diogo, luís franco-bastos
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Fotografia da minha autoria |
A primeira parte do espetáculo ficou à responsabilidade do Pedro Sousa, humorista que fiquei a conhecer graças a Roda Bota Fora. Tenho-o acompanhado desde então (na comédia e no podcast) e sinto que o crescimento é notório. Gostei logo do seu tipo de humor, mas sentia que o ritmo era desproporcional, ou seja, a piada estava lá, mas precisava de ser rápido a alcançá-la e a preencher o silêncio. O que, creio, é natural para quem está a começar e ainda não tem um público definido. Neste texto, senti-o muito mais seguro, tranquilo, a acompanhar a energia da sala. Além disso, transitou muito bem entre ideias, trazendo alguns tópicos sobre os quais também reflito, e achei fabulosa a maneira como interligou tão bem com o texto do Franco-Bastos.
Em Diogo, ficamos não só a saber a dificuldade que os pais do Luís tiveram para escolher o seu nome, mas também a sua própria relação com os progenitores e a paternidade. Nesta espécie de consulta de psicologia invertida, antes de tudo, começamos a falar sobre lavagens de automóveis suspeitas, que serão ponte para outras análises. E se, num momento inicial, nos podemos questionar sobre como é que as coisas que entrelaçam, rapidamente percebemos que o humorista faz esses nós na perfeição. Essa é outras das características que mais me fascina no seu trabalho, porque nunca deixa morrer uma história: guarda-a até ser a altura certa de a recuperar.
A cadência do texto é excelente, desconstruindo experiências e partilhando memórias, dúvidas e conquistas. Sendo o seu solo mais pessoal, não deixou de explorar algo que ainda é desconfortável para a maioria de nós: conversar sobre a morte e o processo de luto. É algo que ele faz desde que perdeu os pais, mas o público nem sempre acompanha essa abertura. O humor tem os limites que o humorista quiser definir (assim como o público), por isso, acho que é possível fazer piadas com tudo e com todos. A única coisa que difere é se tem ou não graça. E, se tiver, é inquestionável o objetivo. Enquanto ia escutando os bits, não deixei de me questionar sobre qual seria a minha reação numa circunstância idêntica, não deixei de ficar impressionada com o sangue frio que precisamos de ter, mas também não deixei de me rir com vontade, porque o texto é bom e porque o Franco-Bastos é exímio a entregar-nos a piada.
Diogo é íntimo e conta com algumas imitações, mas de personagens genéricas. Ao falar da sua família, coloca um holofote na pessoa que é e é mesmo interessante perceber todas as dicotomias que nos habitam. Sem momentos mortos, é comédia de alto nível. E termina com a melhor receita de sopa que possam imaginar.
As tuas palavras transportaram-me para o espectaculo *.* Deve ter sido um espectaculo muito bonito e memorável 💛 Sao estas pequenas memórias que enchem a nossa vida ✨
ResponderEliminarTily 🌷
Foi mesmo incrível, minha querida 😍 voltaria a ver sem qualquer problema.
EliminarMuito obrigada 🫶🏻
Andreia deve ter sido um momento incrível pra você, e por falar em sopa eu adoro, bjs.
ResponderEliminarFoi mesmo, Lucimar!
EliminarConfesso que não sou a maior fã de sopa, mas esta receita teve muita graça 😂
A minha relação com a comédia é um pouco distante. Mas, confesso que fiquei curiosa com este espetáculo. O Luís tem um talento fora do vulgar a imitar pessoas conhecidas.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
É dos humoristas que mais gosto de acompanhar! Fico a torcer para que o espetáculo saia, online, num futuro breve, para que todos consigam ver 🥺
EliminarParece ter sido bastante interessante 😊
ResponderEliminarFoi incrível 😍
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