Entrelinhas #20
![]() |
Imagem retirado do site da Wook |
«Há cinco séculos que o Solar dos Baskervilles alberga a família Baskerville»
O último livro que comprei no Bazar Encontramos em Veneza, da Maria Francisca, pertence a Arthur Conan Doyle: O Cão dos Baskervilles. Classificado como «o grande clássico da literatura mundial», permitir-nos-á conhecer uma nova aventura de Sherlock Holmes e de Dr. Watson. Apreciadora assumida deste género literário com mistério e suspense, não poderia perder a oportunidade de ler uma obra cuja sinopse me deixou tão intrigada!
A história centra-se na família Baskervilles, que parece ser vítima de uma terrível maldição. Após a morte de Charles Baskervilles, com contornos suspeitos, a lenda que se conta volta a ser corroborada. E é nesta altura que Sherlock e Watson são chamados a intervir. Enquanto o primeiro tem uma visão mais cética, prática e racional, o segundo é mais crédulo. E é interessante acompanhar os pontos de vista de cada um, e a própria relação de ambos.
Watson assume o papel de narrador, o que torna tudo muito mais próximo, pois sentimo-nos no meio de toda a ação. No entanto, ao partir sozinho para a propriedade onde ocorreu o crime [porque Sherlock afirma não poder sair de Londres por causa dos casos que tem à sua responsabilidade] acaba por ganhar mais visibilidade, sobretudo porque se vê obrigado a fazer as suas próprias deduções, a chegar a conclusões e a agir no imediato. Assim, à sua narração junta-se o papel de investigador. E o seu crescimento enquanto personagem é notório. Já Holmes, ainda que à distância, vai sabendo de todos os desenvolvimentos através de relatórios minuciosos e regulares do seu parceiro. O trabalho que realizam em equipa é extraordinário!
O enredo mistura realidade e superstição, levando-nos a criar várias linhas de pensamento. E porquê? Porque os episódios estranhos sucedem-se. As pistas dividem-nos. E não é, de todo, fácil descobrir quem é o verdadeiro assassino. Será que a lenda tem fundamento? Ou existirá outra justificação lógica? E estas perguntas persistem à medida que vamos avançando. Cada capítulo corresponde a um momento específico. E sendo este um caso tão complexo, é fascinante acompanhar a mente brilhante de Sherlock Holmes, a aparente falta de explicação para certas particularidades [como, por exemplo, sons esquisitos], a interação narrador-leitor, os diálogos tão ricos e interessantes e a capacidade de provocar sensações distintas nas várias partes da obra. Os detalhes são, para mim, o ingrediente principal, pois permitem criar uma base de dúvida e expectativa constantes. Além disso, a narrativa lê-se com facilidade e rapidez, porque a escrita envolve-nos por completo, ao ponto de só querermos parar quando todo o mistério ficar resolvido.
A investigação astuta e cuidada faz-nos percorrer caminhos sinuosos, sombrios, com revelações surpreendentes e múltiplas reviravoltas. O próprio local da ação é descrito como nostálgico, como um lugar esquecido, com os seus fantasmas, espíritos e pormenores sobrenaturais. E as pontas soltas que vão surgindo levam-nos a criar as nossas teorias. Se andamos perto da resposta? Provavelmente não, até porque nem tudo é o que parece.
É uma história incrível, bem construída e verdadeiramente admirável. Apesar de querermos descobrir a verdade, vamos dar por nós a desejar que o livro não chegue ao fim!
Deixo-vos, agora, com algumas citações:
«- Francamente, Watson, você está a superar-se a si próprio - observou Holmes, afastando a cadeira e acendendo um cigarro» (p:8);
«Disse que não havia sinais no chão, perto do corpo. Não viu nenhum. Mas eu vi... a pequena distância, frescos e nítidos.
- Pegadas?
- Sim, pegadas» (p:27);
«De repente, no meio da noite, chegou aos meus ouvidos um som claro, ressoante e inconfundível. Era um soluço de mulher; um som abafado, engasgado, de quem é presa de invencível emoção» (p:79);
«O vulto negro sobre o qual nos debruçámos estava imóvel e absolutamente silencioso. Holmes apalpou-o e soltou um grito de horror» (p:160)
«- Francamente, Watson, você está a superar-se a si próprio - observou Holmes, afastando a cadeira e acendendo um cigarro» (p:8);
«Disse que não havia sinais no chão, perto do corpo. Não viu nenhum. Mas eu vi... a pequena distância, frescos e nítidos.
- Pegadas?
- Sim, pegadas» (p:27);
«De repente, no meio da noite, chegou aos meus ouvidos um som claro, ressoante e inconfundível. Era um soluço de mulher; um som abafado, engasgado, de quem é presa de invencível emoção» (p:79);
«O vulto negro sobre o qual nos debruçámos estava imóvel e absolutamente silencioso. Holmes apalpou-o e soltou um grito de horror» (p:160)
Fiquei deveras curiosa com este livro, também sou fã do género.
ResponderEliminarTenho que lê-lo!
Beijinhos!
Nunca li nenhum livro do Sherlock, não porque não tivesse curiosidade, apenas porque tenho outros livros na minha «lista» em primeiro lugar:)
ResponderEliminarUm beijinho*
*R.: Não tens de agradecer, princesa!
ResponderEliminarJá o li há uns anos atrás e gostei.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Fiquei curiosa.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Excelente escolha :) Tenho mesmo que o ler :)
ResponderEliminarE mais uma ve o teu review despertou ainda mais a minha vontade de o ler :)
Bjinhosss
https://matildeferreira.co.uk/
Não conhecia mas fiquei muito curiosa :)
ResponderEliminarNão conhecia, mas fiquei curiosa. Ando uma preguiçosa para ler, mas é algo que está na minha lista de 'coisas pendentes que quero muito fazer': voltar a ler. :P
ResponderEliminarR: Obrigada. ❤ PS: Obrigada pelo segredo. Fechemos a gaveta à chave e, quiça, a chave se perca. ;)
Beijinho d'
A Marta
https://amartaeumblog.blogspot.pt/
Fiquei mesmo curiosa, ainda por cima porque é o meu género literário. Mais um para a minha listinha (tem ficado incrivelmente grande no últimos tempos) :)
ResponderEliminarLer uma das coisas que mais adoro, infelizmente não tenho tido tanto tempo como gostaria.
Olá, é um livro interessante, foi e continua a ser.
ResponderEliminarContinuação de boa semana,
AG
Já li esse livro duas ou três vezes (com intervalos de uns dez anos) e achei-o sempre interessante. Com o são, de resto, muitos dos livros policiais da época. Mas este é dos mais famosos.
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Andreia.
Beijo.
r: está mesmo, já vou domingo
ResponderEliminarMuito curiosa, especialmente porque não conheço o autor. E fiquei aqui às voltas se será ou não o meu tipo de leitura :p
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE // GANHA UMA BEAUTY BOX!
A sua estrita tem algo de magia,
ResponderEliminarmuitas outras coisas mais tem
leva até aos leitores sabedoria
acompanhada de alegria também!
Tenha uma boa tarde Andreia, um abraço,
Eduardo.
Nunca li nenhum mas fiquei bastante curiosa!!
ResponderEliminarBeijinhos
That Girl | FACEBOOK PAGE | INSTAGRAM | TWITTER
Mais uma vez fiquei curiosa com esta tua sugestão!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Andreia gostei do livro, história de investigação são sempre emocionantes, muito boa a sua indicação de livro, bjs.
ResponderEliminarhttp://www.lucimarmoreira.com/
não conhecia o livro fiquei curiosa
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.pt/
Uma bela indicação, parabéns por indicar uma boa leitura. Tenha um bom fim de semana. bjs
ResponderEliminar