sete dias, sete álbuns

Fotografia da minha autoria



«Alô? Futuro Presidente ligou»


Os arquivos do blogue guardam uma série de publicações em que o sete era elemento central. Por ser um número que aprecio, partilhei, entre tantos outros temas, sete releituras que pretendia fazer, sete músicas inspiradas em livros, sete detalhes fotográficos, sete séries que conquistaram o meu coração, sete instrumentos musicais. E poderia continuar, até porque procurava construir uma semana temática.

Com alguma nostalgia alicerçada, resolvi recuperar parte deste conceito e associar um álbum a cada um dos sete dias da semana. Escusado será dizer (mas dizendo) que estes discos, lançados este ano, são os que mais tenho ouvido nos últimos tempos (optei por não incluir Afro Fado). Aliás, sinto-me a viver dentro dos seus temas. Mas também vos confesso que o meu pódio é ocupado pelo Dillaz, pelo Diogo Piçarra e pelo Ivandro.


 segunda-feira

O meu dia favorito na semana, por ser sinal de recomeço e de reencontro; talvez de mais uma oportunidade. Por esse motivo, e para começar da melhor forma possível, escolho SNTMNTL, do Diogo Piçarra.

O álbum mais recente de um dos artistas que mais admiro representa uma aventura pela música eletrónica, mas sem esquecer as origens e aquela que é a sua identidade. Como o próprio procurou transmitir através do título, este trabalho «não significa só sentimental» - daí a omissão das vogais - e, creio, é mais uma prova do quanto consegue ser camaleónico. Saberamar, Sorriso e Amor de Ferro são as minhas preferidas.



 terça-feira

Para continuar com a energia em alta, no segunda dia da semana, trago O Próprio, do Dillaz.

Tem sido fascinante acompanhar o seu percurso e compreender como usa as letras para explorar temas vitais para a sociedade - ou como expõe as nossas hipocrisias. As melodias ficam no ouvido, mas são as palavras que nos prendem: pela ausência de filtro, pelo tom mordaz e por sentir que se vai desafiando a cada nova canção. A linha narrativa torna o todo mais estimulante. Alô, Direção Paris e Colãs são as minhas favoritas.



 quarta-feira

O meio da semana (uma vez que o meu horário é de segunda a sexta) exige uma voz revolucionária, que nos mantenha focados e motivados. Portanto, trago-vos Vai-se Andando?, Do Edmundo Inácio.

O álbum de estreia inspira-se na música portuguesa, espanhola e do Médio Oriente, e demonstra o compromisso de «modernizar as suas raízes». Com letras que interligam temas fraturantes, com melodias que vão do Rock ao Fado, também há uma mensagem de ativismo. Destaco A Festa, Minha Mãe e Mulheres.



 quinta-feira

A minha energia, à quinta-feira, já começa a demonstrar uma certa acalmia, por isso, pensei num álbum que trouxesse tranquilidade, alguma vontade de dançar e fosse versátil. Assim, fui para Trovador, do Ivandro.

A voz do Ivandro enche-me as medidas e, até à data de lançamento do disco de estreia, não tinha ouvido qualquer tema que tivesse defraudado as minhas expectativas. Ao longo de 21 canções, parece que fazemos uma travessia pelas memórias do artista e pelas suas origens. Há um grande equilíbrio nesta viagem e, na lista de favoritas, destaco Chamadas, Chakras e Equilíbrio.



 sexta-feira

É às sextas-feiras que faço a minha pesquisa pelas novidades da semana. Portanto, fez-me todo o sentido associar um álbum que foi uma autêntica descoberta, o Cara de Espelho, dos Cara de Espelho.

Há uma crítica e uma provocação que não passam despercebidas. Em simultâneo, encontramos uma sonoridade singular, numa simbiose entre a música popular e a música tradicional portuguesa. Esta banda funde nomes que marcaram o nosso panorama e é mesmo curioso perceber como é que alinharam tão bem as suas identidades. Cara Que é Tua, Político Antropófago e Tratado de Paz estão na minha lista de favoritas.



 sábado

Gosto de sábados serenos, sem compromissos, a desfrutar só da minha casa. Mas, por outro lado, também é um dia que convida a sair. E o álbum Beco Com Saída, da Diana Lima, une muito bem esses dois mundos.

Na realidade, é um EP, «que marca o seu regresso aos trabalhos de longa duração» e que nos abre a porta para um mundo intimista, mas com um ritmo que nos embala para diferentes estados de espírito - e ocasiões. Não Somos Iguais, Rotina e Ponto Para Terminar ocupam o meu pódio de preferências.



 domingo

É o dia da semana que menos gosto, devo confessar. Por essa razão, preciso de um álbum que me permita apaziguar esta sensação e, quem sabe, curtir a minha neura. Para Dançar e Para Chorar, da Teresinha Landeiro, foi a escolha mais óbvia.

O Fado está muito vincado na sua identidade, mas também se permitiu explorar diferentes sonoridades e, ainda, as palavras de outros artistas, tornando-as um pedaço de si, como afirmou. Nesta dicotomia - entre o choro e a dança -, encontramos um trabalho mais maduro, que também a fez regressar às origens do folclore. Chegou a Hora, Maré de Sorte e Fiz Esta Canção Para Ti foram as que mais me conquistaram.

6 comments

  1. Uma musica por dia, nem sabe o bem que lhe fazia *.* Por aqui ando rendida às vozes de Billie Eilish e Leo Middea :)

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    1. Gosto imenso da Billie Eilish 😍 tenho de ir descobrir o Leo Middea

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  2. Andreia gostei muito das suas seleções, lindas canções bjs.

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  3. O do Diogo está tão mas tão lindo!
    Da Diana conheço algumas músicas e gosto bastante também.

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    1. Está mesmo 😍 sinto-me a viver nesse álbum desde que saiu

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