A gratidão é um sentimento poderoso e vinculativo, demonstrando o caráter que habita no lado esquerdo do nosso peito. Porque reconhecermos - e agradecermos - o bem que recebemos é a prova que respeitamos o curso da vida, sem darmos algo por garantido. É certo que nem sempre o percurso é auspicioso, dificultando o processo, mas vamos aprendendo a fazer dos contratempos a nossa fortaleza, compreendendo que são mais uma excelente oportunidade para evoluirmos.
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«Escrever é expressar os seus sentimentos»
O blogue é o meu refúgio. É o meu porto seguro. É o impulso para desbloquear a criatividade. E, este ano, talvez mais do que em qualquer outro, foi o colo que me permitiu cuidar da minha sanidade, impedindo-me de sucumbir. Porque as palavras tornam livre a mente e equilibram o peso que, por vezes, se abate no coração. Por isso, em folhas pautadas ou lisas, a lápis ou a caneta azul, ofereci um par de asas à minha imaginação inquieta e deixei-me levar nesta onda de palavras e no conforto que é criar conteúdo para este lar virtual.
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«Viver de momentos, eternizar sentimentos»
A criatividade é camaleónica, manifestando-se em áreas distintas, desde as mais formais às mais performativas. Por essa razão, tenho articulado a magia do audiovisual com a paz que é escutar o outro, numa conversa - quase - unilateral. Porque são formatos que exploram diferentes propósitos, temas e predisposições, complementando-nos.
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«Livros são os mais silenciosos e constantes amigos»
A minha caminhada literária dividiu-se em capítulos extraordinários. Atendendo a que ultrapassei a meta inicial, acusei a pressão - boa - de selecionar apenas doze favoritos, porque cruzei-me com histórias arrebatadoras, que permanecerão na minha memória. E a verdade é que é este o super poder que mais me inspira na literatura, visto que nos transforma e que fomenta a nossa identidade - e não só a livrólica.
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«A música é o caminho que liberta a alma»
O meu peito hospedeiro tem sempre uma música pronta para o embalar. Porque só desperto, verdadeiramente, quando a casa se enche de melodias e de palavras cantadas. Acredito, portanto, que esta arte é uma fonte de motivação e o impulso certo para abraçar qualquer desafio, pois lê-nos a alma e permite-nos encontrar uma ponte catártica, no mesmo compasso em que exploramos as nossas emoções. É, por isso, um pedaço de lar, disponibilizando-nos um refúgio constante. E será sempre uma maneira para comunicar os meus inúmeros silêncios.
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«A vida é feita de momentos colecionáveis»
A estrada é imprevisível, mas comecei o ano a traçar sete pontos de retorno, porque creio que o verbo regressar esconde uma certa dose de poesia no seu regaço. E se, por um lado, tive três reencontros maravilhosos, por outro, 2020 implicou uma organização emocional maior, visto que vários planos tiveram de ser adiados ou permanecer na gaveta. A vida de todos nós foi colocada à prova. Por isso, sinto que reforcei uma certeza: é importante definir metas, mas sem perder a noção que somos falíveis e que a nossa rota pode virar num segundo.
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«Renovação e harmonia»
A resiliência desta época mágica permitiu que o Natal de 2020 se revestisse de cor, de luz e de apontamentos muito especiais. É certo que houve mais lugares vazios à mesa, no entanto, a presença dos nossos manifesta-se de várias maneiras, até porque sabem sempre estar - mesmo que não possa ser fisicamente. Portanto, de modo a registar o encanto do momento, partilho fragmentos da minha decoração natalícia.
Hoje, será um dia tranquilo de leitura e para ver Depois do Medo.
Como está a correr o vosso Natal?
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«É a época mais maravilhosa do ano»
O dia amanheceu lento
A ecoar pela casa
O som de uma melodia
Em escala de sonhos
Adocicados pela algazarra festiva
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«Uma história, na Luanda nos dias de hoje»
As histórias querem-se como as cerejas: aos pares. De preferência, em partilhas honestas, mas também acompanhadas de algum enamoramento ficcional, para servir o propósito da imaginação. Quando percebemos a sedução das palavras, somos transportados para um cenário idílico, que pode ser a mesa de um café ou de um bar, onde o número de cervejas aumenta a cada episódio descrito, desenrolando os pensamentos. E, caso o nosso contador de estórias seja Ondjaki, transpomos o improvável.
Aguento o mundo a ruir, mas uma mentira tua leva-me ao chão
#divagação #mentira #consequência
14.02.2015
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«O meu ano em livros»
A contracapa fecha-se devagar, numa despedida que nos custa quase sempre, porque não queremos arrumar na estante histórias e personagens que nos marcaram tanto. Contudo, ao terminar mais um livro, a lista em espera diminui, trazendo um aconchego maior. E é então que, em cada leitura, vislumbro um horizonte de novos vínculos e aprendizagens, garantindo que este tempo de descoberta transborda de qualidade e de imaginação. Portanto, interligo o desafio e o gosto que é ler cada vez mais - sem pressões desnecessárias. Porque a literatura é preciosa.
«[...] The system need a change
We need to find another angle
Because the city is a jungle
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Tema: A revista Time nomeou-te «Pessoa do Ano». Porquê?
A ideia de ser Pessoa do Ano é entusiasmante, porém, causa-me um certo transtorno emocional, porque detesto ser o centro das atenções. Portanto, agrada-me que apenas seja um exercício hipotético, permitindo-me explorar o tema sem acusar a pressão das circunstâncias.
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Tema 22: Bicicleta + Escadas
A subida é incerta e curvilínea
Mas apontada ao céu dos meus sonhos
E dos lamentos que já foram nossos
E se eu já não existisse
Nada neste tempo seria suposto
Apenas um ténue desgosto em cartão
Inclinado e enferrujado
Que me impede de olhar mais longe
Além dos retratos que carrego na algibeira
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«Seis amigos que se transformaram numa família»
O vínculo, quase umbilical, que mantenho com as séries foi impulsionado por uma em particular. Em 1994, dois anos depois de eu ter nascido, estreou aquele que viria a ser o ícone da comédia da década de 90, embora ninguém esperasse este «sucesso tão avassalador». Naturalmente, não o comecei a acompanhar de imediato, mas rendi-me, mais tarde, assim que assisti ao primeiro episódio, porque tinha um contexto bastante relacional. E inúmeras foram as vezes em que desejei reunir-me no Central Perk. Portanto, quando vi que Kelsey Miller tinha escrito um livro sobre a série da minha vida, não hesitei e adquiri-o.
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«A arte salva-nos»
O improvável aconteceu: vi filmes suficientes para criar uma lista com aqueles que tornaram o meu ano mais leve, respirável e inspirador. Embora continue a não ser uma manifestação artística prioritária, a verdade é que procurei priorizá-la muito mais. E fui surpreendida por argumentos extraordinários, incentivando-me a prosseguir com esta jornada de encarar o cinema como um novo vínculo da minha identidade.
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Tema: Um livro que te aconselharam, mas nunca leste
Os livros unem as pessoas. Por isso, é fundamental conversar sobre as histórias que lemos, partilhá-las e escutá-las sob novos pontos de vista. Porque esta dinâmica torna-as únicas. Assim que estreitei laços com a literatura, fui acolhendo sugestões: algumas já descobri, outras foram ficando num plano secundário, por sentir que não era o momento indicado, tal como aconteceu com a obra de Maria Teresa Maia Gonzalez.
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«É a tradição que faz de nós aquilo que somos»
As recordações saem do baú, como se fossem uma fita de cinema a ser desenrolada com cuidado, para que nenhuma fique perdida ou danificada. Embora não possam ser abraçadas, há um vínculo que quase as humaniza, sentindo-lhes o peso doce do aconchego. E, nesta altura tão mágica, existem fragmentos que se destacam, levando-nos numa viagem emocional.
«Não sei se é do teu feitio
A cor dos teus olhos
Ou ver-te acordar
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... o Quebra-Nozes!
[É uma das minhas histórias favoritas, tendo perdido a conta à quantidade de vezes que vi a cassete que ainda guardo cá em casa, porque aborda a essência do Natal, a complexidade humana, a inocência e a fronteira entre o sonho e a realidade. Além disso, leva-nos a refletir sobre o preconceito e sobre o impacto das pessoas na nossa vida. Por isso, nunca me esqueci da sua mensagem, nem da sua magia. E andava há imenso tempo a querer adquirir um Quebra-Nozes. A decoração do meu quarto ficou muito mais bonita com a chegada deste exemplar].
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«Um coração cheio não consegue medir as palavras»
Pudessem as saudades medir-se em palavras
E eu saberia tão pouco da vida
E desse caos incómodo
Que te habita em chama a meia-luz
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«Viver não tem nada a ver com isso
que as pessoas fazem todos os dias»
As memórias - sentidas ou construídas - são vínculos que definem a nossa identidade e que nos permitem estreitar laços. Quando esta faculdade afetiva começa a deteriorar-se, há uma parte da nossa história a pender para o vazio, corroborando a fragilidade humana, até que alguém nos segura pelo braço, libertando-se da sua própria bolha isolada, e nos mostra a importância de cuidarmos do outro. Por isso, regressei a Afonso Cruz, descobrindo uma história que nos lê a alma.
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«Em bom português»
A literatura portuguesa assume uma expressão cada vez maior nas minhas leituras, porque há muitos talentos escondidos, capazes de nos embalar nas suas palavras e histórias inebriantes. Por isso, as prateleiras cá de casa já começam a ter pouco espaço para os nomes que procuro acolher. Mas tudo se soluciona, até porque quero estar sempre bem acompanhada. E os nossos são uma prioridade que não pretendo largar.
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Tema: Um livro protagonizado por uma criança
A voz de uma criança preserva a inocência que mantém a nossa jornada genuína, porque a sua visão é pura. No entanto, crescer em sociedade mostra-nos uma diversidade de valores que nem sempre compreendemos, até pela sensação de não serem corretos. Assim, respeitando o tema de dezembro para Uma Dúzia de Livros, selecionei um clássico que manifesta estes pensamentos e que fez Harper Lee permanecer na minha lista literária, porque a curiosidade aumentava a cada nova partilha.
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Um livro, um refúgio
As minhas críticas literárias adquirem forma no papel. Primeiro, enquanto descubro a história, através de tópicos e pensamentos orientadores. E, depois, num texto que reúna essas observações de um modo harmonioso e coerente. Portanto, com o intuito de garantir que nenhuma obra cai no esquecimento, compilo tudo num caderno, que posso consultar a qualquer momento. E foi por essa razão que, durante este ano, me comprometi a criar o meu aguardado Bullet Journal Literário.
«Insistes em acender
Chama apagada [bis]
E ficas a vê-la a arder
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Tema: O pior prato de Natal que já experimentaste
[no original é Thanksgiving]
O meu Natal não tem ementas surpreendentes, que variam de ano para ano, pois mantemo-nos fiéis aos sabores mais tradicionais. Por isso, confesso, tive alguma dificuldade em responder a este tema específico.
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«Só para avisar: estou oficialmente disponível
para receber presentes de Natal»
O que me fascina num presente, sem desvalorizar a sua funcionalidade, é o gesto de carinho implícito. É, como já o mencionei algumas vezes, desconstruir a mensagem e o motivo que levou a pessoa a selecionar aquele artigo para mim. Por isso é que sou tão feliz nesta troca generosa, ciente que nunca perderei o traço inocente que se manifesta na altura de abrir os papéis de embrulho, pois há magia a unir-nos.
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«Em Portugal sofre-se muito. Eu sofri muito»
A minha alma viaja pelo mundo através dos livros. Por isso, onde não consigo ir fisicamente, sou transportada por palavras com distintos tamanhos e experiências. Querendo percorrer o nosso país de Norte a Sul, aproveito a boleia de autores que o sabem descrever e sentir como nenhum outro, sendo notório que Miguel Esteves Cardoso é o pioneiro desta minha travessia sentimental, que me faz sentir sempre em casa.
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«Só eu sei o tanto que eu já chorei sozinha»
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres assinala-se a 25 de novembro, com o intuito de denunciar este tipo de abuso. E a prova que datas como esta permanecem necessárias manifesta-se no número elevado de casos. A título de exemplo, entre janeiro e setembro, de 2020, foram registados mais de 11 mil crimes. Até quando?
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«Dar livros é, além de uma gentileza, um elogio»
As memórias são vínculos poderosos, transportando-nos para etapas muito distintas da nossa vida. Assim, sinto sempre o fascínio de tentar compreender por que é que certos acontecimentos se mantêm tão nítidos em nós, quase como se o tempo não tivesse avançado. Por esse motivo é que aprecio tanto fazer uma travessia pelo meu baú emocional.
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá