AS MINHAS VIAGENS DE METRO #82

Fotografia da minha autoria



«Quando a dor não cabe mais no peito»


O teu olhar permanece ausente, como se aguentasse o peso do mundo nos ombros. As tuas feições delicadas são, agora, carregadas de dor. E o meu coração aperta por não ser capaz de sossegar esse teu desânimo.

Queria que não me tivesses fechado a porta. Mesmo que me faltassem respostas, poderia abraçar-te com cuidado; poderia tentar proteger-te. Talvez não acreditasses no meu otimismo - também eu vacilei no poder das minhas palavras -, mas encontraríamos uma solução. Longe de ti e dessa luta é que não consigo reverter o caos que a tua vida se tornou.

Trancaste a porta comigo do lado de fora. Por isso, a única hipótese que me resta é esperar, do meu lado, pelo teu lento grito de resgate.

Aninho-me e suplico
Silenciosamente
Que não demore
Para que haja tempo
Para ti
Para nós


M, 07.04.2015

Comentários

  1. Tão bom o regresso desta rubrica *.* Por vezes não é fácil lidar com o amor.

    Beijinho grande!

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    1. Muito obrigada, minha querida <3
      É um sentimento tão intenso, que nos desarma

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  2. Lindo ❤️ Gosto tanto desta rubrica 🧡 O amor às vezes é mesmo assim...

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  3. Como é bom voltar a ver essa tua rubrica, como sempre digo nada é facíl
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  4. Existem lutas só nossas, mas às vezes, trancarmo-nos para o mundo e para quem mais gosta de nós pode ser um erro. Deverias trazer mais “textos” destes. 😍 beijinho 😘

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    1. É verdade. E, na maior parte das vezes, fechamos essa porta porque não queremos incomodar ou achamos que os outros não têm de sofrer com os nossos contratempos. Mas a verdade é que nunca estamos sozinhos e não temos de aguentar o peso do mundo dos ombros. Muito obrigada <3

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  5. Ficção ou não ficção.
    Essa não é a questão.
    A tua escrita tem magia
    assim como a fotografia.

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    1. Do que me recordo, tenho ideia que este texto tem um pouco de ambas :)
      Fico mesmo grata por esse retorno, Teresa. Obrigada!

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