imortalidade, dana schwartz

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Gatilhos: Sexismo; Linguagem Gráfica e Explícita


O final de Anatomia deixou várias perguntas sem resposta, até porque era sabido que o livro teria continuação. Embora não estivesse nos meus planos lê-la tão cedo, acabei por comprá-la no meu aniversário para usufruir de um vale. Mas só na reta final de julho é que regressei à escrita de Dana Schwartz.


 o capítulo final

Imortalidade é o desfecho de uma duologia que nos transportou para Edimburgo e nos permitiu conhecer a história de Hazel Sinnet. Neste segundo volume, a jovem gere a sua clínica, enquanto se debate com tudo o que aconteceu no ano anterior. E há um dia em que, por salvar uma vida, é presa e sente que é o seu fim. Uma reviravolta inesperada leva-a, antes, para o interior da corte britânica, porque é requisitada para ser médica pessoal da Princesa Charlotte, neta do Rei George III.

O novo contexto irá não só mostrar-lhe o glamour da sociedade, mas também um ambiente enigmático, pautado por segredos e pela fama de um clube especial, Os Companheiros da Morte. Este jogo de luz e de sombra, de interesses e humanidade, colocará Hazel constantemente à prova: por um lado, para saber em quem deve confiar; por outro, para se manter fiel aos seus valores, à sua ambição.

Pelo ritmo e pela escrita, acho que é fácil envolvermo-nos com o enredo, mas confesso que o senti mais disperso e com acontecimentos centrais a serem concluídos de um modo célere. Toca em aspetos interessantes, pelo próprio foco na sociedade, e gostei das personagens novas, porque trouxeram dinâmicas curiosas, só gostava que a autora se tivesse demorado um pouco mais em alguns momentos. Além disso, não adorei o final, uma vez que senti uma mudança nos objetivos da protagonista - que não encaixa naquilo que já conhecemos dela.

«O seu sucesso é o sucesso delas, e o seu fracasso é o fracasso delas. Agora é maior do que si mesma. Não é justo ser um símbolo, Hazel, quando é muito mais fácil ser uma pessoa»

Apesar de tudo, não deixa de ser uma leitura agradável e, para quem leu o primeiro, creio que faz todo o sentido avançar para esta continuação: não só por dar respostas a perguntas que ficaram pendentes, mas também por trazer novas perspetivas sobre temas já abordados.

Imortalidade é o fim de uma história e de várias realidades que se cruzam e influenciam. É uma porta que se reabre para continuarmos a refletir sobre o papel da mulher na sociedade, as desigualdades da época que se manifestam no presente, a morte (e a sua importância para o propósito da vida), os limites que estamos dispostos a transpor e a dificuldade que é ser um símbolo - de progresso e/ou de uma nação -, quando apenas queremos ser uma pessoa comum.


🎧 Música para acompanhar: Not About Angels, Birdy

📖 Outro livro lido: Anatomia


Disponibilidade: Wook (Livro | eBook) | Bertrand (Livro | eBook)

Nota: Esta publicação contém links de afiliada da Wook e da Bertrand

Comentários

  1. Respostas
    1. É uma leitura que avança muito bem 🥰 e, para quem leu o primeiro, acho que é giro saber o desfecho

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  2. Já ouvi falar muito bem do livro Anatomia.

    Vou guardar a sugestão.

    Beijinho grande, minha querida 😘

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    1. Gostei muito do Anatomia. Tem pequenas incongruências, mas nada que comprometa a envolvência com a história. Aliás, acho mesmo que a autora tem uma escrita que rapidamente nos liga à ação.
      O Imortalidade já me pareceu mais disperso, mas não deixa de ser uma leitura agradável

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