pessoas que conhecemos nas férias, emily henry

Fotografia da minha autoria



«Mas a maior parte de nós tem demasiado medo até de pedir o que queremos, 
para o caso de não podermos tê-lo»

Gatilhos: Bullying, Saúde Mental


A lista para a Feira do Livro do Porto, de 2023, foi pensada de um modo mais consciente e um dos títulos não foi escolhido por mim. Já tinha esta ideia pensada e, no decorrer de uma das nossas conversas, desafiei a Sofia a indicar-me um livro para eu comprar. E foi assim que, finalmente, me aventurei em Emily Henry.


 o que aceitamos para preencher vazios

Pessoas Que Conhecemos nas Férias é uma comédia romântica sobre Poppy e Alex. Aparentemente, não há qualquer ponto em comum entre eles - ela é excêntrica, ele é modesto; ela adora viajar, ele adora ficar em casa -, mas uma longa viagem de carro muda tudo: a relação de amizade estreita-se e, inclusive, criam a tradição de passarem as férias de verão juntos, todos os anos, «até ao dia em que estragaram tudo».

Este ritual trouxe-me uma noção de constância: muita coisa aconteceu ao longo de uma década, houve muitos amores, dilemas e feridas a serem saradas, mas eles estavam ali um para o outro, no meio das suas diferenças. Achei esta imagem comovente, porque faz-me acreditar que há elos na nossa vida que se constroem com bons alicerces, mesmo que, posteriormente, exista alguma turbulência. Nenhuma relação é linear e creio que isso foi bem explorado nesta história.

Numa viagem entre o passado e o presente, a vontade de perceber o que aconteceu entre Poppy e Alex é audível. Apesar de se ir tornando evidente o rumo da narrativa, não senti a experiência comprometida, porque tem imensas camadas e, sobretudo, tem personagens bem construídas, com conflitos e comportamentos credíveis, que nos aproximam das suas vivências.

Outro aspeto que achei fascinante foi a tal dicotomia que caracteriza os protagonistas, não tanto ao nível da personalidade de cada um, mas mais ao nível daquilo que esperam do seu futuro, daquilo que querem para si. E dei por mim a desejar que se entendessem. Podemos estar perto e, mesmo assim, viver em planos completamente distintos, mas isso não tem de significar uma quebra de laços. Amadurecer é, também, compreender que podemos caminhar lado a lado, mas com metas diferentes, por vezes, divergentes. Por consequência, sinto que este quadro reforça a importância da comunicação.

As comédias românticas não têm a maior expressividade nas minhas leituras, mas adorei descobrir esta. Pessoas Que Conhecemos nas Férias tem um excelente equilíbrio entre as partes cómicas e as partes dramáticas, e deixou-me a refletir sobre tudo aquilo que aceitamos para preencher vazios.


🎧 Música para acompanhar: I Only Have Eyes For You, The Flamingos


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8 Comments

  1. Confesso que não é o género literário que mais gosto, mas fiquei com curiosidade.
    beijinhos,
    https://chicana.blogs.sapo.pt/

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    1. Também não é um género que costume ler, mas foi uma bela surpresa ☺️

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  2. Fiquei bastante curiosa com esta sugestão *.*

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  3. É um género que nunca li, mas este fiquei curiosa.
    Beijinho grande, minha querida!

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  4. Ainda só li o primeiro da autora, mas quero ler os seguintes.

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