MÁQUINA DE ESCREVER ||
RASPAS DE CARVÃO

Fotografia da minha autoria



«O amor desenhado a lápis de cor»


É linha que se esbate
Em peito morno e ondulante
Como lápis de cor que se fragmenta
Em movimento lento
Qual bailarina numa caixa de música
De melodia muda

E num perdão que me escapa
Como fumo de cigarro pousado num parapeito
Reprimo a esperança
De ver o despertar da aurora

Sem milagres que se transformem em poemas
Faltam-me as horas certas para reconhecer a maré
Pintada em alto mar numa tela sem luz

E nesta cornucópia
De raspas de carvão alaranjado
Ficam as palavras desertas
Neste céu aberto de folhas vazias
Onde o amor é naufrago
E eu desaprendi de ser cais

18 Comments

  1. Fico sempre maravilhada com a tua poesia, é lindíssima. Nem tenho palavras, porque realmente toca-nos profundamente.

    Beijinho grande!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu é que fico sem palavras para agradecer tamanho carinho! Obrigada ♥

      Eliminar
  2. Gostei imenso! :) Comecei o dia logo em Grande ao ler isto!

    jiaescreve.blogspot.com

    ResponderEliminar
  3. Lindo 🧡 Muito muito obrigada por nos presenteares com a tua escrita tão bonita 🥰🌈

    ResponderEliminar
  4. Oh que palavras mais bonitas, como não gostar
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

    ResponderEliminar
  5. Fico maravilhada com a tua POESIA e as tuas fotografias.
    O poema de hoje é um dos poemas de que mais gostei — até me apetece traduzi-lo, mas isso, seria assassiná-lo.

    ResponderEliminar
  6. Andreia linda a sua poesia, palavras que encanta a gente, adorei Andreia bjs
    http://www.lucimarmoreira.com/

    ResponderEliminar
  7. Sem palavras. Um encanto. Só espero pelo teu livro de poesia. 😍 É maravilhosa!

    ResponderEliminar