Tu não eras tu
«Todas as decepções são secundárias. O único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos», Romain Rolland
Tu não eras tu quando te vi. Deitada naquela cama de hospital, de olhar vago, sem esperança e sem amor. Não eras tu. Não podias ser. Ainda te lembras de mim? Por favor, diz-me que sim. Recuso-me a aceitar que aquele teu toque sobre a minha mão foi apenas um reflexo e não a vontade que sempre tiveste de me proteger nos teus braços. Somos pequenos pedaços de nada quando a nossa memória nos atraiçoa. Será que algum dia te voltarás a lembrar? Ou será tarde de mais? Não partas já. Não agora. Não enquanto não sentir que o farás com dignidade. Perdoa-me o egoísmo, mas não suporto sentir-te ausente no exato momento em que permanecemos ao teu lado com claro desejo de te vermos a melhorar. A culpa não é tua. Não podia ser. Tens um coração demasiado bondoso para nos remeteres a este sofrimento sem igual. Foi essa doença que te arrancou de nós. E de ti. Tu não eras tu no dia em que te vi pela última vez. Eu não fui mais eu depois de me despedir de ti. Para sempre.
19 comments
A vida também tem destas coisas.
ResponderEliminarAdoecer, morrer é a tal lei da vida.
Os corpos gastam-se, enfermam-se e fica a dor.
Há que saber aceitar e aproveitar cada instante pois não se sabe o dia de amanhã.
Beijinhos
Vieram-me as lágrimas aos olhos.
ResponderEliminarIncrível este texto!
Bom dia querida!
Perder fisicamente alguém a quem amamos é realmente a maior das dores, a única em que a ferida jamais sara. :( Fica apenas a possibilidade de recordar, e o tempo no seu correr insensível faz com que um dia nos doa já não doer tão intensamente termos perdido quem tanto amávamos. :(
ResponderEliminarVou roubar a citação, já muitas vezes o pensei, nunca soube no entanto expressá-lo de forma tão assertiva.
Beijos*
É uma das partes tristes da vida :(
ResponderEliminartarasemanias.pt
Texto extramente tocante, que expressa sentimento pesaroso ao que a vida, inevitavelmente, nos prega.
ResponderEliminarBeijos.
Triste mas bonito. Afinal a morte também faz parte da vida...
ResponderEliminaradoro simplesmente o que escreves *.*
ResponderEliminarr: obrigada my darling :D
ResponderEliminarconcordo plenamente com a frase do Rolland..
ResponderEliminarxoxo
http://18shadesofglitter.blogspot.pt/
A frase é bem verdadeira! Lindo e verdadeiro texto sobre a realidade da vida.
ResponderEliminarBjos, Sheyla.
http://blogdmulheres.blogspot.com.br
Ao ler isto, não sei porquê, só consegui pensar na minha avozinha. Ela ainda cá está mas é cada vez mais frequente eu pensar no dia em que a vou perder... Os dias passam e eu sei que por cada dia que passa é um dia mais próximo de chegar o fim da sua viagem... Gostei muito deste texto apesar de carregar consigo tanta tristeza. É sentido, como são todos e talvez por isso todos eles sejam tão lindos
ResponderEliminarInfelismente a vida é maldosa! lamento que tenhas passado por isso!
ResponderEliminarbjxxx
:c emocionou-me mesmo
ResponderEliminarÉ sim muito triste, mas tem de ser,
ResponderEliminarnão há remédio que o possa evitar
Andreia, quem parte deixamos de ver
para sempre, porque jamais irá voltar.
Boa noite Andreia, um beijo,
Eduardo.
Uma das coisas mais triste que a vida têm, mas nunca podemos esquecer os momentos únicos que partilhamos com as pessoas em questão.
ResponderEliminarAdore a frase.
http://retromaggie.blogspot.pt/
Que triste, mas muito lindo este texto, estas palavras.
ResponderEliminarBeijinho grande querida*
Que texto lindo, Andreia! Fiquei até emocionado.
ResponderEliminarParabéns, você é uma ótima escritora!
Beijos.
http://blogdocmedeiros.blogspot.com/
É espetacular e acho que é uma ótima prenda para agora para o Dia de S. Valentim :')
ResponderEliminarSinto necessidade de sair, mas neste momento não posso :(
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Miguel Gouveia do Blog Pieces Of Me :D
Sabes o que é identificar-me com todas as tuas palavras? Foi exactamente isso que aconteceu. Ao ler estas palavras, tão tuas, revisitei-me o passado, tão meu. Ainda hoje me aperta o coração ao pensar na despedida que só eu disse e na mão que não me apertou de volta. Ainda hoje eu não sou eu.
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