o quarto rosa, francisca camelo
Fotografia da minha autoria |
A Poetria, uma livraria portuense especializada em Poesia e Teatro, tem a sua própria editora, a Fresca, dedicada a novos autores. Graças à sua curadoria eclética, focada em poetas em ascensão, descobri a Francisca Camelo e o seu A Importância do Pequeno-Almoço. O livro impactou-me de tal forma que fiquei cheia de vontade de ler mais.
espaço de aceitação e intimidade
O Quarto Rosa veio morar comigo no meu primeiro dia de Feira do Livro do Porto ‘24, depois de meses a tentar comprar qualquer um dos outros títulos da autora, que estão esgotados em todo o lado. E isso até potenciou um momento engraçado: primeiro, fiz uma procura minuciosa pela zona dos alfarrabistas, sem sucesso; depois, ocorreu-me que a editora do livro também estava na FLP e resolvi tentar a minha sorte. Quando questionei a livreira/voluntária e ela me disse, entusiasmada, que tinham conseguido mais cinco exemplares desta obra, fizemos uma pequena celebração em conjunto.
Memórias à parte, fiquei mesmo feliz porque creio que a voz poética da Francisca Camelo é poderosa e devia ter mais visibilidade. Os seus versos são sempre vívidos, deambulando por vários temas. Aliás, através de episódios simples do quotidiano consegue levar-nos da dor ao deleite em segundos. E achei curioso como o título nos remete para um mundo de conforto, de aconchego, como se vivêssemos numa bolha idílica, mas o conteúdo nos desorganiza por dentro, porque nem tudo é aconchegante.
A escrita da poetisa é muito imagética, transportando-nos para os cenários descritos com facilidade. Mesmo que aquele não seja o nosso lugar, mesmo que aquelas não sejam as nossas angústias, consegue criar uma certa transversalidade ou, pelo menos, despertar empatia. E, assim, vamos transitando entre recordações, entre sonhos, entre medos, entre desejos e entre formas de estar na vida. Independentemente de poderem ou não ser poemas autobiográficos, acompanhamos o seu percurso, a sua existência em construção e vamos refletindo sobre todas as histórias que nos escolhe contar.
Memórias à parte, fiquei mesmo feliz porque creio que a voz poética da Francisca Camelo é poderosa e devia ter mais visibilidade. Os seus versos são sempre vívidos, deambulando por vários temas. Aliás, através de episódios simples do quotidiano consegue levar-nos da dor ao deleite em segundos. E achei curioso como o título nos remete para um mundo de conforto, de aconchego, como se vivêssemos numa bolha idílica, mas o conteúdo nos desorganiza por dentro, porque nem tudo é aconchegante.
A escrita da poetisa é muito imagética, transportando-nos para os cenários descritos com facilidade. Mesmo que aquele não seja o nosso lugar, mesmo que aquelas não sejam as nossas angústias, consegue criar uma certa transversalidade ou, pelo menos, despertar empatia. E, assim, vamos transitando entre recordações, entre sonhos, entre medos, entre desejos e entre formas de estar na vida. Independentemente de poderem ou não ser poemas autobiográficos, acompanhamos o seu percurso, a sua existência em construção e vamos refletindo sobre todas as histórias que nos escolhe contar.
«ainda visito o lugar
onde depois de cair muitas vezes
me ensinei a cair melhor
aprendia sobretudo a arte
de deixar abrir
a cloaca / as feridas / a ideia de medo»
Rafael Mantovani, no posfácio da edição brasileira (editado pela Corsário-Satã), realçou algo que me pareceu muito interessante: o facto da poesia da Francisca Camelo ser muito pessoal, mas nada egocêntrica, até porque, parafraseando, o «eu» não é o centro dos poemas, não é o seu objeto, mas sim a lente, o ponto de vista. Além disso, o que achei delicioso de ler, considera que esse «eu» é um ponto de «sensação inescapavelmente atrelado a um corpo com nome, situado num mundo difícil e tentando dar conta dele». Deste modo, acabamos a ter uma conversa sobre solidão e, sobretudo, sobre todas as feridas que nos moldam e que fazem parte da nossa história.
O Quarto Rosa é um espaço de aceitação e de intimidade. Numa frase introdutória, a autora revela que escreve para que existam testemunhas da sua loucura. E eu senti o privilégio de ser uma dessas testemunhas, ainda para mais quando me cruzei com poemas como rosas, o código do pijama, o quarto rosa, a bicicleta universal, swimming e maratona, uma vez que, a partir de algo tão pessoal, há espaço para sermos vulneráveis.
🎧 Música para acompanhar: Come Back to Earth, Mac Miller
O Quarto Rosa é um espaço de aceitação e de intimidade. Numa frase introdutória, a autora revela que escreve para que existam testemunhas da sua loucura. E eu senti o privilégio de ser uma dessas testemunhas, ainda para mais quando me cruzei com poemas como rosas, o código do pijama, o quarto rosa, a bicicleta universal, swimming e maratona, uma vez que, a partir de algo tão pessoal, há espaço para sermos vulneráveis.
🎧 Música para acompanhar: Come Back to Earth, Mac Miller
📖 Outro livro lido: A Importância do Pequeno-Almoço
Parece-me uma boa opção!
ResponderEliminarwww.amarcadamarta.pt
Se gostares de poesia, recomendo imenso 😍
EliminarFiquei com imensa vontade de conhecer a poesia da autora.
ResponderEliminarVou guardar a sugestão.
Beijinho grande, minha querida 😘
Acho que ias gostar de ler, minha querida 😍
EliminarAdorei a foto, vai de encontro ao mês rosa 🩷
ResponderEliminarVou levar a sugestão *.*
Tily 💛
Nem tinha feito essa associação 😱 muito obrigada!
EliminarBoas leituras, minha querida 💛
Não conhecia, mas parece uma boa sugestão 😊
ResponderEliminarSendo poesia, não sei se te apetece arriscar, mas vale a pena 🥰
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