ALMA LUSITANA: OS AUTORES DE NOVEMBRO

Fotografia da minha autoria



Uma viagem literária para descobrirmos os nossos autores


O penúltimo mês do ano traz, para o Alma Lusitana, dois autores que partilham o mesmo apelido. São ambos novidade, porque ainda não tinha tido oportunidade de me cruzar com as suas obras, mas acredito que podem ser nomes para ficar, para conquistar espaço vitalício na estante. Claro que esta sensação só poderá ser confirmada quando me perder nas suas histórias, mas estou com boas expectativas, tendo em conta algumas opiniões partilhadas. Assim, em novembro, proponho lermos Filipa Fonseca Silva e Rui Conceição Silva.


FILIPA FONSECA SILVA

Nasceu no Barreiro, em 1979, e licenciou-se em Comunicação Social e Cultural, na Universidade Católica. O seu percurso profissional esteve muito mais ligado à publicidade, «tendo trabalhado como criativa publicitária até 2017». A escrita também se fez sempre presente, por isso, escreveu romances, livros de humor, crónicas, contos e ensaios. Filipa Fonseca Silva é, ainda, um dos rostos do Clube das Mulheres Escritoras.

      

Os 30: «Filipe assume-se como um coleccionador de relações falhadas e continua preso à sua paixão de adolescência. Maria foi deixada pelo namorado três meses antes do casamento e procurou curar-se do desgosto com uma longa viagem; e Joana, menina do papá controladora e moralista, acabou por dar o nó com o rapaz errado, vivendo um relacionamento de fachada por mero oportunismo. Os três conhecem-se desde os tempos da faculdade, quando faziam parte de um grupo de amigos muito unido e cheio de sonhos e expectativas; mas a vida - com as suas voltas e reviravoltas às vezes ingratas - encarregou-se de os ir afastando, e está na hora de todos se juntarem para, finalmente, falarem do que os une e do que os separa».

O Estranho Ano de Vanessa M: «Quando entrou no carro naquela tarde de Inverno, Vanessa não sabia que estava a embarcar numa viagem sem retorno. Uma viagem interior, que pôs em causa todas as suas escolhas e, acima de tudo, toda uma vida construída em torno das expectativas e opiniões dos outros. Fluido, divertido e fresco, O Estranho Ano de Vanessa M conduz-nos nessa autodescoberta de 365 dias e faz-nos reflectir sobre o poder que temos de, a qualquer momento, colocar tudo em questão, através de episódios trágicos e cómicos que envolvem uma mãe controladora, uma tia hippie, um casamento entediante, um chefe insuportável e uma amiga que não sabe quando se calar. Porque a busca da felicidade não tem prazo e a chave para abrir essa porta está dentro de nós».

Coisas Que Uma Mãe Descobre: «É que ser mãe é, de facto, uma experiência única. Para o bem e para o mal. É a coisa mais bonita do mundo, mas também a mais extenuante. É um flutuar entre momentos de felicidade e de angústia profunda. É o não trocar nenhum minuto passado ao lado dos nossos filhos, mas ao mesmo tempo ter saudades dos tempos em que eles não existiam (ou desejar secretamente que eles desapareçam durante uma hora para podermos ouvir os nossos próprios pensamentos). E entre os milhões de livros e artigos que já foram escritos sobre o assunto, nenhum nos conta toda a verdade. Sobretudo porque há sempre a tendência para sobrevalorizar as coisas boas e não dar muita importância aos momentos mais complicados».


   

Amanhece na Cidade: «Nas ruas de Lisboa, um táxi circula e observa. E, com ele, nós observamos também: Manuel, o taxista que não sabe chorar. Olinda, a ama de duas crianças mal-educadas. Daisy, a stripper. João, o sem-abrigo… Um dia, um momento infeliz, com consequências trágicas, obriga Manuel a confrontar-se consigo próprio, e as consequências serão mais transformadoras do que ele alguma vez imaginou. Manuel parou-me e mandou-a entrar. Olinda não tinha como pagar uma viagem de táxi até à Brandoa. Manuel apagou a luz de serviço e disse-lhe que já não estava a trabalhar. Com o orgulho a ceder à medida que os sapatos ficavam encharcados, Olinda entrou».

Odeio o Meu Chefe: «Toda a gente já teve um mau chefe. Trata-se de um dado adquirido. Uma lei universal para quem entra no mercado de trabalho desde os primórdios da existência de qualquer mercado de trabalho.» Odeias o teu chefe? Já adormeceste a pensar em maneiras de fazê-lo desaparecer sem deixar rasto? Então, este livro é para ti. Tendo por ponto de partida histórias totalmente reais, umas vividas pela autora ao longo de vários anos a trabalhar por conta de outrem, outras confidenciadas pelos seus próprios leitores, Filipa Fonseca Silva traz-nos um retrato hilariante do pequeno poder».


   

O Elevador: «Numa noite quente de Verão, um casal prepara-se para ir jantar fora. Sara, contrariada, perde tempo deliberadamente. Alex, paciente, tenta não começar uma discussão. Só que, de repente, o elevador fica encravado, prendendo-os a noite inteira no seu interior. Sem forma de saírem, Sara e Alex são obrigados a confrontar-se com o estado da sua relação, empurrados para uma conversa que de outro modo não teriam. Sairá dali o seu amor mais forte? Ou erguer-se-á um muro impossível de derrubar?».

E Se Eu Morrer Amanhã?: «Helena é uma viúva de 79 anos, aparentemente pacata. Vive com o gato num apartamento, independente dos filhos e netos adultos, gozando de ótima saúde física e mental. Até ao dia em que, por acidente, pega fogo à sala de estar. Obrigada a mudar-se para casa da filha, que começa a questionar a sua sanidade, acaba por revelar um segredo que deixará toda a família boquiaberta: afinal, tem uma vida sexual ativa. Muito ativa. A partir desta confidência, Helena conta-nos as suas aventuras amorosas e o lema de vida que adotou desde a morte do marido, com quem partilhou mais de quatro décadas de descontentamento».


RUI CONCEIÇÃO SILVA

Nasceu em Figueiró dos Vinhos, em 1963, e já viveu em Coimbra, Tavira e Lisboa, no entanto, «é na sua terra que se sente completo». Aliás, é o convívio com a natureza e com as pessoas das aldeias/vilas em redor que lhe permite encontrar inspiração para as suas histórias. Reformado, divide as horas por todas as suas paixões.

      

Quando o Sol Brilha: «Haverá um dia em que tu perceberás. Que verás claramente a estrela que agora não vês. Que distinguirás o seu brilho na noite de penumbra. Porque só então, quando todas as outras se apagarem, essa pequenina estrela brilhará no céu. «Acho que vi cavalos no horizonte», disse o meu pai com olhos de luz, naquele sábado tão longe dos sonhos. E era um sábado fácil de descrever: eu lia um livro na varanda e o meu pai esperava pelos cavalos. Era assim ultimamente. O sorriso do meu pai pacificou-se, sossegando pensamentos tristes que me invadiam, quase sempre àquela hora, quando a tarde se despedia e eu ficava a falar com o pôr do Sol sobre os meus silêncios, contando-lhe toda a verdade, todos os sentimentos que me asfixiavam. Dizia-lhe tudo o que sentia, que acreditava que os dias felizes apenas existiam nas lendas».

Dei o Teu Nome às Estrelas: «Em 1883, numa terra como tantas outras, perdida na imensidão das serras e longe dos olhares do mundo, vivia Joaquim, professor e narrador desta história, um homem sem alento, esperando por tempos que não vinham. Contudo, nesse ano, chegam à terra duas pessoas que irão mudar a sua vida para sempre: José Malhoa e Manuel Henrique Pinto, semeadores de maravilhas. É com eles, e com outros caminhantes, que Joaquim encontrará o lado bonito da sua terra, qual paraíso escondido entre montanhas. Um dia, ele escuta a voz de Olinda, a mulher que lhe seduz os silêncios e os sonhos, e fica preso a esse amor, o único que guardará eternamente».

Deste Silêncio em Mim: «Quantos silêncios e quantos sonhos cabem no peito de um homem? Nascido para ser pastor, Rodrigo viveu a infância com os seus pais e irmãos numa velha cabana isolada na montanha, tendo desde cedo aprendido o silêncio, bem como a dor e a saudade, pela morte do irmão mais velho na guerra do ultramar. Os seus melhores dias foram passados na montanha com o avô Josué, a quem chamavam Celtibero, e na escola primária, onde conheceu os primeiros amigos e se deixou enfeitiçar por uma moira encantada. Rodrigo sonhava para si uma vida diferente, o avô incentivava-o a contrariar um destino que parecia certo, incitava-o a partir e correr mundo. Ouviu palavras idênticas a um homem que apareceu na montanha a tocar um tambor para os ancestrais».


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Comentários

  1. Gostei de conhecer estes dois autores *.* Parecem ser muito interessantes :) Boas leituras *.*

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  2. Que nem todos que acabou por falar conhecia, mas me parece até ser uma boa sugestão para conhecer
    Beijinhos
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  3. Tenho alguns desse no kobo para ler...em breve, espero!

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