erosão, gisela casimiro
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Fotografia da minha autoria |
Um dos livros que veio comigo da edição mais recente da Feira do Livro do Porto foi Giz, de Gisela Casimiro. Queria tanto lê-lo que, na altura, nem refleti sobre as palavras do livreiro da Urutau, quando indicou que este era o segundo. Só mais tarde, e mesmo sabendo que são leituras independentes, é que resolvi adquirir o livro anterior, para ficar com a experiência completa e compreender todas as metamorfoses da autora.
o que se desgasta, o que se regenera
Erosão, por definição, é um desgaste lento e cada um destes poemas transporta-nos para essa imagem, porque nos mostra «o desgaste do corpo, a destruição das relações, a morte, o afastamento, a perda». E vai oscilando entre um tom melancólico e um tom irónico, entre um tom de esperança e um tom de alerta, que nos mantém por perto.
É sempre fascinante regressar à sua escrita, porque Gisela Casimiro tem o dom de tocar nas feridas, expor-nos a alma e tudo o que precisa de ser revisto e, ainda assim, realçar o processo de cicatrização, a catarse, a necessidade de nos redescobrirmos, de nos reinventarmos e de procurarmos e promovermos o nosso bem-estar, os nossos sonhos. A vida é feita de luz e de sombra e, aqui, convivemos com esses dois lados.
É sempre fascinante regressar à sua escrita, porque Gisela Casimiro tem o dom de tocar nas feridas, expor-nos a alma e tudo o que precisa de ser revisto e, ainda assim, realçar o processo de cicatrização, a catarse, a necessidade de nos redescobrirmos, de nos reinventarmos e de procurarmos e promovermos o nosso bem-estar, os nossos sonhos. A vida é feita de luz e de sombra e, aqui, convivemos com esses dois lados.
«Somos os que dançam demasiado
e demasiado depressa,
os que riem muito e riem demasiado alto,
os que escrevem e escrevem demasiado
sobre o que os desassossega
porque, se pararmos, a vida pode estar
à espera»
Tive alguma dificuldade em escolher poemas favoritos, porque houve sempre algo que me marcou em cada um deles e porque senti que estava numa conversa muito íntima entre o que nos corrói e a mudança que desejamos no pós-caos. Não obstante, tenho de destacar Sábado, Quando for grande, Sardas, O poema é um campo de batalha e Cicatrizes, pelo misto de delicadeza, de crueza e de vulnerabilidade que os caracteriza.
Erosão tão depressa explora problemas sociais como se foca em memórias da autora. Por isso, há versos que parecem ser uma denúncia e há versos que parecem colo. Independentemente da natureza, o certo é que ambos nos fazem refletir: quer em relação aos nossos valores, quer em relação a recordações que nos deixam saudades e contam a nossa história. Nesta travessia emocional, existe uma promessa de futuro.
🎧 Música para acompanhar: Erosão, Jasmim
Erosão tão depressa explora problemas sociais como se foca em memórias da autora. Por isso, há versos que parecem ser uma denúncia e há versos que parecem colo. Independentemente da natureza, o certo é que ambos nos fazem refletir: quer em relação aos nossos valores, quer em relação a recordações que nos deixam saudades e contam a nossa história. Nesta travessia emocional, existe uma promessa de futuro.
🎧 Música para acompanhar: Erosão, Jasmim
Só o excerto que partilhaste já me deu vontade de ler.
ResponderEliminarLevo como sempre a sugestão!
Beijinho grande, minha querida!
Vale mesmo a pena 😍
EliminarNão conhecia. Obrigada pela partilha.🤗
ResponderEliminar🥰🥰
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