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Fotografia da minha autoria |
Gatilhos: Referência a Perda e Luto
A Ana Rita Areias lançou o seu segundo livro de poesia, sucessor de Ad Astra Per Aspera (Por Ásperos Caminhos até aos Astros) e teve a amabilidade de me enviar um exemplar (à semelhança do que fez com o primeiro). Por mais que soe a lugar comum, sinto-me sempre grata e sensibilizada pela generosidade e confiança destes gestos.
as fases da vida em função das fases da lua
Expectus Luna - Esperando a Lua resulta de um hábito estranho da autora, segundo a própria, uma vez que tem a tendência para comparar os «ciclos da vida das pessoas com as fases da lua em que se encontram» e isso, por consequência, leva-a a associar um luar a cada batimento e um lugar para cada sentimento. Ademais, orbitando neste universo, vai-se questionando sobre o que pertence ao sol e o que pertence à lua.
Sinto que estes poemas são uma viagem de descoberta tanto em relação ao mundo, como em relação a si. E, tal como as fases da lua, vai oscilando entre diferentes temáticas, dicotomias emocionais e tudo aquilo que guardamos debaixo da pele; vai embarcando num jogo de luzes e de sombras, fazendo-nos olhar para questões que nos inquietam a todos, como é o caso da perda, da ausência, da solidão. Em simultâneo, resgata-nos para uma escrita quase autobiográfica, porque este sujeito poético, ao manifestar-se na primeira pessoa, traz-nos sempre a ilusão de ser tudo pessoal, íntimo.
Há, nestas páginas, uma combinação entre poesia escrita e poesia visual: não só porque os versos nos permitem imaginar as imagens/as situações descritas, mas também porque temos ilustrações a acompanhar alguns dos poemas. Achei esta dinâmica interessante, porque traz um apontamento extra, um toque distinto.
Sinto que estes poemas são uma viagem de descoberta tanto em relação ao mundo, como em relação a si. E, tal como as fases da lua, vai oscilando entre diferentes temáticas, dicotomias emocionais e tudo aquilo que guardamos debaixo da pele; vai embarcando num jogo de luzes e de sombras, fazendo-nos olhar para questões que nos inquietam a todos, como é o caso da perda, da ausência, da solidão. Em simultâneo, resgata-nos para uma escrita quase autobiográfica, porque este sujeito poético, ao manifestar-se na primeira pessoa, traz-nos sempre a ilusão de ser tudo pessoal, íntimo.
Há, nestas páginas, uma combinação entre poesia escrita e poesia visual: não só porque os versos nos permitem imaginar as imagens/as situações descritas, mas também porque temos ilustrações a acompanhar alguns dos poemas. Achei esta dinâmica interessante, porque traz um apontamento extra, um toque distinto.
«Mas o silêncio não vai embora
fez-se hóspede nas divisões vazias»
A Ana escreveu «Não gosto da tristeza/porque me arrepia e congela as mãos», o que consigo compreender, mas continuo a acreditar que os seus melhores poemas são aqueles que têm tristeza dentro, porque acho que é aí que mostra o seu potencial, é aí que nos faz empatizar com a sua saudade, a sua vulnerabilidade e a dor que se agrega, por vezes, aos detalhes, recuperando memórias de um passado não tão distante.
Não sou a leitora mais entusiasta de poesia que rima e confesso que tive uma ligação oscilante com este livro, porque nem todos os versos me falaram com a mesma emoção, não obstante, gostei que se perdesse em reflexões sobre o poder da escrita e a importância de aprendermos a confiar na nossa voz interior, ainda que seja difícil.
Expectus Luna - Esperando a Lua deambula, ainda, pelo que vamos aprendendo graças aos contratempos da nossa jornada, pelos amores suspensos, pelas feridas, por aquilo que ocultamos com medo de sentir, de mostrar fragilidades, e pelo luto. Gostava de ter encontrado um equilíbrio maior entre os poemas, com uma escrita mais madura, mas achei interessante que nos fosse mostrando uma travessia cheia de contrastes, porque, no fundo, o ser humano não é só feito de céu e de lua: constrói-se na junção de ambos.
🎧 Música para acompanhar: Teima, Pikika
Não sou a leitora mais entusiasta de poesia que rima e confesso que tive uma ligação oscilante com este livro, porque nem todos os versos me falaram com a mesma emoção, não obstante, gostei que se perdesse em reflexões sobre o poder da escrita e a importância de aprendermos a confiar na nossa voz interior, ainda que seja difícil.
Expectus Luna - Esperando a Lua deambula, ainda, pelo que vamos aprendendo graças aos contratempos da nossa jornada, pelos amores suspensos, pelas feridas, por aquilo que ocultamos com medo de sentir, de mostrar fragilidades, e pelo luto. Gostava de ter encontrado um equilíbrio maior entre os poemas, com uma escrita mais madura, mas achei interessante que nos fosse mostrando uma travessia cheia de contrastes, porque, no fundo, o ser humano não é só feito de céu e de lua: constrói-se na junção de ambos.
🎧 Música para acompanhar: Teima, Pikika
📖 Outro livro lido: Ad Astra Per Aspera
6 Comments
Fiquei bastante curiosa com esta sugestao :) Vou guardar no
ResponderEliminarsitio do costume *.*
💛💛
EliminarFiquei mesmo curiosa com este livro.
ResponderEliminarVou levar a sugestão *.*
Beijinho grande, minha querida 😘
Acho que ias gostar de ler 😊
EliminarSigo a autora mas ainda não tive oportunidade de ler o livro 🥺
ResponderEliminarHá-de chegar o momento :)
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