Fotografia da minha autoria |
«o gosto dos outros»
A Maria Francisca Gama, no mês passado, escreveu seis referências para a rubrica O Gosto dos Outros, da Revista Visão. Depois de ver/ler a sua partilha, fiquei com vontade de replicar a dinâmica, acrescentando mais alguns tópicos e aproveitando para interligar favoritos de vida e do momento e uma breve homenagem.
restaurante
Casa da Terra, Ponte de Lima
Um espaço acolhedor, onde cada prato pretende «homenagear as nossas heranças gastronómicas». Localizado na antiga Cadeia das Mulheres, promove os produtos do concelho de Ponte de Lima, privilegiando um traço moderno e bastante original. Optei pelo Hambúrguer de Alheira (servido em pão de cerveja) e uma Cerveja Artesanal da casa e foram escolhas vencedoras. O atendimento atencioso também merece destaque.
memória
Kodak Fun Saver
A fotografia entrou cedo na minha vida e o momento de revelar cada captura era imprevisível e especial por isso mesmo. Em abril, como prenda de aniversário, uma amiga ofereceu-me uma máquina descartável para usar em Madrid e isso ativou muitas memórias de infância/pré-adolescência. Ainda não revelei o rolo, até porque não o gastei todo na viagem, mas estou desejosa de o fazer e de reviver esta experiência maravilhosa.
podcast
Voz de Cama, Tânia Graça e Ana Markl
Um dos meus objetivos para este ano era, finalmente, maratonar Voz de Cama, que junta a psicóloga-sexóloga Tânia Graça e a locutora e autora Ana Markl. Neste podcast, respondem a dúvidas dos ouvintes, sempre com muita empatia e simplicidade, embora existam temas bastante complexos. São duas comunicadoras natas, que, sinto, não se levam nada a sério, mas que têm um profundo respeito pelos dilemas dos outros.
sítio
Jardins do Palácio de Cristal
É um dos meus lugares favoritos do Porto: pelos recantos que nos permitem estar sozinhos com os nossos pensamentos, pela partilha, pela beleza, pela paisagem, pela paz que sinto sempre que passeio pela sua avenida e escolho um lugar para me sentar. Além disso, com a Biblioteca Municipal no seu regaço, não faltam opções culturais. É um sítio que recomendo sempre que pedem sugestões para visitar na Invicta. Com a nova edição da Feira do Livro à porta (23/8 a 8/9), os Jardins do Palácio de Cristal tornam-se ainda mais mágicos.
família
Colos e Despedidas
Este ano está a ser emocionalmente desafiante. Por um lado, vi a família a aumentar e, por outro, tive de me despedir de uma das minhas pessoas favoritas: o meu tio M. era dos seres humanos mais cultos e interessados deste mundo, e sei que era um dos meus maiores apoiantes: não só em relação ao meu percurso, mas também em relação à escrita. Acho que tinha sonhos para mim que não sei se serei capaz de concretizar, mas nunca os impôs e, por isso, sempre os encarei como fonte de motivação. Se, um dia, lá chegar, será muito pela força dele. Num plano oposto, «vi» nascer a L., filha de dois grandes amigos, e, mais recentemente, o meu primo T. Vieram trazer um novo alento aos meus dias e sei que estarei sempre aqui para lhes dar colo e amor - e talvez lhes consiga passar um pouco daquilo que o tio das barbas me ensinou.
escritoras
Tânia Ganho e Rita da Nova
Vou fazer uma pequena batota e mencionar dois nomes, porque estou cada vez mais rendida à escrita de ambas. São duas vozes do panorama nacional que quero muito que cheguem a um público cada vez mais vasto, pelas temáticas que abordam e pela forma tão fascinante com que o fazem. Sinto que têm muitos mundos para partilharem connosco e que têm identidades muito distintas, ótimo para alargarmos horizontes.
livros
Deriva, Amêndoas, Maus Hábitos, Não Me Esqueças e Desvio
Nas leituras deste ano, cruzei-me com narrativas comoventes, que permanecerão comigo. Ainda assim, para que esta lista não ficasse demasiado extensa, apenas recuei até junho e compilei cinco nomes: Deriva, de Madalena Sá Fernandes, que reúne uma série de crónicas extraordinárias da autora; Amêndoas, de Won-Pyung Sohn, que nos conta a história de Yunjae, um jovem com uma condição neurológica que o impede de identificar e expressar sentimentos; Maus Hábitos, de Alana S. Portero, que retrata a dificuldade de crescer no corpo errado, ao mesmo tempo que nos mostra a influência do lugar onde se nasce; Não Me Esqueças, de Alix Garin, um livro sublime sobre memória, perda e a batalha silenciosa que é o Alzheimer; e Desvio, de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho, que acompanha a travessia de um jovem a tentar descobrir o seu caminho.
vesturário
Saia-Calção
Há dias em que olho para o meu armário e percebo que necessita de uma reestruturação. Sempre fui prática a vestir, mas gosto de ter peças que me façam sentir, em simultâneo, confortável e bonita. E encontrei isso nesta saia-calção, que comprei há uns meses, na C&A. Não perco a minha identidade, mas foge do registo habitual.
música
Gaudí e Even
A Capicua é extraordinária e o tema Gaudí, do álbum Madrepérola, continua a tocar, repetidamente, no meu Spotify - «eu vou colar esses caquinhos e fazer um Gaudí» é dos meus versos favoritos de sempre! Num plano musical recente, sinto-me a fazer morada no tema Even, que junta Richie Campbell e Van Zee - acho que as vozes e a energia combinam na perfeição e que tanto a melodia, como a letra ficaram excelentes.
cor
Lilás
Creio que cheguei à minha cor. Durante anos, assumi que seria o azul (e continuo a adorar), mas o lilás tem o meu coração por inteiro. Não sei se consigo encontrar uma justificação plausível, mas define-me.
6 Comments
Que post tão interessante. E que forma tão gira de conhecer mais sobre ti.
ResponderEliminarAdorei *.*
Beijinho grande, minha querida 😘
Oww, que bom! Obrigada, minha querida 💛
EliminarPor aqui tambem estamos rendidos ao podcast Voz de Cama *.* O Rui ate ja chegou a sentir-se mal em relacao a alguns assuntos abordados mas eu disse lhe que ele nao tem razoes para tal visto dar o seu melhor :) Olha essa peça de vestuario é bastante practica, eu é que ainda nao vi nenhuma que gostasse por isso uso calcao de ciclista por baixo da sala ou vestido :)
ResponderEliminarMelhor decisão de sempre começar a maratonar Voz de Cama, elas são incríveis 🤌🏻
EliminarÉ um lugar comum, mas a verdade é que ninguém nasce ensino e há coisas que vamos fazendo por acreditarmos ser o melhor (para nós e/ou para os outros). O importante é estarmos predispostos a ouvir e a respeitar aqueles que nos rodeiam.
Quando ando de vestido, também uso sempre calções, para andar mais confortável 😊
Gostei da dinâmica deste post 🤗
ResponderEliminarA culpa é toda da Maria Francisca Gama que me inspirou a fazer igual ahahah
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