livrearia
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Fotografias da minha autoria |
«a primeira livrearia do mundo»
As portas número 61 e 63 do Largo da Matriz, em Ponte de Lima, acolheram um conceito inovador, cujo propósito maior «passa por criar um espaço de tributo à palavra, aos livros e aos seus autores, tendo a liberdade, a confiança e o respeito como principais pilares da sua existência». E foi assim que de um sonho nasceu a Livrearia.
Manuel Pimenta queria «acrescentar algo à vida das pessoas» e encontrou na loja antiga do seu avô o espaço ideal para o efeito. Por lá não há funcionários. Muito menos caixas registadoras. Quem quiser entrar e ficar apenas a ler, não paga nada por isso. Quem quiser adquirir algum dos exemplares expostos, só tem de se deslocar a uma das lojas vizinhas e acertar contas. Através de um vínculo de confiança, porque só desta forma é que o projeto resulta, também se fomenta o espírito de comunidade.
Na Livrearia, os livros são «escolhidos por pura intuição» e, pelo que pude perceber, têm todos um lugar de destaque, para que nenhum título passe despercebido. E isso acontece porque a própria oferta não é sufocante, como realçou o fundador. Aliás, «terá poucas jóias» e esta medida não foi um acaso: foi pensada com intenção. Por um lado, achei-a ousada; por outro, tendo em conta a quantidade de estímulos literários que vamos recebendo, face ao número de publicações, não deixa de ser uma lufada de ar fresco, sobretudo, porque nos impulsiona a olhar com atenção. E pode sempre dar-se o caso de encontrarmos aquele título que há muito que procurávamos. Embora não encontremos um grande número de obras disponíveis, achei a oferta diversificada - em género, em idioma e em público-alvo -, o que evidencia a estima na construção do catálogo.
Não sei como será a movimentação nos outros dias, mas, quando a visitei (sábado), senti uma paz imensa: estava só eu, a observar as estantes com cuidado, a perder-me de encantos pelos detalhes e a sentir que seria muito feliz se pegasse num livro e ficasse lá a ler. Sendo um espaço mais minimalista, há um aconchego que nos convida a ficar.
Como nem só de livros se faz a Livrearia, acho fabuloso que as receitas deste comércio sejam unicamente destinadas a dois objetivos: pagar despesas e criar eventos com foco na palavra escrita. Se estiverem a pensar ir a Ponte de Lima, acredito que têm aqui uma paragem interessante, quer num programa a solo, quer acompanhados.
Antes de entrarem na primeira livrearia do mundo, aconselho a que leiam o aviso da vitrine, que elucida sobre o conceito e o modo de funcionamento. Depois é só seguirem as indicações: começar por desapertar o cinto que nos prende à terra e voar para dentro dos livros presentes na sala. Conto regressar mais vezes. E, mesmo que já não esteja cá para assistir, espero que tenha uma existência mais longa que 2822.
8 comments
Que sitio bonito *.* E concordo contigo, que paz aconchegante que se deve sentir aqui :)
ResponderEliminarÉ nestas alturas que dá vontade que a distância seja ainda menor. Fiquei mesmo fã do espaço e do conceito 🥰
EliminarAcho o conceito desta livrearia muito interessante.
ResponderEliminarJá tinha lido um artigo sobre ela. Tenho de a visitar.
Obrigada pela partilha, minha querida! Beijinho grande!
Sem dúvida! Esteja desejosa de a visitar e acho que vale mesmo a pena conhecer
EliminarQue lindo o lugar, um bom espaço pra encontrar bons livros, Andreia bjs.
ResponderEliminarUm encanto, sem dúvida 🥰
EliminarQue belo conceito. Fiquei curiosa em visitar 😍
ResponderEliminarSim, é mesmo interessante
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