As minhas viagens de metro #52

Imagem retirada do google

«Quantas coisas cabem em um olhar! É tão expressivo. É como falar», 

Clarice Pacheco

É o teu olhar que procuro mal chego. E, inconscientemente, espero a reciprocidade desses olhos castanhos cor de avelã, como se isso fosse a minha réstia de esperança para ser feliz.

Está escrito em todas as minhas ações que és o tal. Fico sem jeito. Desarmas-me e nem o imaginas - ou, talvez, até faças uma pequena ideia. Ao teu lado é tudo tão simples, tão descomplicado. Habituava-me a esta serenidade que me invade em todas as vezes que partilhamos o mesmo espaço.

É irreal. Sinto-me como uma adolescente no auge da sua loucura, com a diferença de que tento ocultar tudo aquilo que me possa denunciar quando estou perto de ti. Já tenho idade para ter juízo - penso em jeito de repreensão - e, mesmo assim, não controlo o meu corpo quando te vejo. Porque és hipnotizante. Desconcertante. E tudo aquilo que eu preciso!

M, 24.02.2015