As minhas 7 manias na hora de ler

Fotografia retirada do tumblr de Raluque

«Ler é a arte da liberdade»

Ler é um ato solitário. É um momento introspetivo. Entramos numa espécie de bolha e esquecemos tudo ao nosso redor. E abrimos portas a um mundo ficcional [ou verídico], que nos permite viajar. Ir sem sair do lugar. E descobrir realidades que, por vezes, nem imaginávamos ser possíveis. E assim se passam horas, que nos atribuem consistência. Conhecimento. Vida.

Estamos tão concentrados a acompanhar o enredo, que nem nos apercebemos de certos detalhes em nós. Quando inicio uma nova obra, e me envolvo por completo com a narrativa, acabo por ter algumas reações. Já são recorrentes, mas demorei até descobrir que as tinhas. Assim que fiquei consciente delas, confesso, teve a sua graça, porque adquirimos determinadas manias muito próprias. E eu tenho sete, que se tornaram mais ou menos evidentes consoante a minha atenção. 

Cheirar o livro: Seja novo ou antigo, é um hábito que me acompanha sistematicamente, até porque acho que o cheiro também faz parte da sua história. E é sempre único.

Corrigir erros mentalmente: Se a leitura for mesmo envolvente, há uns quantos que não deteto. Contudo, se verificar algum, tenho que parar e reler a fase com a correção mental feita. É, talvez, um pouco picuinhas, mas acho que estes erros acabam por ser ruído e quebrar o ritmo.

Tapar os parágrafos seguintes: Principalmente quando o enredo é tão entusiasmante. Como fico com imensa vontade de descobrir rapidamente o que acontece depois, corro o risco de avançar sem ler a parte em que estou com a atenção devida. Deste modo, se tapar, evito este erro terrível.

Fechar os olhos: E imaginar a cena a acontecer. Por isso é que adoro o livro, enquanto objeto, porque nos permite criar o nosso cenário, mesmo que a descrição seja extremamente detalhada; há sempre margem para a nossa imaginação voar.

Só parar no final do capítulo: Independentemente do que possa estar a acontecer, por maior que seja o cansaço/sono, não consigo parar a leitura entre páginas. Não só porque quebra a sequência de descoberta, mas também porque se torna mais intuitivo para retomar a leitura, sobretudo quando a pausa é mais extensa do que, inicialmente, pretendíamos.

Reações por reflexo: «Joana bocejou» e eu bocejo; «Jaime sorri» e eu sorrio; «Paula pisca o olho» e eu pisco o olho. E os exemplos não param, porque há ações/gestos que quase exigem uma reprodução automática.

Comentar em voz alta: Sobretudo quando a narrativa segue um rumo inesperado ou há uma reviravolta surpreendente. Nesses casos, é frequente ficar a falar sozinha. Há quem faça observações mudas, eu tenho necessidade de me expressar de forma audível. Porém, são intervenções curtas, porque a leitura tem que prosseguir.

Quais são as vossas manias a ler?