«Rir de tudo é coisa de tontos, mas não rir de nada é coisa de estúpidos»,
Erasmo de Rotterdam
Rir da desgraça alheia é de muito mau tom, pelo seu caráter desumano e injustificado. Porém, rir da estupidez humana já é aceitável. E, verdade seja dita, praticamente inevitável e irresistível. Talvez por isso é que perca horas a ver maratonas de Ridiculousness, um programa de comédia americano, transmitido pela MTV.
«Rótulos foram feitos para produtos. Não para pessoas»
Hoje, nesta vida que avança numa velocidade descontrolada, parece que tudo tem um tempo para acontecer. Um prazo. De validade e que nos valida perante os outros. E o que exceder essa data, estipulada vá-se lá saber por quem, já vai tarde. Como se vivêssemos todos com a mesma intensidade. Os mesmos ritmos. As mesmas prioridades. E assusta-me perceber que a sociedade que proclama a mudança, a diferença, a individualidade é a mesma sociedade que nos retira o tapete e nos rotula com um qualquer défice, apenas porque decidimos seguir um caminho que não é o mesmo dos demais. Ou que, nas suas óticas retorcidas, foge da normalidade. No fundo [talvez não tão fundo assim], sinto que a civilização ainda quer ovelhas, que sigam o rebanho em cada passo que ele der, sem se aventurarem a sair da linha. E que toda esta postura de abertura não é mais que hipocrisia camuflada.
Fotografia da minha autoria
Há perguntas indiscretas. E há perguntas que, não tendo esta conotação, [quase] ninguém se lembra nos fazer. Neste sentido, a Matilde Ferreira [Cantinho da Tily], a quem agradeço desde já, nomeou-me para responder a uma tag que visa o segundo grupo de questões, denominada As 50 Perguntas Que Ninguém Pergunta. Para ser mais fácil [e menos cansativo visualmente], vou dividi-la em duas partes, sendo que a segunda deverá sair na próxima sexta-feira. Assim, sem mais demoras, avancemos para o que importa!
[A felicidade pode ser traduzida de várias maneiras. E eu acredito, muito honestamente, que esta iguaria é um dos seus significados. Não lhe resisto. É absolutamente deliciosa]
Fotografia retirada do tumblr
«Tenho em mim todos os sonhos do mundo», Fernando Pessoa
A tua voz enrouquecida disse-me, um dia, que somos do tamanho dos nossos sonhos. Assim, sem qualquer explicação, apenas como um sopro tão certeiro como as imprevisibilidades da vida. E, naquele momento, imaginei-me estupidamente alta, porque, em toda a extensão do caminho que percorri até aqui, fui colecionando sonhos, como quem colhe amores-perfeitos do jardim.
Fotografia da minha autoria
«Um livro em formato de álbum»
A literatura Fantástica é um mundo em aberto. E praticamente desconhecido para mim. Embora aprecie o misticismo que lhe é inerente, este género nunca resulta numa primeira escolha. Porém, há obras que nos fazem querer arriscar. Quando estive no Porto Book Stock Fair, deparei-me com o livro de Beatriz Pacheco Pereira. E, assim que li a sua breve sinopse, percebi que não o podia deixar para trás.
Fotografia da minha autoria
«Sua casa é seu refúgio. Evite a bagunça para garantir a sensação de bem-estar»,
Avesso do Caos
A minha estreia na blogosfera aconteceu em 2009, quando criei o [agora extinto]Parte do que sou. Nessa altura, não tinha uma rotina específica. Tentava não estar mais que dois dias seguidos sem publicar, mas dependia muito da minha inspiração e da minha predisposição para escrever, até porque o blogue em questão estava muito limitado aos meus textos ficcionais. Quando avancei com As gavetas da minha casa encantada, a organização foi muito semelhante, uma vez que apenas funcionaria como um complemento. Porém, assim que percebi que passaria a ser o meu único espaço, senti necessidade de mudar a minha postura. E preparei algumas mudanças.
Fotografia retirada do tumblr
«Tudo passa, mesmo quando parece que nunca mais. E o tempo começa a cuidar de nós quando decidimos seguir em frente. A vida muda quando decidimos não precisar da opinião dos outros mais do que da nossa e o mundo gira quando não nos encolhemos no que queremos ser, fazer ou dizer com medo do que os outros vão dizer (...) Começamos a saber respirar quando não carregamos culpas que não são nossas. E o nosso caminho fica mais iluminado quando abrimos os olhos e percebemos quem merece ficar na nossa vida. Tudo começa a dar (mais) certo quando, finalmente, percebemos que às vezes precisamos de ter muita coragem para deixar ir e desistir. E desse dia em diante começamos a acreditar que há lutas que se ganham quando se perde»
«O gosto pela escrita escreve à medida que se escreve», Erasmo de Rotterdam
O meu fascínio pela escrita surgiu automaticamente, uma vez que estabeleci uma relação bastante próxima com as palavras quando aprendi a desenhá-las num caderno. Deste então que escrever à mão é uma prioridade. Mesmo que recorra frequentemente ao computador, a verdade é que regresso sempre às origens. Porque nada substituí a magia de uma folha física em branco e o prazer que é preenchê-la através de um lápis/de uma caneta. No entanto - e ainda que não esteja propriamente relacionado -, nunca tive o hábito de escrever cartas [a não ser ao Pai-Nata]. E de enviá-las, com regularidade, a alguém. O curioso é que, à medida que fui crescendo, passei a interessar-me por este assunto, mas adiei aventurar-me neste procedimento pelos mais variados motivos. Até que me juntei a um grupo que privilegia esta forma de comunicação.
«Nunca cheguei
A ser só teu
Nunca tentei dar-te
Tudo o que é meu
Nunca estarei
A um passo do céu
Fui sempre alguém
Que nunca te entendeu
Fotografia de Brock Elbank
... Sardas!
[Não tenho, mas sempre gostei de ver nos outros. E, se pudesse, era algo que acrescentaria em mim. Porque acho extremamente distintivo e amoroso um rosto com sardas]
... práticas esquisitas. Tenho algumas palavras com as quais não consigo começar um texto. A saber: não, algo, eu, contudo, às vezes, mas, porque, se, que, entre outras. Eventualmente, já aconteceu, mas a verdade é que evito ao máximo fazê-lo, até porque sinto que há palavras que assumem um caráter mais introdutório do que outras. E que, por isso mesmo, se adequam melhor ao que pretendo partilhar. Se for na segunda frase [ou nas seguintes], não me incomoda. No entanto, tenho cuidado com a primeira palavra da minha mensagem. Pode ser picuinhas ou uma mania descabida, mas altero por completo a estrutura da minha ideia, as vezes que forem necessárias, só para não ter que começar daquela maneira. E acho que isto já não tem cura!
Fotografia da minha autoria
«(...) tornou-se rapidamente um romance de culto para os jovens europeus do período de entre as duas guerras»
É assustador, mas igualmente desafiante quando nos tiram a rede. E foi isso que o meu tio fez quando selecionou alguns livros para me emprestar. Entre eles, havia um nome que sobressaia: Ernest Hemingway. Prémio Pulitzer, em 1953, e Prémio Nobel da Literatura, em 1954, senti que era um daqueles nomes ligeiramente inacessíveis. Por isso, fui adiando a leitura das suas obras - d' O Velho e o Mar li apenas excertos -, por considerar que talvez não tivesse maturidade suficiente para descodificar a sua escrita. Porém, até na literatura devemos arriscar. E decidi que estava na hora de pôr de lado os meus receios.
Uma caneca em forma de lente! Sou fascinada por fotografia desde sempre [o que não é novidade]. E já perdi conta a todas as vezes que disse que queria comprar uma Canon. Quando vi este artigo, rendi-me de imediato. Pela sua originalidade. E por me aproximar de uma das minhas maiores paixões. Nunca o encontrei à venda numa loja física [o que, obviamente, não quer dizer que não exista], mas acho que, qualquer dia, vou-me aventurar numa compra online. Até porque canecas numa são de mais. Não é incrível?
Fotografia da minha autoria
«Não podes parar o futuro. Nem voltar atrás ao passado. A única maneira de perceberes o mistério... É carregando no play»
Os comentários sobre 13 Reasons Why [Por Treze Razões] foram-se multiplicando gradualmente. No entanto, esta obra só me despertou genuíno interesse quando ouvi as minhas pessoas do bem a falarem tão fervorosamente sobre o assunto. Inicialmente, limitei-me a escutar as suas apreciações. Posteriormente, acabei por lhes pedir que me explicassem, em traços gerais, o conceito e o porquê de estar a atrair tanto público. E decidi aventurar-me, para tirar as minhas conclusões. Começar a fazê-lo pela série era suficientemente aliciante. Porém, optei primeiro pelo livro. Agora que já conheço ambas as componentes, reconheço-lhe mérito!
Fotografia de Filipe Ferreira
«O que vai atrair as pessoas é a estética e a própria linguagem. Neste espetáculo, a linguagem é meio de programa infantil, mas torna a coisa muito engraçada porque os temas abordados são bastante adultos», Rui Melo
O Teatro é uma arte que me atrai. No entanto, erradamente, usufruo muito pouco do seu ambiente único, intenso, sem rede. E isso é algo que pretendo mudar. Quando, no Natal, os meus pais receberam bilhetes para irem ao Sá da Bandeira, partilhei logo a minha vontade de lhes fazer companhia. E reforcei-a assim que vi qual seria a peça!
[Aprecio, genuinamente, qualquer um dos sabores disponíveis. E acho que é daquelas bebidas que combina bem com qualquer ocasião. Além disso, para mim, passou a ter história. E um significado muito mais pessoal]
Fotografia de Marta Bevacqua
«O grande problema da humanidade é a incoerência»
A sociedade é feita de modas, que duram ou que se extinguem. Que deixam de fazer sentido quase no segundo seguinte a serem lançadas ou que regressam, nesse movimento cíclico tão característico. E uma que tem ganho grande visibilidade diz respeito às... nudes!
Fotografia da minha autoria
«Numa fria noite de Outubro o porteiro da discoteca Pomme Rouge é assassinado quando se dirige para o emprego»
Eventos como a Porto Book Stock Fair são uma verdadeira perdição para amantes de leitura. Quer pelos preços reduzidos, quer pela variedade de estilos disponibilizada. Quando tenho oportunidade de marcar presença neste tipo de iniciativas, aproveito para procurar aqueles livros que tanto queria ler, mas também para arriscar em autores que não conheço. Geralmente, são estes últimos que acabam por me conquistar. E o terceiro romance de Carlos Ademar é um claro exemplo disso.
Fotografia da minha autoria
«Fotografar é uma maneira de ver o passado. Fotografar é uma forma de expressão, o "congelamento" de uma situação e seu espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual»
Desligo a minha Pão de Forma imaginária. E abro o álbum de memórias, que resultou desta boleia pelo mundo maravilhoso que habita dentro do nosso país. As minhas viagens não se limitam nas palavras. Gosto de as complementar com os inúmeros registos fotográficos que vou captando, porque acredito que as fotografias também contam histórias. Assim, deixo-vos com fragmentos daquilo que fui observando nos sítios por onde passei!
Fotografia da minha autoria
Capítulo 26 (conclusão)
22.08.2017
O segredo é mesmo perdermo-nos pelos seus trilhos, para contemplarmos tudo aquilo que tem para nos oferecer. Para quem for amante de caminhadas, não faltam percursos pedestres. Quem não for, se tiver a oportunidade de vir até cá, certamente passará a ser. Porque respira-se ar puro. E há uma beleza impossível de definir por palavras. A cada passo que dava ficava mais fascinada. Não só pela sensação de paz e pela magnificência da paisagem, mas também por sentir que os meus afilhados se estavam a divertir.
Fotografia da minha autoria
Capítulo 26
Terça, 22.08.2017
08h00: Toca o despertador, para mais uma página deste À boleia do mundo!
09h00: Com a Pão de Forma [imaginária] ligada, em primeiro lugar, vamos buscar dois elementos que nos acompanharão nesta aventura: os meus afilhados. Depois, sim, iniciamos oficialmente o passeio.
[Em casa, confesso, é muito raro fazer. No entanto, quando vou ao cinema é obrigatório. Sabem-me pela vida, sobretudo as simples. E o mais certo é comer metade do balde só nos anúncios. Em contrapartida, durante o filme até me esqueço que as comprei. Porém, se for comendo, tenho o máximo de cuidado para não fazer barulho a mastigar, porque sei que é incomodativo querer ouvir e estar uma sala inteira a reproduzir este ruído de fundo]
«(...) Almoçam regularmente e ficam "horas a resolver os pequenos problemas do mundo". Dessas conversas surgiu a ideia de gravar um programa, um testemunho de autenticidade e cumplicidade entre os dois»
Juntam-se dois nomes, aparentemente, improváveis e acontece um programa criativo, inovador, onde se fala de nada e de tudo. De uma forma descontraída, mas que permite refletir acerca de questões pertinentes. Ao mesmo tempo que nos provoca uma gargalhada fácil e genuína.
Fotografia da minha autoria
«(...) O destino irá cruzar os caminhos de Cathryn e Thomas numa história magnífica de superação, ensinando-os a transformar as adversidades em oportunidades e a valorizar a beleza que existe em tudo o que os rodeia»
Adoro que me ofereçam livros. Não só porque a leitura é uma das minhas maiores paixões, mas também pela imprevisibilidade. Quando sou eu a comprar, naturalmente, acabo por selecionar autores e/ou estilos que me sejam mais próximos, ainda que também arrisque em algo novo. Quando um livro é escolhido por terceiros, a possibilidade de sair da minha zona de conforto é muito maior, permitindo-me, igualmente, descobrir obras que, de outro modo, não figurariam nas minhas opções.
Fotografia retirada do pinterest
A transição para um novo ano já aconteceu, mas não podia deixar de cumprir o desafio que a Matilde Moreira [Cantinho da Tily] me lançou no seu instagram: responder à tag Ano Novo, Vida Nova. Como sabem, até porque há coisas que permanecem iguais, não irei nomear outros bloggers, mas quem quiser levar a tag está à vontade. O que também não muda é o meu agradecimento à Matilde, por mais uma vez se ter lembrado de mim. Avançamos?
Fotografia retirada do google
A Ana Bessa [Precisava de Escrever] aventurou-se no mundo singular das entrevistas. E eu tive a sorte de ser uma das pessoas que ela escolheu para este novo segmento do seu blogue. O convite foi aceite de imediato. E a nossa conversa foi publicada na semana passada. Para quem já me acompanha há algum tempo, talvez a maior parte das minhas respostas não seja uma novidade, mas espero que, mesmo assim, haja algo que vos surpreenda. Um agradecimento especial à Ana, pela oportunidade de partilhar mais um pouco daquilo que sou. Para que tem tiver curiosidade em ler, pode ir aqui!
Destacariam alguma informação em particular?
Fotografia da minha autoria
Estamos em 2018! Parece irreal, mas a verdade é que fechamos mais um capítulo e vamos agora iniciar outro. O tempo não espera por nós, por isso temos que fazer com que cada momento valha a pena. Assumamos esse compromisso. Com vontade. E com verdade!
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá