjxxx
O texto está maravilhoso.
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.pt/
Nem me vou dar ao trabalho de ler xD
ResponderEliminarPalavras para quê, Andreia?
ResponderEliminarFantástico! :)
Excelente texto! O Diogo ficará orgulhoso se algum dia o ler :)
ResponderEliminarAdorei esta ideia e o texto, para variar, está lindo!
ResponderEliminar:)