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Fotografia da minha autoria |
O problema das verdades absolutas é que, um dia, acabam por cair por terra, como se fossem um baralho de cartas a desmoronar, lentamente. Quando comecei a ler com maior regularidade e compromisso, não me passava pela cabeça fazê-lo de outra forma que não fosse através de um livro físico, até porque existe qualquer coisa de mágico no folhear, no aroma das páginas, no ato de o acomodar na estante, no entanto, essa perceção foi-se alterando com o tempo.
Mudar a forma como nos posicionamos em relação a certos assuntos não implica sermos incoerentes, apenas significa que crescemos, que olhamos para as coisas com outra perspetiva e propósito e que compreendemos que, afinal, aquela visão se adequa mais a nós. Problemático seria ficarmos presos aos mesmos pensamentos quando, claramente, já não nos servem, já não estão alinhados connosco. Esta é das aprendizagens mais valiosas que guardo.
Embora sinta que nunca tenha sido inflexível a cem porcento nesta questão, o certo é que leituras em digital não estavam nos meus planos e, tendo uma abordagem mais tradicional, não me fazia sentido apostar nesse investimento: porque continuava a ter vários livros físicos por ler, porque estava a construir a minha biblioteca pessoal, porque financeiramente não era o momento mais oportuno, entre outras razões que se foram sobrepondo sempre a esse alargar de horizontes. Só que, na reta final de 2023, a ideia de comprar um e-reader ficou a pairar.
o que me fez comprar um kobo
Ver a quantidade de livros a aumentar na estante entusiasma-me, mas, caso me perguntem pelo espaço que começa a escassear, a resposta não será a mesma. A juntar a isso, como estou mais consciente na hora de comprar livros, percebi que um e-reader podia ser um aliado.
Uma vez que só leio em português, foi fácil de perceber que a minha escolha seria o Kobo e, durante o ano anterior, fiz algum trabalho de pesquisa para perceber qual o modelo que resultaria melhor comigo. Além disso, não posso deixar de recomendar esta publicação da Sofia, que guardei muito antes de ponderar sonhar com um dispositivo desta natureza, porque foi uma ajuda preciosa para descartar dúvidas e decidir com outra propriedade e segurança.
Portanto, de um modo objetivo e honesto, houve três aspetos que me fizeram comprar um Kobo: o conforto (pela leveza do aparelho, que me permite ler em qualquer lugar), a poupança (na carteira e no espaço) e a autonomia/oferta (porque a durabilidade da bateria não compromete a experiência e parece que andamos com as nossas estantes para todo o lado).
kobo: o modelo que escolhi e algumas características
O meu objetivo é continuar a priorizar os livros físicos, portanto, sabia que não ia querer o modelo mais avançado, até porque não justificaria o seu uso, nem a cores. Assim, enquanto iniciante neste mundo dos e-readers/e-books, optei por escolher o Kobo Clara BW.
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS:
- Ecrã Tátil e antirreflexos E Ink Carta 1300HD;
- Proteção à prova de água (até 60 minutos em dois metros de água);
- Possui modo escuro opcional e ComfortLight Pro incorporada;
- Memória interna de 16GB;
- Wi-fi e carregamento USB-C (um carregamento pode durar até 53 dias);
- Acesso ao Kobo Plus;
- Fabricado com plástico reciclado.
Para referência, comprei o meu Kobo na FNAC, a 139,99€.
kobo: as primeiras impressões
A minha utilização ainda se encontra numa fase muito embrionária, visto que apenas li três e-books no Kobo. No entanto, queria partilhar convosco as minhas primeiras impressões.
A MAIOR FRAGILIDADE
O algoritmo da loja nem sempre é o elemento mais funcional e facilitador na nossa procura, o que pode impedir-nos de ter acesso a certos livros (pelo menos, de um modo imediato). Reforço que esta observação é bastante superficial, porque só agora estou a explorar mais, mas, de facto, não fiquei a maior fã do algoritmo de pesquisa - nada problemático, ainda assim.
OS PONTOS FORTES
- Adicionar notas: tenho um bullet journal onde vou apontando tudo o que me pareça relevante acerca de determinada leitura. No entanto, como não escrevo nos livros, acho muito prática a possibilidade de adicionar notas. Por vezes, cruzo-me com frases que despertam tópicos de reflexão e/ou que podem servir como exemplo para uma ideia que pretendo desenvolver e, em vez de as copiar para o caderno, fazendo essa ligação, posso fazê-lo diretamente no Kobo;
- O dicionário: se surgir alguma palavra desconhecida, basta-me primi-la e consultar o seu significado sem precisar de recorrer a outras plataformas;
- Kobo Plus: a oferta está cada vez mais apelativa e creio que a relação preço-oferta compensa. Neste momento, o valor da subscrição para quem só pretende ler e-books é de 6,99€, o que, na prática, significa que se lermos um livro por lá já está a compensar;
- Rapidez na leitura: pode ser uma perceção enviesada, pelo entusiasmo de estar a descobrir algo novo, mas sinto que acabo por ler mais rápido;
- Potenciar a descoberta de novos autores: as estantes não ampliam e, por mais que adore arriscar em autores diferentes, não consigo garantir que vá gostar do que li ou que vá querer manter o livro em casa. Tendo o Kobo, tenho a vida mais facilitada, porque não estou a comprometer o espaço disponível nas prateleiras, nem fico com a sensação de que desperdicei dinheiro. Se gostar, posso sempre comprar a versão física mais tarde. Outro exemplo: por causa do Livra-te (clube de leitura da Rita da Nova e da Joana da Silva), voltei a Elena Ferrante e ao seu A Amiga Genial, que já tinha lido em 2020. Desta vez, pretendo prosseguir na tetralogia, mas sei que só será possível porque os e-books estão todos disponíveis no Kobo Plus - de outro modo, talvez não relesse o primeiro.
- Coleções: temos um separador onde se encontram todos os nossos livros e podemos vê-los divididos por três categorias: autor, livro e coleção. Pessoalmente, adorei a possibilidade de fazermos coleções, porque creio que ajuda a ter a lista organizada de acordo com as nossas necessidades. Neste momento, tenho duas - lidos e por ler -, no entanto, se se justificar, posso sempre criar mais e, assim, ir direta ao que procuro.
- Conforto: aprecio muito estar na cama a ler e, com o Kobo, passou a ser ainda mais cómodo, tanto pelo peso, como pela luminosidade.
É ingrato comparar formas de leitura, porque qualquer uma apresentará vantagens e desvantagens. Nada substituirá o encanto de ter um livro nas mãos, nem é esse o propósito, mas haver alternativas não é mau. Aliás, qual é o leitor que não quer ter mais possibilidades para se cruzar com novas histórias? Eu quero e por isso é que abracei esta nova aventura.
8 Comments
Estava mesmo a precisar desta publicação. Também ando a namorar um kobo, também decido a falta de espaço na estante. Em 2022 remodelei o meu quarto e substitui a estante que tinha por uma mais pequena para poder ter uma secretária. Já começo a ter livros em segunda fila e esteticamente não fica bonito. Por isso, senti que um Kobo poderia ser uma boa opção. Além disso, prometi ler mais autores nacionais e com kobo Plus é mais fácil. Provavelmente também vou optar pelo Kobo Clara.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Ainda estou numa fase muito inicial de uso, mas acredito que veio mesmo mudar a minha dinâmica de leitura para melhor. E a verdade é que o kobo não vem substituir o livro físico, vem apenas dar outras alternativas.
EliminarAcho que o Clara, para quem se está a iniciar neste universo, é uma ótima opção, mas, se tiveres dúvidas, lê a publicação da Sofia, porque está bastante completa e pode ser uma ajuda extra
Tenho um kobo há muitos anos, mas confesso que o uso cada vez menos, até porque este ano o meu objetivo é ler os livros que tenho por ler na estante.
ResponderEliminarAcho que essa é uma das partes mais entusiasmantes: irmos adaptando os recursos que temos às nossas necessidade.
EliminarEste ano, como não tenho assim tantos livros físicos por ler (e o kobo é uma compra recente), quero apostar mais no digital
Welcome to the right side 🤣
ResponderEliminarTentarei não me perder 🤣
EliminarEu tenho o kobo clara 2E e adoro. É super prático, até o levei no bolso do casaco na viagem a Paris.
ResponderEliminarEstou mesmo rendida!
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