FEIRA DO LIVRO DO PORTO:
A EDIÇÃO DE 2023
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Fotografia da minha autoria |
«(...) convida à descoberta e à flânerie pela Avenida das Tílias»
Os Jardins do Palácio de Cristal floriram de palavras, de histórias e de sonhos, porque voltaram a acolher o meu evento favorito da cidade Invicta: a mágica Feira do Livro do Porto. Deste modo, alinhei a agenda com as datas em que ocorreu, uma vez que é um programa que não dispenso, e fui-me perder na proposta deste ano.
O PROJETO
O nome Semana do Livro talvez não seja familiar (para mim, pelo menos, não estava tão presente), mas era assim que era conhecido o Festival Literário do Porto, organizado anualmente, na Praça da Liberdade. Na presença de editores e livreiros, este evento foi conquistando visibilidade e apoio entre os portuenses.
A iniciativa passou por vários locais - Praça do Município, Praça de Mouzinho de Albuquerque, Mercado Ferreira Borges, Pavilhão Rosa Mota e na Avenida dos Aliados -, até que, em 2014, se mudou em definitivo para os Jardins do Palácio de Cristal - e, desde então, é lá que se realizam as novas edições, com uma programação que passou a incluir concertos, sessões de cinema, conversas e eventos para toda a família.
Até 2012, a Feira do Livro foi organizada pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), no entanto, um diferendo entre a Câmara Municipal do Porto e a APEL levou a que a Feira não se realizasse em 2013 e que, no ano seguinte, passasse a ser assumida pela «autarquia liderada por Rui Moreira». Esta mudança, naturalmente, teve consequências para o evento: O orçamento para a organização mudou e houve editoras que também deixaram de estar presentes. Aliás, passamos a ter representantes dos grandes grupos e não os grupos em si; temos livreiros, pequenas editoras e alfarrabistas. E tem uma identidade cultural evidente.
Sinto sempre necessidade de fazer esta nota introdutória, porque considero injustas as comparações com outras feiras organizadas pela APEL. As diferenças existem e acho mesmo interessante debate-las, só não me parece correto requerer as mesmas oportunidades, atendendo a que nos movemos com recursos distintos.
Assim, sem esquecer que é uma feira municipal, que procura estreitar «ainda mais a relação da cidade com o livro e com a leitura» e ter a porta aberta para todos, fascina-me que tenha sempre um autor homenageado.
A EDIÇÃO DE 2023
Com início a 25 de agosto e término a 10 de setembro, a personalidade homenageada foi Manuel António Pina, que, não sendo portuense de berço, «nasceu-se» no Porto, tal como referiu num texto de 2001. Portanto, a programação foi planeada em torno da sua figura, permitindo-nos conhecer o poeta e escritor, o repórter e editor, o publicista, o guionista de TV, o cinéfilo e, também, «o Pina das tertúlias, dos cafés e dos amigos».
Há «cidades que nos ficam justas, e há cidades que nos ficam grandes, e outras que nos ficam muito apertadas, como se fossem uma roupa que não nos pertencesse. O Porto está-me justo, está à minha medida». Com esta imagem no pensamento, a edição de 2023 teria de cumprir e espelhar o mesmo requisito; teria de ser algo que lhe servisse, que lhe fosse próximo e que, por consequência, nos incluísse a todos nós.

Dar Corda à Palavra foi, então, o mote que aliou a sensibilidade, o humor e a atenção do autor ao quotidiano, levando-nos pelos trilhos que foi traçando: dando palco à poesia, respeitando silêncios, observando para lá do óbvio, sabendo sempre que «Ainda não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde».
PEQUENAS CONSIDERAÇÕES
O meu vínculo à Feira do Livro é demasiado emocional para que não seja suspeita nos elogios que lhe destino, reconheço-o sem qualquer problema. Ainda assim, o único apontamento negativo que posso mencionar é mesmo a falta de variedade na praça de restauração, porque, tendo em conta o tipo de evento e o próprio espaço, beneficiariam de mais opções (e de opções onde seja mais equilibrada a relação qualidade-preço).
Este ano, fui quatro dias aos Jardins do Palácio de Cristal e, num deles, fui com a Sofia. Entre outros tópicos de conversa, expressamos o quanto ficamos impressionadas com a quantidade de pessoas que passeava pelo evento «a meio da tarde de um dia semana». Isto, para além de me deixar com o coração aconchegado, mostra bem o crescente interesse na feira e no programa que disponibiliza - pensado para várias faixas etárias.
Além disso, foi um gosto encontrar livrarias que já são paragem obrigatória e outras que eram uma novidade. Neste compromisso que também assumi com a palavra, foi maravilhoso celebrar um amor que nos é comum.
Acho as Feiras do Livro muito importantes no incentivo à leitura e no contacto com autores. Este ano os meus autores preferidos estivera lá no mesmo dia e eu não pude estar :(. Para o ano não falho.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Acredito que sim, sobretudo, pelo investimento na cultura. No caso da FLP, que é a que tenho mais presente, acho fascinante que se preocupem em criar um programa diversificado, que nos permite marcar presença em conversas tão estimulantes.
EliminarHaverá outra oportunidade, vais ver :)
Acho que para o ano meto-me num aviao e depois so paro no meu sitio preferido da nossa cidade *.*
ResponderEliminarParece-me um ótimo plano!
EliminarEncontramo-nos para o ano, no mesmo poste!
ResponderEliminardaylight
Vou já pôr na agenda 🤣
EliminarQue esse tipo de feiras são sempre boas para podemos comprar os livros que já queriamos faz muito tempo, mas também para tentar manter uma pessoa presa a leitura
ResponderEliminarBeijinhos
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São mesmo oportunidades únicas
EliminarAdorei os Jardins quando visitei o ano passado. Espero este ano lá voltar quando regressar ao Porto.
ResponderEliminarAww, fico tão feliz! É um dos meus lugares favoritos no Porto 😍
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