Março. Mês da primavera. Da mulher. Do dia do pai. E de ver a vida em suspenso. Quando, no início do ano, li A História de Uma Serva, senti-me a sufocar com aquele traço vincado de isolamento, mas estava longe de julgar ser possível vivenciar um nível significativo do seu caos. Contudo, comprovei, novamente, o quanto o futuro consegue ser imprevisível, por mais planos que delineemos, porque há uma série de condicionantes que nos viram do avesso. Mais do que nunca, é fulcral cuidarmos de nós e dos outros. E, se cada um fizer a sua parte, ficará tudo bem. Portanto, num período conturbado, fui criativa. Adaptei a rotina. Respirei fundo e não me permiti cair em histerismos, porque é importante não perdermos o foco e a esperança. E agarrei-me a todas as âncoras que são um ponto de luz num cenário atípico de neblina.
Fotografia da minha autoria
«Aproveita o isolamento social para pôr a leitura em dia»
O The Bibliophile Club é um dos clubes de leitura com o qual me comprometi, não só por fomentar a nossa paixão pela arte magnífica que é a literatura, mas também pela dinâmica do conceito, uma vez que se divide por temas - permitindo-nos exercer a nossa singularidade nas participações - e não por livros. Além disso, foi criado por pessoas que sentem as palavras com amor, partilhando este dialeto especial.
«Tu devias ter algo aqui
Para brindar comigo
Pôr aquele som e uma velinha
A inspirar quentinho
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... Samil!
[Parte das minhas férias, na infância, tinha este destino especial. E eu que nunca fui grande apaixonada por praia, criei por lá memórias inesquecíveis. No entanto, era a piscina com a ponte que roubava o meu coração. Há traços de história que ficam mesmo para sempre]
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«O amor é uma loucura»
Está frio lá fora
Apesar do sol luminoso
Preciso de algo que me aqueça
Que me permita enfrentar a tempestade
Que a minha vida se tornou
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«Tem o andamento de uma grande narrativa popular»
Mulher. Em ascensão. Ecoando a voz firme que a torna do mundo. Numa época em que se quebram barreiras de género, nunca fez tanto sentido lutar pela igualdade. Pelo respeito de sermos quem somos, sem preconceitos. Por isso, há movimentos ideológicos imprescindíveis, como o feminismo. E para o projeto Ler é Conhecer, optei por selecionar uma obra que espelha aquilo que, para mim, é fundamental na preconização dos seus direitos, começando pela imagem que tem de si.
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«Passaram-se sete meses sobre o brutal assassinato de Angela»
O meu compromisso de priorizar mais a sétima arte tem-se manifestado em passos subtis, quase como se fossem um novelo de lã a desenrolar-se com cuidado. Mas entre o AXN e o AXN Movies, encontrei dois aliados de peso: não só para estabilizar este período conturbado, mas também para motivar a minha jornada, descobrindo argumentos surpreendentes.
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«Vamos todos ficar bem»
A realidade como a conhecemos está do avesso. E o mundo, por consequência, fica um pouco em suspenso. Porque é imprescindível cumprirmos ao máximo este período de quarentena. De modo a providenciar alguma estabilidade mental e emocional, foi criado um evento digno de destaque, demonstrando que a criatividade é uma arma poderosa. E que juntos somos mais fortes, como cantam os Amor Electro.
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«Cada peça de roupa que uso é pensada
para contar um pouco de quem sou»
O meu guarda-vestidos esconde um mundo de possibilidades. Porque acredito que a roupa que usamos transmite passagens da nossa história. E pode ser uma maneira de afirmarmos a nossa individualidade. Portanto, escolho cada peça com ponderação. E com amor. Sobretudo, próprio. Porque tenho de me rever naquele pedaço de tecido ou de acessório. E deste compromisso não estou disposta a largar a mão.
«Cristina, tu estás triste
Cristina, nem queres uma flor
Já voltaste a sussurrar ao ouvido
De quem nem sequer te quer ouvir
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... Coisas que me fazem feliz!
Inspirada pela Andreia Moita, através desta publicação, não podia deixar de desenhar uma lista de coisas que são importantes para mim, uma vez que contribuem para o meu bem-estar, para a minha paz interior e para a minha felicidade. Como acredito - e defendo - que devemos valorizar cada manifestação que nos acrescenta, não dispenso...
... estar em família;
... escrever e fotografar [duas das minhas maiores paixões];
... ler. E, de preferência, muito. Com imensa qualidade;
... voltar ao Alentejo e à Ericeira;
... passear pelo Palácio de Cristal e pelo Jardim Botânico do Porto;
... a Livraria Lello;
... reunir com os meus amigos [que já são parte da família];
... chá;
... espetáculos de comédia;
... os meus gatos [Goji e Silvestre];
... ouvir o silêncio e ouvir música;
... ir ao Dragão ver o meu Mágico Porto;
... fazer panquecas;
... abraços;
... deambular perto do mar;
... criar conteúdo para As gavetas da minha casa encantada;
... rir;
... dançar;
... maratonar séries;
... comprar livros;
... as Carrinhas Pão de Forma.
O que é que vos faz feliz?
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«Cozinhar é como tecer um delicado manto»
O livro de receitas abriu-se numa página deliciosa, incitando-nos a confecionar uma opção gastronómica que adoramos, mas que nunca fazemos cá por casa. E o mais impressionante é que é muito simples de preparar. Após três dedos de conversa e uma partilha imediata - porque a comida une as pessoas -, estava na hora de quebrar esta tendência e deixar que este prato invadisse a cozinha. O resultado encheu-nos as medidas. E é mais uma receita para tornar, finalmente, regular à mesa.
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Tema: Livros infantis ou infanto-juvenis
A minha licenciatura - Educação Básica - e, posteriormente, o mestrado em Educação Pré-Escolar reservaram-me aprendizagens indiretas muito pertinentes. E uma das mais especiais foi a importância da literatura infantil e juvenil na construção do nosso caráter. Na medida em que tem uma magia distinta na abordagem de temas mais sérios ou que possam suscitar dúvidas. Atendendo ao tema de março para o The Bibliophile Club, optei por revisitar uma das minhas histórias favoritas.
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«Não coloque limites nos seus sonhos, coloque fé»
A manhã, que eu desejava que fosse célere, tardava a passar, como tantas outras nos últimos meses. Tentava manter a cabeça focada nas aulas, mas o meu pensamento só divagava para o momento em que ouviria o toque de saída. Então, aí sim, poderia sentir o peito descomprimido e aquela sensação calorosa de regressar a uma casa onde pertenço.
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«Quanto mais cedo nos distanciarmos,
mais cedo nos abraçaremos»
O histerismo da desinformação não nos deixa a salvo. Num país em alvoroço, por uma pandemia que nunca julgamos ter de combater, é perentório acalmar. Ser consciente. E seguir as recomendações partilhadas pela OMS e, consequentemente, pela nossa Direção-Geral de Saúde. Para, assim, evitarmos propagar o pânico e correr riscos desnecessários. Se cada um de nós for responsável, o problema pode não desaparecer de imediato, mas minimizamos o caos. E permitimos que os profissionais e entidades competentes efetuem o seu trabalho em segurança, com uma capacidade de resposta célere e eficaz. Para todos.
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«Um thriller psicológico»
A arte que nos inquieta é a que permanece dentro de nós para lá das barreiras do tempo. Porque há histórias - escritas, cantadas e visuais - avassaladoras, até pela desconstrução interior que promovem. Embora a premissa possa não ser sempre a mais original, é pelo facto de nos levarem a questionar quem somos que se tornam memoráveis. Transcendentes. E francamente atualizadas. E é por essa razão que, quase uma década depois, continuo a ficar deslumbrada com Black Swan.
«Disse que não ia
Falar mais de ti
Mas não consegui
Sonhei com nós os dois
Mas sozinho eu segui
Nós hoje não estamos juntos
Mas a vida é mesmo assim
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... Lettering!
[Escrever à mão é uma prioridade. Aliás, menciono muitas vezes o quanto sinto os meus pensamentos e a minha criatividade mais fluídos devido a este contacto direto entre o papel e a caneta. Portanto, no meio de planners, cadernos de escrita e book journal literário, tenho-me divertido a explorar diferentes maneiras de desenhar a minha letra. Embora esteja numa fase inicial, vou arriscando. E abrindo portas para que a escrita seja, também, palco de brincadeiras mais gráficas]
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«O encanto escondido da cidade»
O céu de nostalgia nortenha
Cobre-se a meia luz
De memórias palmilhadas em silêncio
Com sotaque a casa e a paixão
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Tema: O livro favorito de alguém de que gostes
A leitura é um processo muito emocional. E pessoal também. Por isso, acredito que todos temos ritmos distintos para a explorarmos - quer no que diz respeito à predisposição temporal que dedicamos a cada obra, quer pela própria vontade em abraçar esta arte. Eu demorei a estabelecer esse vínculo afetivo, no entanto, consegui o improvável e inspirei uma pessoa especial a priorizar a literatura na sua jornada.
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«Novo programa da SIC»
A minha Caixa Mágica continua a priorizar as séries que me falam ao coração. No entanto, vou permanecendo atenta a possíveis programas entusiasmantes e originais, que passem nos canais portugueses generalistas. Porque acredito na qualidade, na competência e no talento dos nossos profissionais. Embora existam formatos que não me cativem - o que é perfeitamente natural -, há outros que seguem a direção oposta, incitando-me a descobrir variantes do seu conteúdo.
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«A multidão num grito só de todos nós»
Os primeiros raios de sol envolveram-me com um jeito sereno. Mas o coração palpitava num ritmo acelerado, exteriorizando o nervoso miudinho tão inerente a determinados reencontros. Porque a certeza de voltar a uma casa especial, para além de toda a emoção agregada, é indescritível. Pela nostalgia. E por percebermos que também é nossa.
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«Uma cidade com muito para oferecer»
A minha Pão de Forma seguiu viagem, no início de fevereiro, rumo a um fim de semana de celebração. O que me permitiu desvendar recantos da bela cidade de Viseu. Embora o tempo tenha condicionado, em parte, a magia da descoberta, não nos impediu de perceber que é um lugar carismático. Cheio de charme. Portanto, após partilhar o roteiro palmilhado, só ficou a faltar uma descrição gastronómica e hoteleira.
«Se eu deixar de respirar
Talvez tu voltes aqui
Talvez tu voltes para mim
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... Perspetivas!
[Na fotografia - e na vida, em geral - faço por focar sempre a minha objetiva em diferentes perspetivas, retirando o melhor ângulo daquilo que o meu olhar alcança. E é neste observar atento - e pouco rígido - que descubro planos um pouco fora da caixa, que me devolvem imagens inspiradoras. O que só prova que, na maior parte dos casos, o nosso problema não é examinar a vista errada. É, sim, vê-la do prisma menos indicado. Por isso, vou explorando distâncias diversas, percebendo qual a posição que mais favorece o panorama onde me encontro]
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Só gostava de conseguir arrancar essa dor que te consome.
O meu peito palpita sempre mais forte quando o assunto é literatura. E todas as desculpas são ótimas para a tornar como tema central dos meus pensamentos. Da minha rotina. Das minhas conversas. Porque nunca me falta vontade para repousar na companhia de um bom livro. E sinto, por mais que o relógio avance, que aquele pedaço de mundo é apenas meu. E que nada tem peso quando mergulho nas páginas de uma nova história.
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«Um espetáculo que pode mudar a sua vida»
O destino tem sempre demonstrações curiosas. Atendendo a que é capaz de nos proporcionar reencontros que, talvez, não sentíssemos tão perto de serem concretizáveis. E eu despedi-me de fevereiro, no penúltimo dia do mês, regressando a uma casa que tem sido palco de sonhos realizados e memórias inesquecíveis. É que, para minha felicidade, estava na hora «de voltar a jogar o Roda Bota Fora», no Hard Club.
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«Traz o seu amor em silêncio»
O bichinho da decoração tem assumido um impacto muito especial no modo como organizo os meus locais prediletos da casa. Embora as mudanças sejam mínimas, tenho estado mais consciente em relação à energia que a própria disposição dos móveis emana. Porque é fundamental sentir-me em paz. E um dos meus grandes objetivos é ser capaz de optimizar cada uma das divisões, contando as memórias e as histórias desta família.
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«Todo o mundo tem um mundo de histórias
bem bonitas para contar»
A capacidade de contar histórias fascina-me. Pela envolvência. Pela cadência. E por nos transportar para realidades alternativas, que tanto nos podem inquietar, como nos podem sossegar. No entanto, independentemente do trilho que o enredo prossiga - ou persiga -, há um traço de imaginação que floresce, concedendo-nos a possibilidade de criar. De sentir. De planar fora da caixa. E acho mesmo gratificante quando escutamos os contos que se tecem por mãos alheias. Por isso, há um ano, abri a gaveta de um projeto autónomo de escrita, com espaço suficiente para acolher todos aqueles que também o quisessem abraçar.
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá