The Shape Of Water
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Fotografia retirada do site Gizmodo |
«(...) uma fábula de outro mundo, passada na América de 1962, com a Guerra Fria em pano de fundo»
O amor não tem formas predefinidas. É livre. É puro. É solto. É desprovido de barreiras e de preconceitos. Também tem contratempos. Sobressaltos. E diferenças. Mas a verdade que o move não poderá nunca permitir que algo seja mais importante que a alma. Por mais surreal que nos pareça a sua história, o amor só é amor porque quebra estereótipos. E porque nos mostra que há sempre muitos mais do que aquilo que podemos olhar superficialmente. Precisamos, portanto, de observar fundo. E de olhar para dentro. De nós. E da metade que nos completa. Sem receios. E sem fazer valer o corpo. Apenas a sua essência.
Quando vi The Shape Of Water, foi muito simples fazer todas estas associações, uma vez que o filme as demonstra de uma forma tão subtil quanto sólida. E há uma atenção ao detalhe, que nos prova que são os pequenos sinais que nos distinguem e, muitas vezes, nos salvam. A relação central de todo o enredo pode, à partida, parecer absurda. E impossível de se concretizar. No entanto, sinto que tem um caráter proximal muito mais forte do que aquilo que, inicialmente, estaríamos à espera, podendo ser adaptado à nossa realidade. Porque o paralelismo é facilmente transportável para figuras anónimas, que assumam ligações consideradas pouco convencionais. Por isso, é de extrema importância abordar histórias com esta carga emocional, porque permitem quebrar ideias pouco fundamentadas e, até, pré-concebidas com uma certa dureza e intransigência, demonstrando que todos temos um lugar no mundo, independentemente da nossa condição.
Elisa é uma mulher peculiar. E isso não se deve ao facto de ser muda, mas à forma como a sua presença se faz notar. Num outro contexto, poderia passar despercebida, mas há algo na sua postura que nos prende automaticamente. E quando estabelece o primeiro contacto com a criatura desconhecida [de uma beleza singular], há uma aproximação natural. Uma intimidade encantadora, que nos arrebata. A água é o elemento que as liga. Porém, há uma certa identificação que as mantém unidas. Pela sensação de segurança, pela compreensão de parte a parte e pela ausência de julgamento. No momento em que Elisa partilha com Giles que aquela criatura fantástica não a reconhece por ser "incompleta", é impossível não nos comovermos com essa descrição. Consequentemente, envolve-nos numa reflexão profunda. Porque, de facto, aos olhos de quem ama de coração aberto, nunca seremos imperfeitos.
A comunicação, a música, a refeição de ovos são apenas exemplos da relação terna que uma humana e um monstro [que nunca o foi no verdadeiro significado do termo] conseguiram criar, e que nós vimos crescer com total empatia. E não tão raras foram as vezes que os senti a viver numa realidade paralela. Apesar disso, este filme vai para além destas duas personagens. E é, igualmente, um alerta para questões como a discriminação, o assédio, a falta de valores, a entreajuda, as emoções e a valorização da vida. Simultaneamente, faz-nos pensar no quanto podemos ser ignorantes, mesmo quando ocupamos um alto cargo, sobretudo se permitirmos que a arrogância assuma um controlo total. Um aspeto que me agradou bastante foi o constante equilíbrio entre as cenas, que foram frágeis, intensas, melancólicas, cómicas, surpreendentes nos momentos certos e sem qualquer exagero. E fluem com tanta naturalidade, que somos completamente envolvidos nas suas dinâmicas.
Pessoalmente, fiquei maravilhada com a cena de sapateado logo nos minutos iniciais e com a dança de pés entre Elisa e Giles. Da mesma maneira que fiquei esmagada pela brutalidade com que trataram aquele ser identificável. E, claro, chorei com a despedida, dura e angustiante. Mas tudo isto só vem reforçar o quanto The Shape Of Water é mágico. Sensacional. E com uma mensagem clara e forte. Porque, assim como o amor, o ser humano é cheio de formas. E não deixa de ser curioso o contraste entre a desumanização de certas pessoas e a total humanização da figura animal. E a criatura é a personificação disso mesmo, colocando em descoberto as nossas diferenças, as nossas fragilidades e as nossas lutas, e transmitindo a certeza de que não são as nossas cicatrizes, a nossa aparência e a nossa origem que nos definem. Isso é uma pequena parte daquilo que somos. Por dentro. Todos temos uma história. No momento certo, vamos encontrar alguém que a compreenda, que a aceite e que a partilhe. E no fim, tal como aconteceu na última cena, estaremos em perfeita simbiose!
Amei o filme a personagem da Elisa :) aliás está actriz é maravilhosa :) gosto tanto do papel dela em Paddington :) o seu ar frágil esconde uma mulher forte e determinada. Um verdadeiro exemplo :)
ResponderEliminarBjinhosss
https://matildeferreira.co.uk/
Muito bom:))
ResponderEliminarO Brincando com as palavras DESEJA-VOS: UMA SANTA E FELIZ PÁSCOA, EXTENSIVO AOS VOSSOS FAMILIARES E AMIGOS.
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Bjos com carinho e estima.
r: e eu ando sem inspiração para as fitas. Preciso de ajuda.
ResponderEliminarAinda não vi este filme mas por acaso ainda não o vi. Tenho que tratar disso, principalmente depois de ler esta tua brilhante opinião.
ResponderEliminarConcordo tanto com o que dizes. É um filme tão bom - não é à toa que foi o vencedor do óscar.
ResponderEliminarAlerta-nos para temáticas atuais, como a descriminação e o assédio, como tão bem referes. E isso faz dele um filme especial, reforça isso e o amor entre dois seres tão diferentes mas tão iguais :)
Ainda não os vi todos e, apesar de achar que foi muito bem escolhido para vencer, só há um que se calhar por mim ganhava que é o "Três Cartazes à beira da estrada" - talvez por ser mais o meu género. Mas continuo a dar os parabéns ao realizador de "The Shape of Water", porque este filme é maravilhoso :)
Eu adorei o filme e, tal como tu, amei a imensa atenção que deram aos pormenores!
ResponderEliminarÉ cheio de originalidade e totalmente diferente do habitual.
Beijinho querida,
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Great post dear. ♥
ResponderEliminarIf you want you can check out my blog. Maybe we can follow each other and be great blogger friends. :)
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Sei que foi um sucesso mas eu não gostei nada do filme.
ResponderEliminarVou tentar ver este filme.
ResponderEliminarUma Santa e Boa Páscoa.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Como não vi o filme,
ResponderEliminarnão o posso comentar
também ninguém me disse
para calado, aqui, ficar!
Tenho liberdade para pensar,
sou senhor e dono do meu nariz
por isso aqui estou a desejar
para Andreia uma Páscoa Feliz!
Um abraço.
Exatamente! E quando são lentes pesadas a estética é o de menos. O problema maior é a dor do peso das lentes. Mas sou muito grata por poder usar lentes de contato! Elas mudaram a minha vida pra melhor! ;D
ResponderEliminarEstou muito curiosa pra ver esse filme. Parece ser uma história linda! E cheia de significados, apesar de fantasiosa. Pra mim, equivale totalmente ao mundo real em relação ao preconceito que vivenciamos diariamente! E também a clara falta de empatia do mundo, que afeta demais as relações humanas.
Ótima sexta!
Beijo! ^^
Filme?
ResponderEliminarPasso. lol
R: Eu adormeço a ver filmes, pá. eheheh O mais que consigo ver de seguida, é um documentáriozito de 45 minutos e, mesmo esses, há dias em puxo duas ou três vezes para trás. Não te lembras... (pois não, ainda não foi publicado) que eu sou o tal que dorme em todo o lado, menos na cama?... xD
ResponderEliminarEu vi este filme e achei tão lindo, tenho pena que imensa gente não tenha compreendido a mensagem :( Toda a gente devia ler o teu post para entenderem o significado do filme.
ResponderEliminarR: É super bom, quando fores tens de provar com chocolate negro <3
Não tinha conhecimento do filme mas fiquei interessada em saber mais. Como sempre partilhas filmes maravilhosos! Beijinhos <3 bom fim de semana linda 😘
ResponderEliminareu já ouvi falar imenso do filme e, apesar da 7ª arte não puxar muito por mim, confesso que este filme chama um bocadinho. não sei porquê mas a ideia que tenho é que tem muitos pormenores e detalhes bonitos de prestar a atenção!
ResponderEliminarr: owww, obrigada <3
Não vi, mas vou tomar nota.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
awww, obrigado mil vezes! fizeste o meu dia com o teu comentário. sério :') fiquei de coração cheio precisamente pela sensação de "dever cumprido"!!
ResponderEliminarnão vi o filme, ainda, mas pareceu-me bastante interessante! é engraçado que, pela descrição, a parte da ação, há algumas cenas muito reais! e é isso que me cativa fortemente nos filmes!
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