Entre Margens

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«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Março, com a sua energia inigualável, trouxe uma das minhas estações do ano favoritas, a Primavera. Mas se eu pensava que fevereiro tinha sido intenso na componente desportiva, claramente que não estava ciente do que me esperava. Ainda assim, no fim, compensou cada pedaço de nervosismo. Sinto que vivi três vidas neste mês e que a penúltima semana combinou todos os projetos que me entusiasmam, contudo, recheado de poesia, de inspiração feminina e decisões criativas, acrescentei mais fragmentos bonitos ao meu incrível álbum de memórias.

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«Uma heroína moderna que se vê transportada 
para a Escócia do século XVIII»

Possíveis gatilhos: abuso emocional, verbal e/ou 
físico, morte, sexo, agressão, violência, tortura


A minha infância ficou marcada por alguns desenhos animados, como é o caso d' As Três Irmãs, cujo genérico ainda sou capaz de cantarolar. Baseados nas histórias criadas por Rose Capdevilla, o que distinguia os episódios era o facto de as gémeas viajarem no tempo, quando faziam algo errado. Portanto, esta possibilidade narrativa fascinou-me sempre e pude recuperar um pouco dessa magia no livro de Diana Gabaldon.

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«Nós partilhamos o ingrediente, tu escolhes o livro»


A mente divaga por múltiplos fios invisíveis de memórias, contando uma história que é apenas nossa. Porém, mesmo convictos do passado, existem recordações que nos atraiçoam, porque há uma certa ingenuidade quando as vivemos. Depois, com o distanciamento temporal, talvez consigamos unir os pontos de forma clara, minimizando as incertezas.



«As velhas que cosem as meias dos netos
Sabem muitas coisas, têm dados concretos
Sabem por exemplo que o mundo ainda tem salvação
E sabem que os netos hão-de partir em missão
E eles podem partir em missão
Mas não com as meias no estado em que estão
[nunca com as meias no estado em que estão]

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... Maratonar!

[Séries e leituras. De preferência, na companhia de uma bebida de conforto, que tanto pode ser um chá, como pode ser um chocolate quente. Desta maneira, potencio a experiência e torno esta viagem visual e emocional ainda mais aconchegante. Por norma, reservo uma parte do fim de semana para o efeito e sabe-me pela vida, até porque combino o melhor de dois mundos: descomprimir e descobrir histórias].

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«Destacar a importância do livro»


A língua portuguesa espalha-se um pouco por todo o mundo. E, embora seja suspeita, acredito que temos dos idiomas mais bonitos. Complexo, é certo, pela sua diversidade, mas igualmente entusiasmante por todas as possibilidades que nos oferece e, ainda, por nos permitir ter palavras tão nossas, cujo vínculo emocional nos faz sentir em casa.

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«Uma história doce contada pela voz de um 
adulto que fala pela criança que foi um dia»

Possíveis gatilhos: abandono, negligência, suicídio, luto


A sabedoria de José Saramago levou-o a escrever, n' A Viagem do Elefante, que «sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam», mesmo que isso implique um desvio na nossa rota; mesmo que nos transporte para um contexto que nunca seria o nosso, caso a tragédia não fizesse parte da história, tal como aquela que conhecemos no livro de Maria Isaac.

«De onde vim? Ninguém sabia dizer»

Onde Cantam os Grilos é o relato de uma das personagens mais especiais com quem me cruzei neste meio literário: o Formiga. Transportando-nos para a Herdade do Lago e para o seio da família Vaz, sentimos o peso do abandono, de sentimentos contraditórios, de sensações proibidas e dos segredos que se silenciam a todo o custo. Além disso, envolve-nos numa aura enigmática, na qual as lendas e as maldições assumem protagonismo, despoletando uma fonte inesgotável de mistérios. Mas é também o tom constante de mau presságio que prende e impulsiona a nossa vontade de desvendar o que parece ficar sempre por partilhar.

«A casa estava a ficar vazia e sentia-me um bocadinho como ela»

A narrativa sustenta-se num ritmo mais lento, que considero fundamental para desconstruirmos a dinâmica familiar - tão interessante e tão frágil -, a chegada de um novo elemento, os confrontos emocionais e o fim da inocência. Pela voz de um adulto, recuamos à sua infância e a um lugar que foi colo, que foi casa e que foi a fronteira de tudo aquilo que conhecia, antes de ser obrigado a levantar voo. E, por isso, há uma culpa que ainda necessita de ser expiada, para que se liberte de fantasmas do passado. Porque há silêncios que nos consomem e todos precisamos de um pouco de empatia.

«Havia, obviamente, um bocadinho de lenda para o justificar»

Com uma escrita sublime, existe um vínculo proximal e familiar nos contornos deste enredo, transmitindo-nos a doce ilusão de serem também nossas as aventuras representadas. E, através de personagens peculiares, acompanhamos o melhor e o pior da humanidade, refletindo sobre a linha ténue que separa a verdade da falsidade. Em simultâneo, como nada é o que aparenta ser, mantém-nos vigilantes e prova-nos a importância de sermos prudentes e menos impulsivos, sobretudo, nos julgamentos morais, porque a descontextualização dos factos e as associações erradas às quais atribuímos voz podem ser prejudiciais.

«Algumas pessoas veem melhor no escuro, outras até vivem 
melhor no escuro e é lá que gostam de passar o seu tempo»

Onde Cantam os Grilos é uma história terna e dolorosa. Embora manifeste apontamentos leves e cómicos, espelha uma realidade bastante amargurada, porque há segredos demasiado poderosos. Aqui, compreendemos que o nosso mundo não se delimita por coordenadas geográficas, mas pelas pessoas que o atravessam - algumas fazendo morada em nós. E, ao despedirmo-nos da Herdade do Lago, é evidente o desgosto e tudo aquilo que deveria ter sido, mas que acabou por ruir.

«Eu não aguentava ouvi-lo mais, porque só me fazia lembrar do tanto que eu poderia ter feito»


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Tema 25: Carta + Bang + Chuva


O som ritmado da chuva embala a escrita de uma carta que nunca terei coragem de colocar no correio. Porque este gesto íntimo, de quem abre a alma a um desconhecido com quem mantém um passado, é, também ele, a propagação de uma ferida em aberto. E de um sonho sussurrado internamente, como se esperássemos que a vida nos fizesse o favor de voltar atrás, poupando-nos à colisão de uma estrada em contramão.

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Tema: A mulher na literatura

Possíveis gatilhos: Saúde Mental, Luto


As memórias são janelas abertas, que nos mostram os nossos passos. E são o baú que continua a acolher a nossa história. Porém, tal como o tempo, também preservam fragmentos turvos, quase indecifráveis, porque, devido a acasos e reviravoltas, as peças nem sempre encaixam na perfeição. Ainda assim, talvez seja essa a magia do nosso crescimento, pois aprimoramos a capacidade de interpretar tudo aquilo que nos envolve. Portanto, sem ter a certeza que «podemos contar verdadeiramente quem somos», aventurei-me na obra de Marlene Ferraz.

«Sabes quanto pesa uma borboleta, pai?
O homem floreiro pareceu muito certo.
Mais do que a alma, menos do que a fome»

As Falsas Memórias de Manoel Luz alterna entre dois planos - flores e livros -, permanecendo interligados por um tom poético que marca toda a narrativa. Além disso, faz uma clara alusão à história de Portugal, numa transição do Estado Novo para a Liberdade. E é neste enlaço que somos confrontados com segredos, ilusões, dicotomias, silêncios e dúvidas, tão próprios de quem vai construindo a sua identidade e gerindo o turbilhão de emoções que florescem num peito inquieto e desejoso de ser grande. Só que o nosso discernimento nem sempre privilegia a postura mais correta, porque nos deslumbramos e criamos ideais frágeis, que nos fazem ruir - para, depois, sermos borboleta.

«Manoel poderia ter começado a chorar pelo desencanto 
que se ampliava por dentro, mas continuou seco na vista»

Há tanto mundo nas páginas deste livro, que somos, facilmente, transportados para o seu enredo, sentindo-o como se fossemos uma das suas personagens. Por isso, fui desarmada pela ingenuidade, pela afeição, pela desonestidade, pela mágoa e por todo o amor que foi sendo escrito nas entrelinhas e nos detalhes que transparecem proteção e cuidado. E foi com uma agradável surpresa que me senti a ser guiada por Fernando Pessoa, fomentando pensamentos e contextos. Nesta obra, que transita entre o passado e o presente, assistimos à complexidade humana e às múltiplas camadas que norteiam os nossos sentimentos.

«O amor é que, para ampliar-se, precisa que sejamos mais simples»

A história é feita de inúmeros traços marcantes. No entanto, tenho de destacar a fragilidade emocional, a desconstrução da racionalidade e a importância da família e de estarmos rodeados de pessoas que respeitem o nosso tempo, o nosso espaço e as nossas quebras, sem imposições. Por consequência, compreendemos que existe uma descoberta interior profunda, aceitando o imprevisível, o desconhecido e a loucura. E é por essa razão que este exemplar nos apaixona: porque, com delicadeza, explora universos internos e sociais que nos levam a repensar a definição do bem e do mal, visto que não é uma questão tão linear.

«Ao homem floreiro incomodou mais o verbo da negociação do que a frivolidade do comentário»

As Falsas Memórias de Manoel Luz faz-nos deambular pelos vários tipos de amor, no mesmo compasso em que nos ensina a necessidade de convivermos com quem nos amplie. Porque ser alto é ser lúcido e humilde. Apesar de nos tendermos a esquecer, a altura vem de dentro.

«Seria um nó atado para sempre»


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Queria ser o abraço que te acolhe ao chegares, 
que nem aroma de orquídea a preencher a casa, 
para que te sintas sempre seguro por perto.


🌿


Continuo a questionar onde perdi uma parte tão importante 
de mim: a razão. Será que foi no momento em que te conheci 
e percebi todo o traço sombrio que envolve a tua alma?


🌿


Bastou um fragmento de mentira para tudo ruir.


22.02.2015

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«Tu és poesia»


O meu dialeto escrito manifestou-se, primeiro, em verso. Em rimas inocentes, num olhar de criança a descobrir o mundo. Por consequência, foram folhas e folhas em branco a conquistarem voz, de modo despretensioso, só pelo fascínio de comunicar através de palavras desenhadas, por vezes inventadas, a palpitarem no lado esquerdo do peito. E foi durante esse tempo que compreendi que a poesia tece sonhos em linhas curtas, que contam o lado misterioso das histórias.



«Pergunta-me coisas vulgares
E leva-me ao mais comum dos lugares
Porque eu nunca quis ter um riso feliz
Não sou de fingir, mas até quis ser atriz

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... Artistas de Rua!

[Fico fascinada com o talento que se encontra nos artistas de rua, consciente que mereciam outros palcos. E paro, desfrutando deste espetáculo em primeira fila, ao mesmo tempo que equaciono as voltas que a vida os obriga a dar. Porém, resilientes, sem cruzar os braços, emocionam-nos com as suas interpretações musicais, de pintura e enquanto pessoas estátua. Deambulando pela calçada de Santa Catarina, por exemplo, não faltam personalidades talentosas. Portanto, é a arte a invadir a cidade e a conquistar-me sempre com a sua delicadeza].

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«África sempre presente mas cada vez mais longe»


A história do nosso país reserva muitos traços de heroísmo. Porém, também carrega o peso de feridas em aberto, sobretudo, por mostrarem o pior traço da humanidade. E, em 1975, durante a descolonização, houve muito ódio destinado a um grupo de pessoas em específico. Portanto, como terá sido regressar a casa, sentindo que não lhe pertencemos? Foi o que procurei descobrir no livro da autora Dulce Maria Cardoso.

«A doença da mãe e esta guerra que nos faz ir para a 
metrópole são assuntos parecidos pelo silêncio que causam»

O Retorno mostra-nos uma família preparada para abandonar Angola e voltar a Portugal, através da voz, dos pensamentos e dos sentimentos do filho adolescente. Perante esta realidade dolorosa - e a transbordar de hostilidade -, compreendemos o limbo em que se encerra o seu crescimento, até porque tudo é novidade e há alguma dificuldade em decifrar o verdadeiro impacto desta mudança. Mas, por outro lado, o relato «sem paninhos quentes» é uma evidência das consequências a que estão sujeitos. Porque existe muita desconfiança em relação aos retornados. E não há, propriamente, vontade de a minimizar. Pelo contrário, é visível. É intencional. É verbal. E, claro, dilacera.

«Tenho tanto medo que quero desaparecer»

Num quarto de hotel, presos a divagações que se revelam murros no estômago, somos confrontados pelos limites da decência e da moralidade. Pelo preconceito, pelo racismo, pelo medo e pela doença. E é insano, mas atual, perceber que os rótulos ainda assumem um lugar de destaque na sociedade, como se as pessoas não valessem mais. Além disso, incomoda a designação de «portugueses de segunda», porque amplia as dificuldades. Assim, este livro tem a capacidade de nos desorganizar por dentro, fazendo-nos repensar o nosso privilégio.

«(...) quem tem uma boa família não tem nada a temer no mundo»

A escrita da autora tem uma certa leveza, ao mesmo tempo que choca e que nos leva a sentir o contraste cultural, económico e social. Embora tenha sentido a narrativa menos intensa na parte da metrópole e algo repetitiva, creio que a sua humanidade é transversal, apelando à empatia e à perfeita noção do desespero, da revolta, da raiva e do amor que floresce nas entrelinhas. Porque, apesar de tudo, também transmite alguma esperança - mesmo que seja necessário inventá-la.

«(...) esta terra não nos pertence enquanto não lhe conhecermos o coração»

O Retorno é comovente, mostrando a identidade individual e coletiva, as origens e aquilo que é ser família. Existe uma altura em que sentimos vontade de partir e de recomeçar, por maiores que sejam as dificuldades. Mas há fragmentos que permanecerão enraizados em nós.

«Fecho os olhos com mais força»


Disponibilidade: Wook | Bertrand

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«A melodia é a voz da alma»


Há risos que ainda escuto
Como se permanecessem presos
Neste disco de vinil
Riscado e já tão gasto
Ecoando memórias de algibeira
Que transportam a primavera
Suportada em ramos adormecidos
Onde o azul de dias meus
Se esbate num olhar melódico

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Tema: Um livro que nunca acabaste


A leitura é um espaço de descoberta. Por isso, quando seleciono um livro, tenho uma certa dificuldade em colocá-lo em pausa, caso não esteja a ser entusiasmante. Porque preservo a esperança de ver a história a melhorar e, se desistir, posso perder essa metamorfose. No entanto, aprendi que cada obra tem o seu momento e que a insistência pode desencadear um efeito mais negativo. Portanto, tenho largado a mão daquelas que não me convencem à primeira tentativa. Mas, para o Uma Dúzia de Livros, procurei fazer as pazes com Arturo Pérez-Reverte.

«Talvez no fim de contas - pensava agora - a cena nunca tivesse estado diante dos seus olhos»

O Pintor de Batalhas coloca-nos em contacto com um fotógrafo de guerra que, durante 30 anos, viajou por imensos lugares, registando o caos. Porém, numa fase mais recente da sua vida, abraçou a missão de pintar a fotografia que nunca foi capaz de tirar. Porque há algo nessa imagem que pode perpetuar a intensidade da dor. Através de uma escrita crua e sem deslumbramentos, a premissa é bastante intrigante. E sinto que fui completamente desarmada nas primeiras páginas do enredo. Contudo, ultrapassado esse impacto inicial, perdi-me em detalhes [para mim] repetitivos e, até, desnecessários. Fiquei comovida com a procura de sentido e com as memórias perturbantes do passado, mas creio que a reflexão tornou-se demasiado filosófica e tão desprovida de empatia.

«Você, que foi uma testemunha com bilhete de volta em tantas desgraças, sabe a que me refiro»

O tom sombrio e imoral é fruto de toda a maldade, desesperança e infortúnio que captou com a sua objetiva. E, também por essa razão, faz-nos repensar a índole humana, porque desconstrói as nossas convicções e os nossos limites, levando-nos numa viagem às nossas entranhas. Explorando o isolamento, talvez tenha sido a exposição da ruína - externa e interna - que não me cativou, embora reconheça a pertinência dos seus dilemas e dos conflitos inter e intrapessoais.

«E se alguma coisa me agrada em ti é o silêncio que guardam os teus silêncios»

O Pintor de Batalhas não é, de todo, um mau livro, apenas não senti o deslumbramento prometido, porque recuei mais do que aquilo que consegui avançar para obter uma total compreensão das motivações do[s] protagonista[s]. Mas, se calhar, a beleza da narrativa é mesmo essa: deixar-nos profundamente à deriva, entre a lucidez e a solidão, num inferno que, não sendo o nosso, se transforma numa agonia transversal.

«Gosto que sejas tão bom no teu trabalho e que uma lágrima nunca te 
tenha feito perder a focagem da máquina. Ou que isso não transpareça»


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«Cobrar é o pior»


A reciprocidade é uma manifestação de genuíno apreço, revelando-se ainda mais importante quando a nossa partilha nasce de um lugar benigno. Porque é entusiasmante criar conteúdo por pura paixão e ver o retorno de quem o abraça com tanto interesse. O problema é quando tornamos essa motivação numa exigência constante - a nós e aos demais.


 A NOSSA POSTURA NO DIGITAL 

A nossa presença no mundo digital é cada vez mais expressiva. Não só porque há uma vontade evidente de nos manifestarmos, mas também porque recebemos imensos estímulos que nos incitam a permanecer online. E isso pode ser um luxo, uma bênção ou uma fonte de ansiedade. Enquanto existe quem encontre nas suas plataformas uma ferramenta de descontração, há quem acuse a pressão de viver em rede. Porque, de repente, encontramos requisitos e obrigações que devem ser cumpridos.

Quando refleti acerca da minha pegada, nesta publicação, foquei-me num aspeto que considero ser o desencadeador da problemática: os números e a falsa imagem de competência que podem transmitir. No entanto, creio que a questão estende-se por outros parâmetros, nomeadamente, para a Síndrome de FOMO - Fear Of Missing Out. Ou seja, o medo de ficarmos de fora e de, por consequência, perdermos algo. Por essa razão, comprometemo-nos a estar e a tentarmos ser relevantes em cada um dos nossos passos, porque sentimos necessidade de nos destacarmos. Quando as vozes aumentam, não queremos ficar esquecidos. E isso, consciente ou inconscientemente, despoleta uma nova condicionante: a cobrança.


 O PERIGO DA COBRANÇA 

Delinearmos um objetivo e reunirmos esforços nesse sentido não é errado. É, antes de tudo, uma questão de disciplina e prioridade. Contudo, se nos começarmos a exigir em demasia, o problema floresce.

1. Porque passamos a comparar-nos e a desvalorizar o nosso trabalho;
2. Porque desencaminhamos o nosso propósito;
3. Porque achamos que aquilo que fazemos nunca é suficiente;
4. Porque o nosso investimento passa de orgânico a obrigatório;
5. Porque [talvez a mais importante] perdemos a diversão toda.

Querermos produzir o melhor conteúdo que somos capazes é maravilhoso, porque sentimos o doce sabor do desafio e a nossa criatividade a borbulhar. Mas, se o fizermos apenas para mostrar, porque sentimos a pressão de sermos produtivos, ativos e visíveis nas redes, então, já nos deixamos consumir e andamos em círculos. E aí nasce a cobrança.

1. Porque deveríamos ter publicado e não o fizemos;
2. Porque não definimos um nicho;
3. Porque não satisfizemos o algoritmo;
4. Porque o nosso feed não segue uma linha coerente;
5. Porque deixamos comentários sem resposta;
6. Porque não aparecemos nas histórias;
7. Porque não somos regulares.

A lista, na realidade, é interminável. Mas... E onde fica a minha liberdade? Volto a reforçar esta pergunta, porque considero fundamental separarmos os propósitos de cada utilizador, em vez de nos tentarmos colocar na mesma caixa. E este é outro tipo de exigência.


 LAZER VS PROFISSÃO 

Eu entendo a necessidade inerente de contas maiores, que têm no mundo digital a sua fonte de rendimento, permanecerem atentas a todos estes fatores. O que importa compreender é que não procuramos todos o mesmo.

É possível profissionalizar este meio, mas também é válido mantermos as nossas plataformas por puro entretenimento. E a partir do momento em que fazemos essa distinção é mais simples irmos diminuindo exigências descabidas, porque o resultado difere. Aliás, perpetuá-las só nos leva a obter o contrário do que idealizamos: baixo rendimento.

Além disso, reparem neste cenário: cobramo-nos por não publicarmos. Publicamos. E, à posteriori, cobramo-nos porque a nossa partilha não tem a qualidade que pretendíamos. Qual é a lógica? Não é preferível desligarmos por uns tempos, em vez de nos impormos algo que não nos deixa confortáveis? É assim tão necessário aparecermos? Vale tudo?

Estabeleçam bem o vosso propósito e mantenham-se fiéis a essa essência. E, acima de tudo, não permitam que o caminho não seja saudável. Nem sintam que por alguém criar conteúdo diariamente essa tem de ser a vossa meta, se não o quiserem. A vida já cobra de tantas formas, não necessitamos de lhe providenciar mais esta oportunidade.


 COBRAR MENOS 

A cobrança desmedida traz, como é fácil de compreender, mais prejuízos. Quer quando a aplicamos a nós, quer quando a direcionamos a terceiros. Porque, embora nos pareça o oposto, não conhecemos a realidade de quem gere determinada conta de Instagram, Facebook, blogue ou outra. E não é justo passar a sensação que nos devem algo, só porque consumimos o seu conteúdo. Pelo mesmo princípio, também não o devemos a quem nos acompanha. Por isso, respirem. Desfrutem [mesmo quando é o vosso trabalho]. E, sobretudo, ouçam a vossa vontade e respeitem-se. Essa é a melhor forma de valorizarem os vossos leitores.

Em simultâneo, é a maneira mais favorável de enaltecerem os vossos projetos. Caso contrário, podem ficar desmotivados, perder o interesse e, inclusive, virem a desistir de uma ideia/iniciativa que tanto vos entusiasmava. Porque cobrar toldou o vosso discernimento e fez com que deixassem de compreender qual o motivo que vos fez arriscar e avançar.

Portanto, priorizemos sempre o que nos corre no peito. Pela verdade.


 FAÇAM O QUE VOS APETECE 

No final do dia, as redes são apenas isso. Como mencionou a Sofia no episódio mais recente do seu podcast - Crise de Identidade [que, a propósito, recomendo em pleno] -, podemos parar. Não temos de estar sempre a mostrar conteúdo, caso a nossa vontade seja estar onfline. Porque não há uma maneira exclusiva de construirmos a nossa bolha digital, nem de sermos relevantes. Quem chega por bem sabe esperar e aceitar o nosso ritmo. Caso não o faça, lembrem-se, o importante é que vocês se sintam serenos. Porque o vosso espaço não é o dos outros.

Cuidem de quem vos apoia e mostra interesse. Mas não [se] cobrem. Neste panorama a transbordar de novidades, ainda são a autenticidade e a espontaneidade que tecem belos fios de proximidade. Saibamos manter esse nó seguro. Mesmo que nos apeteça desligar. Não é o fim do mundo.



«Sou América Latina
Sou um mar e todo o sal
Sou a rosa pequenina
Sou o peixe e sou coral

[...]

Sou da rua
Sou do tempo
Da alegria sou rebento

[...]

Sou o que os meus olhos veem
O que consigo imaginar
Sou o que no papel escrevo
Sou onde o vento me levar»

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... Corujas!

[A elegância e a liberdade do seu voo despertam-me um interesse singular. Símbolo de sabedoria e mistério, têm, ainda, a beleza das suas cores. E, confesso, de todas as espécies, a Coruja das Torres é a minha favorita por ser tão distinta das demais. Que animal majestoso!]

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«Era uma vez um rei que fez promessa 
de levantar um convento em Mafra»


O percurso de cada estudante é distinto, por isso, permaneço relutante à imposição de estudar certas obras. Ou, talvez, apenas continue a recear a abordagem em sala de aula, pois pode condicionar a proximidade com as mesmas. Enquanto aluna do secundário, não consegui estabelecer qualquer vínculo com os livros obrigatórios. Não só porque me faltou o estímulo apropriado, mas também porque ainda não tinha maturidade literária para compreender a mensagem. Após uma experiência negativa, senti que estava na hora de regressar a José Saramago.

«Calaram-se os homens, indignados, das freiras não se ouvia agora um suspiro»

Memorial do Convento transporta-nos para Mafra, maioritariamente, mas faz-nos descobrir um mundo maior, sobretudo, quando nos concentramos nos valores que movem o ser humano. Porque o poder ainda impera numa sociedade com claras divisões entre classes. No entanto, não é necessário avançarmos muito nesta história - com tantas outras dentro - para identificarmos o seu tom irónico e a crítica social inerente. Além disso, compreendemos que é um autêntico tributo ao povo anónimo, sempre subjugado, mas que não vira costas ao trabalho - nem à luta.

«Já sabemos que destes dois se amam as almas, os corpos e as vontades»

Num país e num tempo em que as superstições adquirem força, e as fogueiras da Inquisição são um destino quase inevitável, «há três loucos portugueses» que se afiguram no nosso pensamento, porque trazem na bagagem e no peito uma missão e uma essência inspiradoras. E é impressionante como, acompanhando-os, verificamos que existem muitos aspetos atuais, sendo exemplo disso a falta de oportunidades de emprego para pessoas com algum tipo de limitação, o papel diminuído da mulher, a cegueira religiosa, a pobreza e o suicídio. Assim, num misto de sonho e de revolta, cruzamo-nos com vidas muito distintas, mas que parecem combinar na perfeição. Por essa razão, Blimunda, Baltasar e o Padre Bartolomeu serão sempre a minha parte favorita desta narrativa.

«(...) que seria de nós se não sonhássemos»

A escrita, para um primeiro contacto com o autor, continuo a sentir que não é tão intuitiva - e reconheço que há pormenores a mais, que pouco acrescentam à ação. Contudo, fiz as pazes com esta obra, porque compreendi a riqueza das suas entrelinhas. A harmonia com a Natureza [enquanto elemento e enquanto caráter]. As viagens idílicas. A dor da perda. O tom cómico. E, sobretudo, o poder dos sonhos e das promessas. Ainda que o final me tenha custado, transmite uma energia especial.

«É quando somos velhos que as coisas que estão para vir começam a acontecer»

Memorial do Convento tece uma linha bastante ténue entre a realidade e a ficção. E interliga, com equilíbrio, os dados históricos com a beleza de um texto que é sobre amizade, rebeldia, sacrifício e amor.

«(...) pela primeira vez sentiu o vazio do espaço»


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«Há vazios que só se preenchem com um pouco mais de si»


O ato de nos observarmos ao espelho nem sempre é pacífico, porque há complexos que assumem uma importância perigosa, alimentando uma autoestima mais frágil. E em nada melhora, quando os padrões da sociedade nos minimizam, perpetuando a sensação que só pode existir um tipo de corpo, de opção, de caminho. Até quando cairemos neste erro?

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Tema: Um livro do teu autor favorito


Coimbra, cantam, tem mais encanto na hora da despedida. Porém, eu aprecio mais a chegada, porque posso perder-me pelas suas ruas. Nesta cidade de estudantes, já vivi momentos maravilhosos, enquanto visitante, de capa traçada. Mas não foram os únicos fragmentos a deixar-me saudades. Por isso, tendo este palco emocional na bagagem, senti que o melhor tema para a acompanhar seria um que perpetuasse o vínculo. E, portanto, selecionei uma obra de Miguel Esteves Cardoso.

«Um nome é um pequeno texto»

Último Volume envolve 41 crónicas independentes, estabelecendo uma ponte entre questões triviais, política e emoções. Publicado um ano antes de eu nascer, tem muito daquilo que é o autor na sua essência, atendendo a que se foca nas pequenas coisas da vida para nos deslumbrar com o seu tom mordaz, provocador e humorístico - mesmo quando afirma já ter perdido a graça -, que é logo evidente no Prefácio. É por essa razão que é sempre tão enriquecedor descobri-lo.

«Os únicos sonhos de que vale a pena falar são os que não nos deixam dormir»

Reconheço que não se tornou um dos meus exemplares favoritos, pois houve vários textos que não me tocaram profundamente. No entanto, seria impensável não gostar, porque a sua escrita desafia-nos. Fascina-nos. Além disso, por mais que discorde de certos pontos de vista, agrada-me a cadência com que os desenvolve, proporcionando-nos novas reflexões. Num apontamento particular, Como Esquecer e Intimidades foram duas das crónicas que conquistaram o meu coração por inteiro. Sorte a minha por este não ser o Último Volume que tenho de Miguel Esteves Cardoso para ler. Porque evoluo com as suas palavras.

«O amor é o que fica quando o coração está cansado. Quando o pensamento
está exausto e os sentidos se deixam adormecer, o amor acorda para se apanhar»

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«A criatividade é contagiosa»


Os pensamentos periclitantes tecem mantos de ideias que parecem inesgotáveis. No entanto, enquanto estruturamos cada fragmento, há dúvidas que nos contagiam, numa síndrome de impostor paralisante, como se nenhum deles fosse digno de transitar do papel. E o cenário é mais desmotivante, quando nascem projetos onde apreciaríamos aventurar-nos. Neste instante, a questão que se impõem é: até que ponto devemos avançar, se parecem existir inúmeras iniciativas do mesmo género?


 A VONTADE 

Há um estado de alma que considero imprescindível antes de nos comprometermos com algum projeto: desenvolvê-lo por nós, porque nos entusiasma e faz sentido. É por isso que menciono - com regularidade - que continuo a escrever para mim, com a diferença que, à posteriori, o partilho nesta casa virtual. Porque devemos ser os nossos maiores apoiantes. E, além disso, devemos confiar na mensagem que procuramos transmitir - seja ela momentânea ou, então, prolongada no tempo.

Quando ponderei transformar o Alma Lusitana num desafio/clube de leitura [em vez de permanecer como celebração do Dia do Autor Português], oscilei até chegar ao veredicto final, atendendo a que vi nascer vários formatos semelhantes. Mas, depois, compreendi que estava a colocar a tónica no lado errado da questão. Porque é que tenho de me silenciar, se é algo que me acrescenta? Porque é que tenho de largar a mão de um conceito que me deu imenso prazer a organizar, só porque outras pessoas quiseram caminhar no mesmo sentido? Se eu sinto que tenho uma voz diferenciadora, invisto, porque há espaço para todos.


 O ESPAÇO QUE OCUPAMOS 

Acredito, genuinamente, que podemos conversar sobre os mesmos temas, sem que isso nos melindre enquanto criadores de conteúdo, uma vez que as abordagens serão distintas. A forma como interpreto determinado texto ou como exploro um assunto predominante depende da emoção que grita no meu peito. Portanto, o que chega a quem lê/vê/ouve tem a minha essência. E isso não pode ser reproduzido em mais nenhum lugar.

Deste modo, temos, antes, de nos preocupar em seguir a linha que nos mantém fiéis à nossa imagem - e sem nos colarmos aos demais. O resto terá de ser secundário, porque não pode ser a fonte do nosso salto ou da nossa desistência. Assim, ouçam-se. E respeitem a vossa vontade.


 TEMPO E CONSISTÊNCIA 

Numa época em que consumimos tanto conteúdo digital, é natural que se hesite e, sobretudo, que se reconsidere a pertinência do timing em que se lança esse projeto. Porque a oferta multiplica e parece que recebemos estímulos de várias partes. Por consequência, sente-se o medo inerente ao sentido de oportunidade, receando que o lançamento se perca no meio de muitos outros. Contudo, mais que o tempo, sinto que é a consistência que marca a diferença e a fidelização das pessoas.

O ato de perpetuar a ideia, de a ir desenvolvendo com prospeção de futuro, faz com que o investimento seja encarado com outra seriedade, porque a predisposição para construirmos degraus e alternativas é desafiante. E esta deve ser a nossa motivação: o frio na barriga por, em parte, abrirmos uma nova porta e sairmos desta bolha de conforto.

Em simultâneo, que mal tem se as pessoas não aderirem logo? O mais importante é que se divirtam e que entendam como é que o projeto vos permite evoluir. Claro que é maravilhoso quando os outros se interessam, alterando a energia para melhor. No entanto, sinto que limitar a decisão a este fator traz mais prejuízos do que benefícios.


 NA DÚVIDA, ARRISCAR SEM MEDOS 

Ou com eles. Não importa, desde que não desistam de uma ideia apenas porque há mais pessoas a pensar num conceito idêntico. Atenção, eu entendo e também já fiquei neste limbo. Mas será que querem mesmo seguir esse caminho? Até porque, por esta ordem de ideias, só poderia existir um modelo dentro de cada categoria e isso não acontece. Aliás, a magia reside nessa diversidade, ainda que partam do mesmo lugar.

Procuramos todos um conteúdo inovador, que desperte nos demais um interesse genuíno e sem que sintam que houve tempo desperdiçado. Mas concedam espaço para explorar aquilo que vos entusiasma. Façam ouvir a vossa voz interior. E, principalmente, não vivam com a sensação que poderiam ter criado algo especial para vocês, mas que ficou guardado na gaveta devido a condicionantes externas. Os nossos projetos são mesmo relevantes, desde que feitos com verdade. Não os desperdicemos.


Já abandonaram alguma iniciativa porque 
viram outras semelhantes a aparecerem?

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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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