as coisas maravilhosas de outubro

Fotografia da minha autoria

O aroma a canela pairou muitas vezes na cozinha, porque o outono combina bem com banana bread, cinnamon rolls, pumpkin spice latte e papas de aveia. Vamos só fazer de conta que, excluindo a bebida, não faço todas as outras receitas ao longo do ano. Mas a verdade é que este mês estava a precisar de todas as camadas doces que lhe pudesse acrescentar.

Não aconteceu nada de problemático, apenas não estava a contar que outubro fosse uma versão 2.0 de janeiro, demorando uma eternidade a passar. O cansaço tornou-se mais evidente e sei que fui deixando cair a minha parte mais criativa, porque não estava num espaço mental que o permitisse. Portanto, não houve poesia a acontecer nos cadernos agrupados na secretária, não me dediquei a pensar em conteúdo que fosse para além das opiniões literárias, continuo a ter apenas tópicos para crónicas no monólogo que mantenho comigo no whatsapp e a suposta história que comecei continua em pausa. Valeu-me a newsletter e, mesmo assim, sinto que são mais os programas culturais que se acumulam do que aqueles que sou capaz de descobrir. E isso não deixa de ser irónico: como é que num mês que aparenta ter o dobro do tamanho fica a sensação de ter existido tão pouco tempo para aquilo que me inspira?

A resposta continua a falhar, mas talvez ainda a venha a descobrir. Até lá, reabro o caderno onde registo todas as coisas maravilhosas que aconteceram: não só para ser mais fácil de as enumerar, mas também para funcionarem como prova de que nem tudo é caos. E outubro trouxe pessoas do digital para a vida real, teve novas experiências gastronómicas, a excitação por um eletrodoméstico novo (é aqui que se percebe que somos adultos, não é?), reencontros que são casa, mudanças (e dores pelo corpo, porque é nisto que a idade pesa), séries de conforto, surpresas e a compra de bilhetes para espetáculos que só acontecerão em 2025.

Olho para a fotografia inicial e, em parte, sei que é uma representação perfeita do quanto me senti este mês. Não porque saiba jogar xadrez, precisamente pelo contrário. Mas, no meio de tanta desorganização interna, guardo fragmentos que, creio, serão força motriz.

as coisas maravilhosas de outubro

os fragmentos aleatórios

Shibui Sushi

No dia em que fomos ver o espetáculo da Bumba na Fofinha, Sombra, tínhamos pensado voltar ao Bango, mas, uma vez que não arranjamos mesa, acabamos por experimentar o Shibui Sushi, no Mercado do Bom Sucesso, e sinto que não ficamos nada a perder com a troca. O sushi estava ótimo e adoro que consigamos ver a confeção das peças.

   

Garden Balthazar Caffe

O Garden Balthazar Caffe foi o ponto de encontro para um convívio inesperado. Não fazia qualquer ideia da existência deste espaço, mas fiquei rendida à sala, ao ambiente e às opções do menu. Optei pelas panquecas de pistache (panquecas brancas com mousse de pistache, preliné de pistache e pistache granulado), que estavam deliciosas. Quero muito regressar.

      

Ainda na componente gastronómica, a Miss Pavlova lançou mais dois sabores e claro que tivemos de ir experimentar a Pavlova Pumpkin Spice. Pessoalmente, preferia que o doce de abóbora fosse menos doce, ainda assim adorei. Por outro lado, provei, finalmente, as famosas almôndegas do IKEA e estão mais do que aprovadas!

   

Outros fragmentos que me encheram o coração: recebi um postal enviado pela Matilde. A minha gémea e o meu cunhado ofereceram-me uma camisola do Porto personalizada. Comprei um carrinho do IKEA para acomodar mais livros. E ofereceram-me um liquidificador.

   

   

A Clássica Editora e a Editora Miosótis enviaram-me exemplares dos seus catálogos.

as músicas e os álbuns

🎧 Luxemburgo, Plutonio;

🎧 Timmy's Prayer, Sampha;

🎧 Tradição, S. Pedro;

🎧 Asas, Elisa;

🎧 Eu Deixei, Carolina Deslandes.

💿 Éter, Inês Apenas;

💿 Fourteen Forty-Five, Sara Cruz;

💿 Fases, DØR

as publicações

pequena obsessão sem nome

Sempre utilizei todas as tiras que vinham em cada conjunto, mas não é que, ultimamente, dei por mim a tentar combiná-las com a capa do livro? Em vez de colar indiscriminadamente as cores, passei a escolher apenas uma. E, caso não tenha aquele tom em específico, aposto no mais próximo ou no que combinar melhor com as tonalidades da capa.

criar raízes

O mais curioso é que, ao imaginar novos trilhos, permanece o desejo de um regresso, porque sou filha destas margens e a despedida não faz parte da equação. Há dias em que sinto falta de mundo, há dias em que percebo que ganhei raízes.

os filmes, as séries e os podcasts

Este mês, regressaram duas séries que têm o meu coração por inteiro: Mentes Criminosas e S.W.A.T. - Força de Intervenção. Além disso, aproveitei para ver a segunda temporada de Heartstopper.

Irreversível

A nova série policial da RTP leva-nos até à Figueira da Foz por causa do homicídio de uma jovem de 17 anos. Na tentativa de solucionar o crime, compreenderemos que há segredos muito mais profundos, pontas soltas e várias relações duvidosas. Portanto, «crime e suspense são ingredientes» presentes neste argumento de Bruno Gascon.

🎤 Episódios de podcast que destaco: Isso Não Se Diz c/ Ana Moura e Watch.tm c/ Madalena Sá Fernandes. 

os livros

📚 alma lusitana

O Quarto Rosa, Francisca Camelo | Lunário, Al Berto | Aqui em Volta de Mim, Francisca Camelo

📚 12 livros para 2024

Criaturas Extremamente Inteligentes, Shelby Van Pelt

Outros livros do mês: Tudo Pode Ser Roubado, Giovana Madalosso | Intermezzo, Sally Rooney | Erosão, Gisela Casimiro | Pequenos Mundos, Caleb Azumah Nelson.

os momentos

Outubro chegou com um tempo instável (e a desculpa perfeita para pôr em prática uma das minhas atividades favoritas: acender velas pela casa), uma pequena gripe e uma agenda menos preenchida. 

   

   

A Marisa Vitoriano veio ao Porto e eu acabei por me juntar ao brunch que ela e a Sofia combinaram. Gostei muito deste encontro, até porque a Marisa é das pessoas que sigo há mais tempo. É sempre especial quando estamos com as pessoas com quem convivemos online, porque os laços passam do digital.

   

Sombra, Bumba na Fofinha

A Mariana Cabral, mais conhecida por Bumba na Fofinha, anunciou o seu novo solo de stand up, portanto, preparamo-nos emocionalmente para o campo de batalha que seria a compra de bilhetes. Na altura de Suar do Bigode não tive qualquer hipótese de a ver ao vivo, mas não queria que isso voltasse a acontecer. Felizmente, deu tudo certo (leiam tudo aqui).

   

Conheci o pequeno R. e matei saudades da sobrinha mais linda e amorosa!

Novembro, sê gentil ✨