seremos mesmo leves ou teremos só medo de sentir?

Fotografia da minha autoria



«Mas a vida levou o melhor que eu tinha em mim»


A voz da Elisa ecoou pela casa, num reencontro inesperado que não só veio desbloquear pensamentos, como também se alinhou com uma pergunta pendente: seremos mesmo leves ou teremos só medo de sentir?


 ser leve

Estava na minha rotina de segunda-feira, há umas semanas, a escutar Isso Não se Diz, quando o Bruno Nogueira começou a refletir sobre o que é ser leve - de espírito, de personalidade, de emoções. Honestamente, não tenho uma resposta concreta, mas creio que é uma imagem poética, porque transmite a sensação de ficarmos a pairar, como se fôssemos capazes de avançar sem grandes danos, sem grandes consequências.

Ser leve não me parece simples, atendendo a que quase nos obriga a não pensarmos sobre o que nos rodeia, mas há momentos em que isso se afigura como uma bênção, porque deixamos de ter uma noção profunda dos problemas e, em simultâneo, afligimo-nos menos. No fundo, como não perdemos tanto tempo a analisar o assunto de diferentes perspetivas, ele «passa como se fosse uma ventania» e acreditamos que está sempre tudo bem e que não é necessário prolongar qualquer tipo de dor, porque amanhã o sol voltará a nascer.

Por um lado, essa sensação parece idílica e, portanto, maravilhosa. Por outro, sinto-a apenas falaciosa. Porque, tal como o humorista realçou, quando nos tornamos pessoas pesadas (e em alguma ocasião isso acontecerá), transformamo-nos na soma de todas as vezes em que deixamos passar. E acho que, nesse instante, o confronto será pior, porque teremos de lidar com tudo ao mesmo tempo; teremos de equilibrar uma série de situações que vêm do passado para que as resolvamos, sem que alguma delas se/nos estilhace.

Houve uma fase da minha vida em que acreditei ser leve e que esse era o caminho: não por não ficar a pensar nas coisas, mas por achar que algumas não mereciam o meu tempo. E, efetivamente, há tópicos que não o merecem, porque não acrescentam. Mas precisamos de os sentir no momento em que os vivemos (ou num período próximo), para que também consigamos largar a mão. Portanto, não, não sei ser uma pessoa leve.


 ter medo de sentir

Ambicionar esta leveza nem sempre é um ato ponderado. Muitas vezes, é apenas uma estratégia inconsciente para nos resguardarmos. É que sentir leva-nos das nuvens ao abismo numa questão de segundos.

Queremos tanto sair desta travessia sem feridas expostas, que erguemos muros. Impedimo-nos de gerir o impacto de cada situação. Evitamos confrontos. Engolimos as lágrimas, os medos e tudo o que nos dilacera, porque assumimos que essa é a solução para ultrapassarmos os problemas. É como se o filme continuasse no ecrã, mas lhe fossemos diminuindo o som, para não incomodar e ser uma mera presença inconsequente.

É claro que ninguém se quer sentir no lodo. Se pudéssemos escolher, embarcaríamos numa viagem tranquila, sem oscilações. Só que, embora vá constatar o óbvio, a nossa vida não é tecida de pontos altos: eles existem, mas vêm sempre acompanhados pelo seu avesso. Por esse motivo, não, não nos acho pessoas leves, acho, isso sim, que temos muito medo de sentir. Sobretudo, porque não queremos que os outros nos vejam vulneráveis, porque acreditamos que mostrar as nossas fragilidades é um convite para que nos diminuam ou para que nos vejam como alguém menos capaz. Outro cliché que encaixa bem aqui: não somos. Somos humanos. E humanos que sentem, mesmo quando não querem. E existe muita beleza neste processo.

Precisamos de aprender a abraçar o peso das nuvens, nem sempre passageiras, que cobrem o nosso céu. Se vai magoar? Vai. Mas, pelo menos, permitimos que doesse no tempo em que era suposto; pelo menos, não passamos à frente, deixando a porta entreaberta. Como é que é suposto sarar se impedimos a purga?

Precisamos de aprender a dar a mão ao medo que as nossas emoções escondem. Aí, talvez consigamos acolher a leveza: não aquela que nos alheia do mundo, mas aquela que renasce quando encerramos ciclos. 

Comentários

  1. Excelente reflexão, que também a mim me deixou a pensar.

    Beijinho grande, minha querida!

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  2. As divagações do Bruno tambem me deixam a pensar muito e chegam a tocar-me alma. Adorei a conversa com o Julio Machado Vaz. Sinto-me em road trips como agora e em frente ao mar *.*
    Tily 💛

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    1. Ai, sim, a conversa com o Júlio Machado Vaz foi maravilhosa 🥰

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  3. Foi-me diagnosticado o vírus do herpes no ano de 2010, por isso a minha vida ficou devastada, já não tenho ideia do que poderia fazer da minha vida até que encontrei uma velha amiga minha, a Tiffany, com quem estudámos juntos nessa altura na faculdade, ela era uma afro-americana. explique-lhe o meu atual estado de saúde, ela riu-se e disse que não é um problema porque conhece um fitoterapeuta tradicional de África que me vai curar completamente com um fitoterápico. endereço de e-mail do fitoterapeuta drjekawo@gmail.com Número Whatsapp +2347059818667. O Dr Jekawo respondeu ao meu e-mail e fiquei muito contente e ele explicou como será o tratamento durante 25 dias, concordei em pagar a taxa de preparação dos medicamentos à base de plantas e recebi o produto à base de plantas poucas semanas após a preparação dos medicamentos à base de plantas, bebo o fitoterápico conforme as instruções, devo confessar que o Dr. Jekawo é um ótimo fitoterapeuta tradicional, fiz um teste rápido e fiquei completamente curada, por isso recomendo-o à minha mãe que sofre de demência e ao meu marido que sofria de cancro da próstata também recebem curado pelo Dr . Quero utilizar esta plataforma para lhe agradecer muito e também recomendá-lo a qualquer pessoa que sofra de herpes, cancro, mioma, infecção da próstata, parkinson, gonorreia, hiv, clamídia, hpv, hepatite e tantas doenças com as quais o Dr. Jekawo pode curar o seu conhecimento ancestral de ervas está para além da minha imaginação.

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