Pontos nos Is


«Hoje estou aqui para ficar
Firme como a planta pela raiz»


Há oportunidades irresistíveis! Sabem quando esperam muito que algo se proporcione, ao ponto de terem a certeza de que não podem perder o momento se existir a possibilidade de acontecer? Foi precisamente o que eu senti assim que anunciaram a showcase d’ Os Quatro e Meia na Fnac do Norte Shopping. Por isso, o meu final de tarde do passado dia 15 de julho não podia ter sido de outra forma que não a ouvir esta banda que me fascina!

Decorria o ano de 2014 quando, por mero acaso, os descobri. E rapidamente me rendi ao talento, ao conceito e ao estilo tão «fora da caixa». Ao vê-los ao vivo, se já não tinha dúvidas, fiquei com ainda mais certezas em relação aos motivos pelos quais me conquistaram. Escrevi sobre eles na altura [aqui] e, hoje, sei que não mudava uma vírgula. Contudo, permitia-me acrescentar uma breve, mas pertinente, nota: se os acham extraordinários, esperem até terem o privilégio de estarem presentes num espetáculo em nome próprio. São ainda melhores!

Pontos nos Is é o primeiro álbum deste grupo que tem em Coimbra o seu berço, mas que já é um pouco de todo o país. E prova disso são as músicas que nos fazem viajar por diferentes cidades, destacando situações tão características. Atentos ao detalhe, não posso deixar de começar por falar sobre a capa do CD. Amarela e vistosa, mas igualmente simples e delicada, tem a particularidade de se poder «colocar em qualquer lado da prateleira, porque está sempre certa» e não corremos o risco de não conseguirmos ler o nome deste trabalho tão magnífico. Composto por 11 originais, os temas não têm propriamente um elo de ligação. Sobre esta questão, Mário Ferreira, numa entrevista dada ao Diário de Notícias, confidenciou que «revelam influências diferentes e sonoridades muitos distintas, mas que são basicamente aquilo que nós somos. Cada música acaba por ser um ponto que estamos a colocar no i da nossa identidade enquanto banda». E isso é visível à medida que as faixas se sucedem.

A versatilidade é um dos pontos fortes, não só porque, de facto, é uma maneira de os implicar a todos enquanto pessoas com gostos diversificados, mas também por permitir adequar os temas a várias ocasiões da nossa vida. Nas palavras de Tiago Nogueira, também numa entrevista concedida ao Diário de Notícias, «as pessoas no seu quotidiano não sentem só um mar de rosas e não vivem só de amor, apesar de termos músicas que falam disso, muitas outras falam dos problemas mais corriqueiros». Há espaço para tudo. E temos desde ritmos mais dançáveis a outros que nos levam numa viagem mais reflexiva. Transversal a todos as canções está a originalidade do grupo e a sua boa disposição, que nos contagia ao primeiro segundo.

Tenho ouvido Pontos nos Is em constante repetição. A maior parte dos temas já era conhecida, mas isso não significa que não tenham surpreendido, até porque há sempre algo de novo em cada interpretação. Adorei todos sem exceção, talvez por isso não consiga escolher apenas um como meu favorito. Ainda assim, Pontos nos Is, Minha Mãe Está Sempre Certa e Um Sim P'ra Regressar ocupam, sem qualquer dúvida, um lugar de destaque. Esta última música, particularmente, começa de uma forma genial: ao som de uma máquina de escrever. Eles marcam mesmo pela diferença!

Na impossibilidade de ver Os Quatro e Meia no Marés Vivas, a showcase na Fnac foi a minha oportunidade de ouro para, finalmente, os ouvir ao vivo. E, bem, que abuso de talento! As vozes são de uma calma e harmonia impressionantes. Fiquei estarrecida, no melhor sentido da palavra. Sinto que entrei numa realidade paralela. E ficaria uma vida inteira ali a escutá-los. Quem me dera conseguir descrever com rigor a magia do momento. A juntar a isso, temos todo um conjunto de instrumentos acústicos que tornam o seu trabalho ainda mais encantador. E não dá, de todo, para esquecer a postura deles: descontraída, cúmplice, carregada de humor. Eles enchem a sala. Com a sua aptidão musical tão natural. E com a simplicidade de quem tem muito amor pelo que faz. No fim do espetáculo - que soube, naturalmente, a pouco, apesar de terem cantado sete músicas -, tive a honra de estar com eles para me autografarem o CD. São de uma simpatia e humildade notórias. Bastante acessíveis e genuínos. Se a minha admiração já era enorme, aumentou exponencialmente. Vim embora de coração a transbordar de felicidade. E de orgulho.

Espero voltar a encontrá-los muito em breve. Numa Fnac. Num concerto. Por este nosso Portugal fora. Seja às quatro e meia, ou a outra hora qualquer. Até lá, fico a acompanhar à distância. A desejar que conquistem coisas maravilhosas, porque o merecem. E a perder-me ainda mais de encantos por este Pontos nos Is.

Comentários

  1. Ahahah eu acho bem que sim. Já merecíamos :P

    Tão bom, tão bom quando isto acontece. Ter-te-ia acompanhado nesse ShowCase porque embora os conheça só através do teu blog, consegui viciar-me!!

    NEW CITY BREAKS POST | Lanchei num sítio MARAVILHOSO no PORTO :o
    InstagramFacebook Official PageMiguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D

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  2. Tao bom quando conseguimos Estes momentos com quem admiramos :)
    Bjinhosss
    https://matildeferreira.co.uk/

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  3. Deve ter sido uma experiência incrível! Fico feliz por teres conseguido aproveitar este momento que tanto querias :)

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  4. Tendo em conta o sorriso, imagino! :)

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  5. Não conheço muito do trabalho, confesso. Mas sei o que é sermos, realmente, fãs de alguém. E espero que voltes a encontrá-los muito rapidamente, minha querida <3
    http://bloguedacatia.blogspot.pt/

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  6. Oh que bom que os conheceste princesa! Eu confesso que ouvi as primeiras músicas por tua culpa, mas gostei bastante!
    THE PINK ELEPHANT SHOE

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  7. E vais gostar imenso, meu anjo. É um espaço mega acolhedor onde te vais sentir em casa :D

    NEW OUTFIT POST | OMG  I almost LOST the TRAIN :o
    InstagramFacebook Official PageMiguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D

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  8. R: a minha cultura musical é que não é muita hahah

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  9. Fui vê-los ontem a Coimbra, na Quinta das Lágrimas. Foi maravilhoso! Gosto cada vez mais deles <3

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