THE BIBLIOPHILE CLUB // DEZEMBRO

Fotografia da minha autoria



Tema: Um livro que te aconselharam, mas nunca leste


Os livros unem as pessoas. Por isso, é fundamental conversar sobre as histórias que lemos, partilhá-las e escutá-las sob novos pontos de vista. Porque esta dinâmica torna-as únicas. Assim que estreitei laços com a literatura, fui acolhendo sugestões: algumas já descobri, outras foram ficando num plano secundário, por sentir que não era o momento indicado, tal como aconteceu com a obra de Maria Teresa Maia Gonzalez.

«Fui eu que a imaginei. Quando quero pensar, coloco-a em 
posição de quarto crescente e, quando estou triste, rodo-a 
para quarto minguante e sento-me até que a tristeza passe»

A Lua de Joana permite-nos acompanhar a luta interior da protagonista, uma adolescente a lidar com a perda da sua melhor amiga. Através de uma escrita, falsamente, leve, a autora confronta-nos com o processo de luto, a dor, a solidão e a dificuldade do perdão, sobretudo, quando não compreendemos as motivações dos demais. Além disso, explora a dinâmica familiar e a negligência parental, uma vez que tendemos a concentrar-nos em aspetos fúteis, desvalorizando o que carece da nossa atenção. Neste sentido, é percetível que existem temas que permanecem envoltos em neblina, mas cuja discussão é essencial: para minimizar as dúvidas, para evidenciar o perigo iminente e para traçar planos de ação. Porque nem tudo é uma escolha. Há estradas que seguimos para preencher vazios e para camuflar toda a escuridão que nos consome.

«Não sabia que dizer-lhe, por isso abracei-a e ficámos assim 
uma data de tempo, em silêncio. E o silêncio falou por nós»

Este livro, para além de abordar a toxicodependência, é um alerta para nos mantermos atentos - não só em relação aos outros, mas também a nós -, pois há coisas que não são ditas, mas cujos sinais são claros pedidos de auxílio. Ecoando um porquê ao longo de toda a narrativa e terminando de uma forma surpreendente, A Lua de Joana continua atual e pertinente, porque demonstra a facilidade com que cedemos aos vícios e porque incentiva a não menosprezar as angustias de quem nos rodeia.

«Ninguém tem respostas para as minhas 
perguntas. Ninguém ouve as minhas perguntas...»


Disponibilidade: Wook | Bertrand

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Comentários

  1. Gostei bastante do artigo, muito bom mesmo! Estou amando ler seus artigos e compartilhar com os amigos!


    Meu Blog: Ganhadores do Tri Legal

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  2. Tenho em ebook para ler no próximo ano :)

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  3. Foi uma história que me marcou imenso. Um bom livro que todos devíamos ler

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  4. Mais uma excelente sugestão, tambem ja ouvi dizer muito bem deste livro e o teu review veio em boa hora :) Vou ver se encontro o ebook :)

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  5. Eu já li esse livro umas quatro ou cinco vezes e é como referes - é sempre atual. Tem alguns murros no estômago e é uma chamada alerta para a realidade. Por achar este livro de "leitura obrigatória", já ofereci uns quantos exemplares a pessoas próximas e partilham todas da minha opinião.
    beijinhos.

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    1. A sequência narrativa é tão relacional, que é difícil ficarmos indiferentes. Foi uma excelente leitura e também acho que acabarei por o oferecer :)

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  6. Gostei de recordar essa obra... li quando era nova e marcou-me muito!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube

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  7. O livro. A lua de Joana, não conheço, mas pela referencia a seguir, deve ser interessante. Aliás toda a leitura é interessante.

    Tenha uma boa noite Andreia.

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  8. Posso dizer que ainda não conhecia mesmo esse livro, mas deve ser bastante bom
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  9. Reli-o durante o primeiro confinamento e continua a ser um livro muito importante. Adorei a releitura.

    Beijinho grande!

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  10. Já tive oportubidade de ler mas não foi dos meus livros preferidos, no entanto gostos são gostos eheh

    www.pimentamaisdoce.blogspot.com

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    1. Sim, claro, nem todos os livros nos marcam da mesma forma :)

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  11. Ainda hoje é um dos meus livros preferidos. Enquanto lia a tua publicação fiquei com uma grande vontade de o reler. Que bela forma de terminares o The Bibliophile Club!


    A Sofia World

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    1. Consigo entender o motivo :)
      Sem dúvida, foi uma despedida em grande!

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  12. A Lua de Joana foi o primeiro livro que li a sério. Dos que já li dezenas de vezes, mas que releio sempre, pois é incrível como nem sempre somos ouvidos, como todos os sinais estão visíveis e ninguém os vê. A parte que sempre me angustia é quando ela decide cortar o cabelo, depois daquele episódio horrível. A forma drástica com que muda e se envolve no mundo da droga é crua e dura. Como pode alguém culpar uma pessoa por ter-se perdido e ao mesmo tempo, cair na mesma “armadilha”? É surreal! Não é dos livros mais incríveis que li, mas sim dos que mais me marcou, pois li-o a primeira vez com apenas 9 anos. É uma leitura obrigatória. Recomendo-a sempre, aos miúdos, quando me questionam sobre o assunto.

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    1. A escrita parece leve, mas a narrativa marca-nos profundamente, muito pelas questões contraditórias que acaba por expor! Irei rele-lo

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  13. Este livro marca a minha adolescência. Recebi-o quando fiz 13 anos e foi a minha primeira leitura compulsiva. Reli-o muitas vezes. Nunca o reli em adulta. Tenho receio que os sentimentos que o livro deixou naquela altura se desfaçam.

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    1. Compreendo! Estabelece-se um vínculo tão próximo, que fica sempre esse medo de voltar à história e experiencar sensações antagónicas. Ainda assim, acredito que talvez seja seguro regressar a este livro :)

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