30 ANTES DOS 30 || OUTLANDER:
NAS ASAS DO TEMPO

Fotografia da minha autoria



«Uma heroína moderna que se vê transportada 
para a Escócia do século XVIII»

Possíveis gatilhos: abuso emocional, verbal e/ou 
físico, morte, sexo, agressão, violência, tortura


A minha infância ficou marcada por alguns desenhos animados, como é o caso d' As Três Irmãs, cujo genérico ainda sou capaz de cantarolar. Baseados nas histórias criadas por Rose Capdevilla, o que distinguia os episódios era o facto de as gémeas viajarem no tempo, quando faziam algo errado. Portanto, esta possibilidade narrativa fascinou-me sempre e pude recuperar um pouco dessa magia no livro de Diana Gabaldon.

«Não sei agora se caminhei em direção à fenda»

Outlander: Nas Asas do Tempo tem uma premissa intrigante. Contrariamente ao que é habitual em mim, comecei pela adaptação televisiva [transmitida no AXN White], que me despertou um interesse maior pela obra da autora, atendendo a que, em traços gerais, conhecemos uma ex-enfermeira do Exército, numa segunda lua de mel com o marido, quando é transportada para o ano de 1743, devido a um gesto inocente. No meio do conflito entre ingleses e escoceses - e aproximando-se da causa Jacobita -, mais de 200 anos separam a realidade de Claire daquele mundo que se afigura à sua frente. Assim, vê-se obrigada a superar um conjunto de privações e incertezas, procurando sobreviver, enquanto traça um plano para regressar a casa.

«Quer fosse por ordens ou por tato, eram bastante discretos 
a esse respeito, mas eu sabia que era permanentemente vigiada»

Neste primeiro volume, encontrei uma escrita bastante coesa, que interliga descrições minuciosas com humor, erotismo, sexo, uma dose de fantasia e um ambiente de ficção histórica, que me parece bem defendido. Pelo menos, é notória a pesquisa desenvolvida. Além disso, tem a particularidade de ser muito visual, levando-nos de imediato para a situação descrita. Embora tenha presente a primeira temporada da série, sinto que a imagem em nada me condicionou, uma vez que as palavras têm um carisma próprio. Mesmo que partisse para a leitura sem essa bagagem, criaria o contexto na minha imaginação. Em simultâneo, foi curioso ler certos diálogos, porque quase conseguia ouvia a voz das personagens, o que trouxe mais familiaridade a esta experiência.

«Abraçou-me com força, sem falar, e pude sentir os batimentos do coração na sua garganta»

Reconheço, ainda assim, que há passagens que poderiam ser menos demoradas, para não quebrar o ritmo da ação. E, também, que existem incoerências no comportamento dos protagonistas, tornando-os questionáveis e enfraquecendo a solidez com que foram criados na narrativa. Por outro lado, esta análise pode ser fruto da maneira como observamos a época em questão. E sinto que essa talvez seja a maior dificuldade, porque tendemos a julgar os ideais do passado com o conhecimento do presente. É um exercício lógico, mas convém que não nos limite. Deambulando por um cenário de romance, drama, superstições e tortura, a complexidade das personagens foi um dos aspetos que mais me cativou neste livro, até porque pressupõem que revisitemos os nossos valores e aquilo que consideramos ser uma verdade absoluta.

«Eu ia perdê-lo para sempre e, se não pudera falar de amor com ele antes, não podia fazê-lo agora»

Outlander: Nas Asas do Tempo é uma montanha russa de emoções, porque coloca os nossos limites - físicos e imaginários - em perspetiva. A transbordar de reviravoltas, creio que necessitamos de embarcar nesta viagem com a energia certa. Não só porque há muita coisa a acontecer, mas também porque há cenas violentas - a vários níveis -, que nos revoltam. E é no centro de uma pesada carga emocional que se alia o misticismo com o realismo, não nos deixando indiferentes. Com o coração entre dois mundos, que impacto terá conhecermos o futuro?

«Porque onde todo o amor existe, não há necessidade de palavras. É tudo. É imortal. E basta»


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Comentários

  1. Não conhecia a série nem o livro, vou levar a sugestão.

    Obrigada pela partilha.

    Beijinho grande, minha querida!

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  2. Acredito que seja um bom livro de ler
    Abraço

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  3. Ja tinha ouvido falar da serie, fiquei curiosa em relação ao livro :)

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    Respostas
    1. A série está muito fiel ao livro, pelo menos, a primeira temporada. Ainda assim, claro, o livro traz outros pormenores :)

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  4. Fiquei com vontade de ler, acho que vou gostar muito
    Beijinhos

    Coisas de Feltro

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  5. Deve ter mesmo uma historia bem gira para conhecer, mas no meio de tantos livros e artistas esse ainda não tinha ouvido falar
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  6. Já li este livro há uns 10 anos penso eu (acho que tinha 18 anos, mas fica 1 bocado confuso) e continua um dos meus livros favoritos. Em Português só li metade da coleção ainda, e em inglês já li todos. Mas este foi aquele que mais gostei

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    Respostas
    1. Tem uma dinâmica mesmo interessante :)
      Ainda só li este, mas vou querer aventurar-me nos restantes

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  7. Comecei a ver a série, mas acabei por desistir... Achei muito parada

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