As 7 aprendizagens que mudaram a minha perspetiva

Fotografia pessoal


«Se você souber olhar a vida de um jeito novo, tudo que antes parecia ser óbvio passará a ser inédito a cada instante», Bruno Razzec



Crescer é compreender que a nossa visão sobre o mundo não é estanque. E isso não é ser-se incoerente. É, sobretudo, aprender que os nossos horizontes ficam mais amplos, que a nossa experiência conta e influencia-nos e que as nossas opiniões começam a sustentar-se noutros fundamentos. Por isso, corroboramos ou abandonamos determinados pensamentos. Limamos as arestas indefinidas e reajustamos o nosso parecer. E as certezas de ontem podem não nos acompanhar no futuro, porque estarão sempre dependentes daquilo que vivemos. E da quantidade de mundo que levamos no peito.

A Cátia Rodrigues [The Pink Elephant Shoe], quando apresentei «As gavetas abertas por...», sugeriu-me escrever sobre episódios marcantes que tivessem alterado a minha perspetiva. Houve dois que me vieram logo à memória. E senti que seria interessante não me limitar a momentos concretos, mas abordar aprendizagens que apresentaram, precisamente, o mesmo efeito. Entre várias que poderia enumerar, há sete que, para mim, são cruciais.


Ser filho único não tem só vantagens: Nem só desvantagens. Tem os seus prós e os seus contras, como tudo na vida. Ao partilharmos casa com um irmão [ou mais], talvez aprendamos determinados princípios com outra rapidez e consistência, até pela recorrência no quotidiano familiar. Porém, isso nunca será uma verdade absoluta, uma vez que, no meu entender, o que faz a diferença é a educação que se recebe. Portanto, não é por alguém ser filho único que terá tudo o que quer, que ficará isento de responsabilidades, que será egoísta e/ou mimado. Isso é bastante relativo! Claro que não chego ao extremo de afirmar que é uma ideia descabida, mas também não sinto que possa ser encarada como algo irrefutável. Cresci a ouvir muitas dessas reclamações - «tu é que tens sorte», «ser filho único é muito melhor», «não tens que partilhar brinquedos, é tudo para ti» -, mas gostava que se colocassem no lugar de pessoas que, tal como eu, são filhos únicos. Há quem prefira, há quem nunca se tenha conformado com a ideia... Há de tudo. E cada caso é um caso. São as aprendizagens que fazemos que nos moldam o nosso caráter e não a [in]existência de irmãos.

Há ligações que não duram para sempre: E não há mal nisso. Custa e magoa, é certo, mas existem pessoas que entram na nossa vida com um prazo de validade, que pode ser mais curto do que esperaríamos e, naturalmente, gostaríamos. Pessoalmente, acreditei que fiz laços para a vida e, hoje, os nós estão bem desfeitos. O peso no coração demorou a aliviar, por todas as recordações bonitas que construímos e pelo significado que passaram a ter. E, honestamente, penso que o pior foi não existir um adeus claro, mas uma reviravolta atribulada. E nestes constantes «entra e sai», comecei a perceber que o melhor seria guardar esses momentos felizes. Não se revelaram a amizade que julguei inquebrável, mas, para ser justa, isso não esmoreceu o elo partilhado durante o tempo que foi suposto. Aprendi a falar dessas pessoas pelo que foram. Sem ressentimentos. Apenas com a certeza de que acrescentaram mais luz à minha história.

O nosso corpo não nos define: A relação que mantenho com o meu nem sempre foi a mais saudável. Acho que houve uma altura em que quis mudar pelos motivos errados, porque crescemos com a ideia de que apenas há um tipo de corpo perfeito. Mas não há! E, quando compreendi isso, passei a aceitar-me. E, mais tarde, a amar-me. Porque não é o facto de vestir camisolas XL e calças 44/46 que mostra aos outros a minha essência. A auto-estima também se trabalha. E devemos fazer esse exercício diariamente. Em vez de olhar para mim à procura de defeitos, passei a procurar aquilo que mais gostava de ver. Pode parecer pouco, mas ajuda a reequilibrar a balança. Nós somos muito mais do que um corpo. E, agora, se quiser mudar é por mim e não por pressões alheias. Porque o mais importante de tudo será sempre a nossa saúde. E o nosso bem-estar. E eu não permito que as opiniões dos outros se imponham perante estas duas questões!

Amor-próprio é obrigatório: Para nos valorizarmos, para não permitirmos que nos maltratem [de que maneira for], para não procurarmos nos outros aquilo que sentimos que nos falta em nós. «Se eu não gostar de mim, quem gostará?» é um lugar comum antigo, mas sempre atual. Porque é a base de tudo. Não posso esperar que os outros gostem de mim quando eu não me acho digna de receber esse tipo de carinho. Mesmo que este processo não seja intuitivo e demore, temos que arranjar forma de trabalhar a aquisição de amor-próprio. Temos que gostar da nossa companhia, da imagem que vemos ao espelho e da personalidade que fomos consolidando. Porque o oposto destrói-nos aos poucos e condena qualquer tipo de relação - até porque vamos exigir coisas que a pessoa pode não ser capaz de nos dar e a culpa não é dela. Em primeiro lugar, amem-se. Depois, sim, entreguem-se a quem amam [independentemente do tipo de ligação].

A morte dói, mas é inevitável: Todos sabemos que é a ordem natural dos acontecimentos. Nascemos e, um dia, morremos. No entanto, nunca estamos preparados para nos despedirmos daqueles que amamos. Durante anos, não fui capaz de fazer o verdadeiro luto do meu avô materno, que faleceu no dia em que fiz quatro anos. Era demasiado pequena para assimilar a dimensão daquela perda, mas há memórias muito nítidas que me acompanham até hoje. E este é o outro lado da vida, que nos mostra que as pessoas não são fisicamente eternas. Quando faleceu a minha avó materna, no meu primeiro ano de faculdade, fiquei sem chão. Foi um golpe duro. Muito duro. Mas inevitável, como todas as mortes que chorei e as que ainda irei chorar. O vazio fica connosco. Nos momento mais importantes irá faltar-me sempre alguém - na minha cartola faltam 3 bengaladas, que sei que nunca irei receber, pois é humanamente impossível. Mas como referiu Carlos Drummond de Andrade, «a dor é inevitável. O sofrimento é opcional». Deixar de ter essas pessoas na minha vida foi - e é - doloroso, mas sofrer por isso não vai trazê-las de volta. Fiz a minha despedida. Mas preservo o melhor de cada uma delas, porque é a única maneira de as manter perto.

O humor pode ser catártico: Para lidar de uma forma mais saudável com a morte, por exemplo. Mas também por ser uma excelente forma de quebrar preconceitos. Houve uma altura em que me questionei se não seria desrespeitoso fazer piadas com certos assuntos. Contudo, rapidamente percebi que era precisamente o oposto. O humor tem a capacidade de desconstruir e de, inconscientemente, levar as pessoas a refletir sobre determinados temas. O seu lado jocoso é uma porta aberta para não nos levarmos tão a sério, para libertarmos o peso de cargas emocionais negativas e para nos salvarmos do abismo. Quando me sinto em baixo, recorro quase sempre aos trabalhos dos meus comediantes de eleição, que não se coíbem de pegar em assuntos [ditos] delicados e esmiuçá-los com aquela pitada perversa, porque é isso que me permite relativizar. No passado dia 21 de março, «nove humoristas nacionais» juntaram-se «com um objetivo comum: fazer todas as piadas possíveis com o cancro e gozá-lo sem falinhas mansas». Este roast foi «encomendado» pelo Tiago, depois de ter sido diagnosticado com a doença. E eu achei isto genial. Porque numa sociedade que se ofende com tudo, ainda há quem opte por não desperdiçar a vida.

É preciso aprender a dizer não: Mostrar-nos constantemente disponíveis pode criar hábitos irreversíveis. Não é saudável. E transmite a ideia errada de que as pessoas podem dispor de nós a seu bel-prazer. Sermos prestáveis é das melhores sensações, até pela simples razão de nos sentirmos úteis. Além disso, é bom perceber que as pessoas contam connosco. Mas por muito egoísta que soe, também precisamos de nos precaver, de não lhes dizer sempre sim, caso contrário vão dar-nos por garantidos e vão passar a cobrar a nossa disponibilidade, como se a obrigação e a responsabilidade fosse sempre nossa.



Quais foram as aprendizagens que mudaram a vossa perspetiva?

Comentários

  1. Great written like always. Self esteem is must and Learn to say NO is very important, people will never count us important.
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  2. i wrote different comment and it shows something else after publication :(

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  3. Gostei do que li e o ultimo ponto é muito importante parece fácil mas não é, dizer não é muitas vezes fazer o bem.
    Um abraço e Bom 1º de Maio.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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  4. Bom dia. Tudo na vida se aprende, desgasta, esquece. A própria vida é toda ela uma aprendizagem. O difícil é saber viver essa aprendizagem. Mas tudo é como o vento. Uns dias passa, refresca, aquece. Noutros nem aragem existe. No outro dia volta o vento...

    * . Cigarro que mata ...na forma consciente *
    .
    Deixando um abraço

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  5. Não podia concordar mais com o teu texto.
    Um beijinho grande*
    Vinte e Muitos

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  6. Essa foto está linda e lembra aquela que postei aqui do meu Lu :) será por ambos serem filhos únicos? ;)
    Gostei mesmo muito deste post, continua sempre assim minha querida*
    Bjinhosss
    https://matildeferreira.co.uk/

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  7. Passei pelas mesmas aprendizagens que tu, sem tirar nem pôr. Há coisas que só a idade nos ensina e, por esse motivo, temos que estar disponíveis para novas aprendizagens a qualquer momento. Eu sou do grupo dos filhos únicos que nunca se importou de assim ser, até porque cresci muito próxima dos meus primos. Quando me perguntavam se queria um irmão dizia "não preciso, tenho os meus primos". Hoje, já adulta, vejo que os meus pais tomaram a decisão certa. Eles quiseram dar-me a vida que eles não tinham tido. Nunca fomos ricos mas conseguimos viver com uma certa liberdade e eles sempre souberam que um segundo filho seria demais para a sua carteira. Agora que começo a pensar em filhos (e apesar de gostar de ter dois) tenho quase a certeza que ficarei só por um, exatamente pelas mesmas razões.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Todo o mundo é composto de mudança. Se não formos capazes de mudar com o mundo, tornamo-nos uns inadaptados.
    Há vida para além da morte. Há a nossa vida para além da morte daqueles que amamos. Não podemos morrer com eles.

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  10. Está certíssima Andreia. Tudo na vida é aprendizado e as lições que aprendemos ao longo da vida corroboram para nos tornar seres humanos melhores. Vivamos as mudanças e aprendamos com cada uma destas vivências.
    Beijos e um feliz dia

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  11. Ola!

    Qué magníficos consejos, me tomé el tiempo para traducir cada uno y sin duda, concuerdo en todos. Por cierto, la foto es bellísima.

    Un beijo!

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  12. As aprendizagens são uma constante na nossa vida. Com o passar dos anos e com as vivências que carregamos vamos olhando o mundo de diversas formas e acabamos por mudar ou moldar a nossa opinião, tentamos ajustar-nos ao que para nós faz sentido. O mais incrível é que podemos ter 50 ou 60 anos que continuamos sempre a aprender e ainda bem.
    Partilho de todas as tuas aprendizagens à excepção da primeira, porque não sei o que é ser filho único, no entanto, concordo contigo e acredito que não seja como as pessoas fazem parecer muitas vezes. As pessoas generalizam sempre tudo, tendo ideias às vezes descabidas e, por exemplo, eu conheço quem tenha um ou dois irmãos e seja do mais egoísta e mimado que há. É relativo, como tudo.
    "Aprendi a falar dessas pessoas pelo que foram. Sem ressentimentos." Isto é importante, até porque às vezes acredito que algumas pessoas venham durante um tempo determinado e quando chega a hora vão embora, é estranho pensar-se nisto, mas é a única coisa que explica certos desaparecimentos das nossas vidas. Custa, mas guardemos o melhor que temos dessas relações.
    "Em vez de olhar para mim à procura de defeitos, passei a procurar aquilo que mais gostava de ver." acho que todos nós temos um momento na vida em que olhamos para nós e tentamos arranjar todo e qualquer defeito. Este ponto está também inteiramente ligado à questão do amor-próprio, é necessário que este exista e nos faça ver o quão especiais somos, os nossos números não nos definem em nada. Claro que a imagem tem influência e é o que vêem primeiro, mas o corpo? O corpo é nosso, devemos sentir-nos bem e apenas nos preocuparmos com a nossa saúde. É normal haver dias em que nos sentimos menos bonitos, mas quando isso se torna obsessivo devemos procurar ajuda, encontrar uma luz que nos permita amar a nós próprios, porque este é dos amores mais importantes para que possamos viver em pleno. Senão o mais importante, como referes, já que para darmos o nosso melhor temos de nos sentir bem. Não me canso de repetir, somos a pessoa mais importante da nossa vida.
    A morte, uma questão difícil, mas não poderia não concordar contigo. As saudades não trazem as nossas pessoas de volta, resta-nos recordar e sorrir, guardar tudo que de bom temos, afinal enquanto vivermos elas estarão sempre presentes em nós e no nosso pensamento.
    É necessário sabermos rir na medida certa das coisas, não estamos a ser maus, a meu ver, estamos a tentar levar a vida de uma forma mais positiva e alegre, já que nos dias de hoje se vê tanta tristeza. Também gosto desse tipo de humor, porque me permite pensar nas coisas por outro prisma.
    Dizer não, é necessário, só assim aprenderemos a aceitá-los também. Não podemos assentir sempre, concordar e fazer tudo, quando no nosso eu mais profundo não estamos de acordo. Não é bom para nós, dizer não é mostrar que somos humanos e que não temos de fazer tudo só porque sim.

    Acrescentaria a esta lista uma das metáforas que mais uso no meu dia-a-dia, "à chuva também se dança", que é como quem diz, por mais triste que a vida esteja há sempre um raiozinho por perto que nos permita lançar um sorriso. Aprendi também que há coisas que é necessário guardarmos só para nós e para os nossos, longe dos olhares de quem não nos quer bem, há coisas que devem ser apenas nossas para serem verdadeiramente especiais.

    Nunca me canso de te ler!

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    1. Ok, desculpa, não tinha ideia do quanto tinha falado xD

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  13. Concordo com estes certíssimos conselhos, a vida é uma aprendizagem,importante saber aprender sermos melhores...
    Bjs

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  14. Identifiquei-me imenso com as tuas aprendizagens. A vida faz sempre por abrir-nos os olhos e ensinar-nos a ser pessoas melhores pessoas.

    Beijinhos!

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  15. A vida é uma aprendizagem constante e acredito que todos já passamos por essas mesmas lições! Mais um texto lindo!

    https://checkinonline.blogspot.pt/

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  16. Concordo com tudo o que disseste e identifico-me bastante.
    Acrescentaria, felicidade pessoal constrói-se e toda a jornada começa com um passo.

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  17. Ah! Muito obrigada. Fiquei realmente feliz com o seu comentário! ;)

    Também aprendi que existem ligações que não duram para sempre... Fiquei mal durante um tempo quando uma amiga irmã se afastou de mim. Mas percebi que coisas assim acontecem com uma frequência até que grande na minha vida, sabe?! E tudo bem. Não posso obrigar ninguém a permanecer!

    Ótima terça!

    Beijo! ^^

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  18. Muito obrigado, meu bem :D O feedback foi tão positivo que estou em crer que a vou trazer de novo! <3 E ela fica toda feliz. Eheheh :D

    Não podia estar mais de acordo com tudo o que disseste. Revi-me em todos os pontos e vem ao encontro de tudo aquilo que consegui reter neste ano que passou. Sou filho único mas nem por isso sou mais mimado ou não dou valor às responsabilidades que tenho. Há uma necessidade muito grande aprendermos as coisas por nós e, lá está, tudo vai depender da educação que temos. No que toca às relações, é bom que nem sempre durem até porque, algumas delas, com o tempo, acabam por se revelar tóxicas. Estou em crer que desse género de pessoas não precisamos na nossa vida. Aprendi, da pior maneira, que tenho aceitar o meu corpo e que o meu "eu" é mais do que isso. Mais do que um corpo, mais do que uma batalha diária em busca do corpo perfeito que não existe. Foi desta forma que me comecei a valorizar mais e a ter uma maior perceção do quão importante é o amor próprio. :) Custa-me muito, muito, pensar na morte embora, como dizes, a mesma seja inevitável. É daqueles assuntos que mais mexe comigo se pensar que vou perder os meus. Dói só de pensar.
    Para terminar, tenho de começar a aprender a dizer não. Esse é, sem dúvida, o meu calcanhar de Aquiles... Preciso mesmo, mesmo de me focar nesse ponto e de o moldar mais.

    NEW DECOR POST | FINALLY: IT’S MY ROOM TOUR :o
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  19. Também tenho aprendido como tu a dizer não e a gostar mais de mim, têm de ser... temos de começar por nós !!!

    É preciso é não esquecer as lições!!

    Beijinhos
    https://titicadeia.blogspot.pt/

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  20. Concordei com cada palavra querida! Cada vez mais percebo que há ligações que não irão durar para sempre mesmo que quiséssemos (quer seja relacionamento quer amizade) e mesmo que doa muito, temos de mentalizarmos que tudo acontece por um motivo e que se essa pessoa saiu da nossa vida é porque alguém incrível irá entrar nela em breve, ou até irá acontecer algo incrível. Não há nada que possamos fazer para que alguém fique. Se a pessoa gostar de nós e quiser ficar, ela ficará independentemente de qualquer coisa. Quanto a dizer não acho que é um bem necessário pois quando dizemos sempre sim, as pessoas aproveitam-se sempre. Não podia ter gostado mais deste post! Fez-me reflectir imenso! Obrigada! Beijinhos <3

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  21. Revi me imenso nas tuas aprendizagens foram basicamente as mesma que as minhas.

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