MOLESKINE 2021 || O MELHOR DE FEVEREIRO

Fotografia da minha autoria

«A vida é feita de momentos colecionáveis»

Fevereiro. Este mês foi um pouco mais sereno, isto se excluir a componente desportiva da equação. Ainda assim, trouxe-me uma luz de esperança na Liga dos Campeões, fazendo-me transbordar de orgulho - é este o nosso caminho. Além disso, trouxe-me a emoção do Festival da Canção e um breve apaziguar das saudades que me arrebatam. Entre várias reorganizações das estantes, registei momentos muito especiais.

⚓ MOMENTOS

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Aniversários: Em casa, celebrei o aniversário do meu Super Herói favorito, o meu pai. É uma honra imensa ser tão parecida com ele, sentindo este amor inesgotável. Além disso, através de uma vídeochamada de Miguxos, também festejei o aniversário do T. Sou mesmo sortuda por ter uma família - de sangue e de coração - tão incrível!

Por Trás dos Livros: A Marta Carvalho criou uma nova rubrica no A Marca da Marta. E foi com o maior gosto que recebi o convite para ser sua convidada. Sinto-me sempre uma privilegiada por ter este retorno e poder conversar sobre algo que amo: literatura e livros. Leiam aqui.

Amor em Casa: A Cultura foi um dos setores mais penalizados com a pandemia. De modo a colmatar um pouco essa lacuna, o David Carreira fez um direto para angariar doações para a União Audiovisual. E o Amor em Casa foi mais um prova do quanto fazemos a diferença quando nos unimos por uma causa maior. Independentemente da afinidade que se possa ter ou não com o David e a sua música, foi um evento louvável.

📚 LEITURAS

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Para Onde Vão os Guarda-Chuvas, Afonso Cruz

Alma Lusitana || Aveiro

Persépolis, Marjane Satrapi

Uma Dúzia de Livros 2021 || Fevereiro

A Cor Púrpura, Alice Walker

Leituras Descomplicadas || Black History

Fósforos e Metal Sobre Imitação de Ser Humano, Filipa Leal

Alma Lusitana || Aveiro

Valentina, Carina Romano: A Valentina poderia, na realidade, ter outro nome, porque a sua história representa a vida de muitas pessoas. Neste relato duro, emocional e com apontamentos de esperança, somos confrontados pela perda de algo que deveria ser assegurado sem filtros: uma relação familiar estável e livre de dependências. Por consequência, mostra os efeitos do vício, a negligência, a violência, as feridas que permanecem em aberto e os comportamentos que se repetem. Mas também nos serena ao mostrar que a resiliência e o aconchego das pessoas certas faz com que cheguemos a bom porto - ainda que demore e andemos perdidos num labirinto. E se, por um lado, sinto que algumas passagens poderiam ser mais aprofundadas, para contextualizar melhor a luta da protagonista e a passagem temporal não ser tão célere, por outro, creio que esse pormenor não deixa de ser uma preferência minha, enquanto leitora. Porque, verdade seja dita, a mensagem é muito maior que isso e toca-nos profundamente. Baseado em factos reais, este livro coloca-nos no lugar do outro, encaminhando-nos por inúmeros desafios e incentivando-nos a refletir sobre eles.

Os Pássaros, Célia Correia Loureiro: A dor, partilhada ou silenciada, grita-nos um peso inqualificável, tal como se verifica nesta obra. Apesar de tudo, confesso, não fui capaz de me relacionar com a narrativa. Não só porque demorei a compreender a sua cadência, mas também por sentir que ficaram pontas soltas e que foi dado destaque a situações, talvez, secundárias, perdendo-se algo que teria muito mais impacto na leitura. Além disso, questionei-me se, de facto, houve amor ou se, pelo contrário, existiu uma procura por capricho. No entanto, nunca poderia dar menos de três estrelas, porque a escrita da autora é fluída e porque, subtil ou explicitamente, colocou uma bandeira em temas tão pertinentes como o luto, o suicídio e o que perdemos por não sermos honestos numa relação [seja ela de que natureza for]. Contado a duas vozes, a obra tem um simbolismo belo e triste, com passagens que comovem. Sinto é que lhe faltou um propósito mais coeso, para que as partilhas dos protagonistas fossem mais sólidas e me arrebatassem como estava à espera. Porém, leiam-no, caso tenham essa oportunidade.

Crónica dos Bons Malandros, Mário Zambujal: Um golpe ambicioso, de uma audácia fora do comum, com um grupo de ladrões bastante peculiar. Nesta crónica que transborda ironia e humor, não deixa de ser surpreendente que a tragédia esteja à espreita, escondendo-se num destino incerto. Além disso, mais do que nos mostrar os bastidores do assalto, acredito que Mário Zambujal acalente dois propósitos com a narrativa: divertir-nos e levar-nos a pensar sobre os fragmentos que compõem a nossa vida e a forma como as nossas escolhas influenciam o caminho que traçamos. E, com subtileza, escreve-nos sobre sonhos, sobre mudanças e sobre encontrar uma família fora dos laços de sangue. Com bagagens distintas, mas que se interligam no momento certo, há [bons] malandros que nos comovem. Mesmo de coração algo despedaçado, permanece a vontade de saber que outras peripécias nos reservariam.

O Fogo Será a Tua Casa, Nuno Camarneiro: A linha que separa a realidade da ficção é, por vezes, muito ténue. E, durante a leitura, senti-me a questionar se não haveria qualquer apontamento biográfico na narrativa, embora tenha consciência que é um romance e mais um traço criativo do autor. Apresentando uma componente reflexiva que me fascina, com histórias dentro de histórias, estava à espera de algo mais profundo, confesso. Porque a premissa encaminha-nos nesse sentido. Ainda assim, não deixa de ter uma abordagem original e interessante sobre estratégias de sobrevivência, crenças, filosofias de vida e, ainda, sobre a inexistência de partes neutras numa guerra. Viajando até ao Médio-Oriente, a reta final deste enredo inquieta-nos com outra comoção, mas teria muitas outras rotas por onde expandir.

Outlander - Nas Asas do Tempo, Diana Gabaldon: Outlander tem uma premissa intrigante. Contrariamente ao que é habitual em mim, comecei pela série, sentindo um impulso maior para me aventurar na obra de Diana Gabaldon. Neste primeiro volume, encontrei uma escrita muito coesa, que interliga descrições minuciosas com humor, erotismo, uma certa dose de fantasia e um ambiente de ficção histórica bem defendido. Além disso tem a particularidade de ser bastante visual, transportando-nos quase de imediato para a situação descrita. Ainda assim, reconheço, algumas passagens poderiam ser menos demoradas, para não quebrar o ritmo da ação. Deambulando por um cenário de romance, drama, superstições, tortura, obsessão e sobrevivência, a complexidade das personagens foi um dos aspetos que mais me cativou neste livro, até porque implica uma análise aos nossos valores e ao que consideramos ser uma verdade absoluta. É preciso embarcar nesta jornada com a energia certa: não só porque há muita coisa a acontecer, mas também porque há cenas violentas - física e emocionalmente -, que nos revoltam. Contudo, sinto que vale a pena, sobretudo, por encontrarmos um ponto de equilíbrio e, inclusive, pela originalidade.

📺 Filmes & Séries

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Até Que a Vida nos Separe: 

As famílias unem-se na alegria, 

na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte se intrometa no caminho. Mas e quando é a vida a fazê-lo? Com várias histórias que 

se cruzam, acabamos a refletir 

sobre as inúmeras visões do amor.

Uma Vida Toda Empatada: É uma adaptação cinematográfica do conto homónimo de Mário de Carvalho, que se centra num drama familiar e, consequentemente, na fragilidade do ser humano. Embora a premissa seja bastante interessante, levando-nos a refletir sobre a pressão do meio jornalístico/televisivo, sobre as mudanças, o desnorte e o insucesso profissional, senti o argumento confuso e com várias pontas soltas.

✏ PUBLICAÇÕES

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Crise de Identidade:
Ser Convidada de um Podcast

Foi num misto de pânico e 

entusiasmo que me comprometi a participar no Crise de Identidade, 

o podcast da Sofia Costa Lima 

[A Sofia World].

Aplicações Literárias 

Acredito que ler é sinónimo de partilhar. Por essa razão, e porque também podem ser uma forma de nos desafiarmos, tenho recorrido a algumas aplicações literárias.

Ser Solidário: 

3 Formas de Ajudarmos
 

Estarmos atentos é a melhor estratégia para identificarmos o problema e percebermos como podemos contribuir para que este diminua. 

E podemos ir desde os gestos mais simbólicos aos mais expansivos.

Dia Mundial da Rádio:
As Minhas Vozes Favoritas 

Nesta data comemorativa, 

partilho aquelas que são as 

minhas vozes da rádio. 

Embora sejam tão distintas, 

há algo que as une.

Storyteller Dice || 

Na Minha Mala Guardo Flores

Dois desconhecidos
Algures, num mundo sem tempo
[e, talvez, sem nexo]

🍴 À MESA

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Cerveja Musa: O chá é a minha bebida de eleição. No entanto, como sou feita de contrastes, também aprecio cerveja. E tenho uma predileção maior pela artesanal, porque o seu travo mais genuíno, bem perto das origens, não mascara a sua robustez. Por essa razão, entusiasmo-me sempre que me cruzo com projetos e marcas que demonstram o seu compromisso vincado de valorizar uma cerveja que saiba a cerveja.

Chocolate Quente Cremoso: O projeto Páginas Salteadas regressou com novidades. Para além de ser aberto a toda a comunidade, deixará de se centrar num livro específico, privilegiando, antes, um ingrediente. A escolha de fevereiro foi chocolate, por isso, num daqueles singulares momentos em que os astros se alinham, experimentei esta receita aqui.

Este mês, ainda tive a oportunidade de matar saudades da francesinha do Bibó Porto! Já que não podemos ir ao restaurante, veio ele até nós.

📌 ENTRE LINHAS

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Lives, Uma Janela Para o Mundo: Os diretos nas plataformas digitais assumiram uma importância abismal, porque acabam por trazer alguma estabilidade no meio do caos. Através de uma reflexão pertinente, a Marisa Vitoriano partilhou a sua opinião sobre o tema.

Publicação completa

📌 JUKEBOX

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A Surpresa: Tsunami [Richie Campbell & Gson]

Melhor duo: Areia Fina [Tiago Nacarato & Fran]

A Diferentona: Mistura [Julinho KSD]

As Favoritas: A Próxima Viagem [Cassete Pirata], Só Tu 

[Francisco Sequeira], Na Ilha [Elisa] e Tudo ao Ar [Mimicat]

Artista Revelação: Constança Quinteiro

Álbuns: Vamos Conversar [Mimi], Unknown Path [Rope Walkers], (A)Corda [Filipe Keil], Um Copo de Fado, Dois de Bossa Nova [Rua das Pretas].

🎥 VÍDEOS & PODCASTS

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Consultório do Doutor G: Doutor G é o alter-ego javardo do humorista Guilherme Duarte, segundo o próprio. Juntamente com um convidado, semanalmente, conversará acerca de questões relacionadas com a sexualidade [fantasias, dúvidas e anseios]. Mesmo que haja muito humor, acredito que apostas destas também mudam mentalidades, normalizando algo que ainda parece ser bastante tabu [vejam aqui].

Bumba na Fofinha: Não há um vídeo da Mariana Cabral que eu não goste. Porque, para além de ter uma graça natural, toca sempre em questões bastante pertinentes. Depois de um interregno no Youtube, regressou com duas partilhas que merecem ser vistas, revistas e memorizadas - Falemos Sobre Casar e Falemos Sobre Complexos Físicos e Autoestima.

Filipa Galrão no Maluco Beleza: Uma das minhas vozes da rádio esteve no programa do Rui Unas e foi uma conversa maravilhosa e inspiradora.

Podcasts fresquinhos: Sou uma apreciadora de podcasts, por isso, mantenho-me atenta a novidades, sobretudo, se vierem de pessoas que conheço e/ou que acompanho. Por isso, tenho algumas novidades que marcaram o meu mês: Alguém Quer Jogar Bilhar Com o Zé Nando? [Miguel e Helder], Falsos Lentos [Diogo Batáguas, Carlos Coutinho Vilhena e Manuel Cardoso], O Telefone Avariado [Álvaro e Raquel], Anatomia do Livro [Ana] e Par de Jarras [Ana Garcês e Catarina Alves de Sousa].

✨ GRATIDÃO

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A última semana de fevereiro foi dura e, na sexta, fomos confrontados com a notícia que ninguém queria receber. Portanto, este fragmento de gratidão é inteiramente dedicado a Alfredo Quintana, guarda-redes de andebol do Porto e da Seleção Nacional, que não resistiu à paragem cardiorrespiratória «que sofreu pouco antes do treino de segunda-feira». Numa ocasião como esta, as palavras escasseiam. Mas nunca serás esquecido. Pelo tanto que nos deste, pelo exemplo irrepreensível de profissionalismo e amor, obrigada, Guerreiro Extraordinário ♥

Como foi o vosso mês?