Dá que pensar #2

Há frases, comentários, observações que nos fazem pensar, porque desconstroem aquilo que julgamos certo ou que aceitamos sem grandes questões. Estava a ouvir a mais recente entrevista do projeto Maria Capaz e a entrevistada Inês Castel-Branco (aqui) referiu algo que me obrigou a parar. Quando Rita Ferro Rodrigues lhe perguntou como é que ela achava que amava, no decorrer da resposta, a atriz disse algo curioso, mas que analisado ao pormenor faz toda a diferença.  

«Acho importantíssimo fazer declarações»

Reforçamos muito esta ideia: «não preciso de dizer porque as pessoas sabem quem são». Contudo, pensando melhor, não é bem assim. As pessoas têm de saber! Aqueles que amamos, sejam os pais, os amigos, os namorados, necessitam dessas demonstrações de carinho, de sentir da nossa parte que são especiais e importantes. Quando caímos no erro de achar que não precisamos de o dizer estamos a esquecer-nos de cuidar da relação. Não quer dizer que se faça uma declaração pública todos os dias, mas é necessário ser-se mais regular. É este aconchego que nos deixa perto, ainda que a distância física seja insuportável. E se não nos declararmos a quem nos é tanto vamos fazê-lo com quem? O amor tem que ser vivido em pleno. Partilhado. E, sobretudo, demonstrado.