Entrelinhas #16
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Imagem retirada do google |
«O Estilete Assassino é um arrebatador bestseller internacional em que o destino da guerra assenta nas mãos de um espião, do seu adversário e de uma mulher corajosa».
Ken Follett não era um nome desconhecido quando decidi comprar O Estilete Assassino, uma vez que já tinha lido duas obras deste autor: O Preço do Dinheiro e O Terceiro Gémeo. Atendendo a que fiquei com uma opinião bastante positiva, não hesitei em escolher este, até porque a sinopse apresentou argumentos suficientes para captar a minha atenção. Como os outros dois livros são da edição de bolso, optei por trazer este no mesmo formato.
A leitura desta narrativa demorou um pouco mais, porque senti necessidade de introduzir outras pelo meio. No entanto, quando decidi reiniciá-la, por considerar que seria o mais justo, facilmente consegui relembrar-me da história. Os acontecimentos surgiam sem esforço, porque acabam por nos marcar de alguma forma. Em tempo de guerra, o cenário de vida dupla e espionagem torna-se uma constante. E descreve-nos o quanto um acidente altera por completo a vida de quem o sofre e as pessoas que lhe são diretamente próximas.
Alicerçado num contexto histórico verídico, as personagens são ficcionais, mas acrescentam imenso ao enredo. E é aqui que a natureza histórica se cruza com duas histórias de vida que se interligam, colocando à prova a integridade, os valores, as decisões pessoais. No fundo, é um livro que nos leva a refletir sobre a condição humana. E sobre aquilo que as pessoas são capazes de fazer para atingir determinados fins.
Com uma linguagem clara e acessível, o autor consegue prender o leitor desde a primeira palavra. O facto de conhecermos o desenrolar das situações através da perspetiva de algumas personagens pode parecer um pouco confuso inicialmente, mas entrando no ritmo é difícil querermos parar. Fortemente marcado por emoções que nos arrebatam, encontramos um pouco de tudo: traições, propostas aliciantes, morte, missões, uma família que se desfaz; necessidade de sobrevivência, insegurança/falta de confiança em terceiros; troca de informações falsas, fuga, golpes, segredos, mentiras, tortura, inteligência. E é num ambiente de caos que os sentimentos continuam a ganhar forma!
É curioso como a narrativa nos leva a simpatizar com o espião. Porque há uma série de peripécias e reviravoltas que nos aproximam desta personagem. Além disso, acabamos por sentir a frustração de determinados momentos, como se os vivenciássemos de perto. E o próprio nome do livro, por seu lado, não é ao acaso. Os momentos de tensão são, também, uma constante. Numa história onde os tempos difíceis se aliam a uma verdadeira caça ao homem, há segredos que rapidamente se desvendam. E é através de armadilhas que a falta de escrúpulos se torna cada vez mais evidente.
O Estilete Assassino joga bastante com as sensações, com as imagens que, inevitavelmente, formarmos e com a nossa própria moral, levantando questões que permanecem atuais e extremamente pertinentes. A guerra desperta o pior lado de cada um. E a ausência de remorsos intensifica-o!
Deixo-vos, agora, com algumas citações:
«Lucy gritou:
- David!
A lua apareceu de repente e eles avistaram o camião. Subia a encosta a passo de caracol, largando um fumo espesso, prateado ao luar, que saía do capô em forma de tromba. Lucy viu de relance o rosto do motorista e até o boné de pano e o bigode; o homem, aterrorizado, abriu a boca e deitou o pé ao travão» (p:53);
«O proprietário disse a Waldberg que voltasse às dez. Sugeriu-lhe que preenchesse o tempo a admirar a igreja da aldeia. Curiosamente, Waldberg voltou às dez horas em ponto e foi preso por dois polícias de bicicleta» (p:56);
«Levava a lanterna na mão esquerda, o estilete enfiado na manga e tinha a mão direita livre. Acendeu a lanterna e deitou a mão ao pescoço do homem adormecido como se fosse estrangulá-lo.
Os olhos do agente abriram-se de medo, mas o homem nem piou. Faber escarranchou-se em cima dele. Depois, segredou:
- Reis, 1:13
Largou-o» (p:100);
«- Eu não preciso de ninguém, compreendes? Arranjo-me sozinho. Sou autossuficiente.
- E eu? - perguntou ela tranquilamente. - Talvez precise de alguém.
- Para quê?
- Para me amar» (p:125);
«- Quem o matou, então?
- A mulher.
- Bem, diabos me levem. Como é ela?
Bloggs sorriu.
- É uma heroína, Percy.
Godliman deu uma gargalhada.
- Acho que percebo o que você quer dizer» (p:477).
Um escritor que gosto já li alguns livros dele e gostei bastante dos Pilares da Terra.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Esse é mesmo o típico livro que eu lia! Tens de ler o que estou a ler, ias gostar. Ou então ler o Infância perdida, conheces?
ResponderEliminarTambem ja fiz isso, deixar um livro a meio apra ler outros e quando me deu vontade voltei a ler gostei ainda mais :)
ResponderEliminarMais um excelente review que me deixou a querer ler ;)
Bjinhosss
https://matildeferreira.co.uk/
nunca li nada deste senhor. há qualquer coisa que não me deixa comprar os livros dele...
ResponderEliminarAinda não li, mas confesso que está na minha lista: gosto do escritor e do género literário! =)
ResponderEliminarBeijinhos
Não li, mas pelo teu post fiquei interessado.
ResponderEliminarVou procurar o livro, obrigado pela sugestão.
Bom resto de semana, Andreia.
Beijo.
Adoro! Faz mesmo o meu tipo de leitura Andreia!
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE // INSTAGRAM //
Não conhecia mas adorei as citações fiquei curiosa com a história
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.pt/
É dos que gosto. Sempre bom um suspense
ResponderEliminarKis :=}
Ainda não conhecia mas fiquei curiosa.
ResponderEliminarBeijinhos
http://virginiaferreira91.blogspot.pt/
Não conhecia, mas vou tomar nota.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Nunca li nada deste escritor e o enredo é muito interessante, vou tomar nota e ver se encontro por aqui.
ResponderEliminarUm beijinho e bom fim de semana Andreia
O Toque do coração
Já li obras dele e penso que é um autor já consagrado no meio literário, com várias obras que agradaram o grande público. Essa ainda não li nem me apetece ler. Particularmente, o tema da espionagem e da guerra não me alicia.
ResponderEliminarNunca li nenhuma obra deste escritor. Gostei da sua resenha bem instigante. Vou anotar para procurar por aqui.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijos
Nunca li nenhum livro dele, mas tenho um na estante para ler. Adoro suspense, crime! Tenho de tratar de o fazer, agora estou a ler o famoso "por treze razões" :)
ResponderEliminarBeijinhos *