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Fotografias da minha autoria


«Sei que nunca estive só»


Acordei sentimental. E acredito que assim continuarei por tempo indeterminado.

Acompanho o Diogo Piçarra desde o Ídolos e tenho muito presente o seu percurso no programa, bem como os nervos e a felicidade que senti ao vê-lo vencer. É curioso como somos capazes de vibrar tanto por alguém que não conhecemos, mas que nos faz sentir próximos de alguma forma. Desde esse momento, nunca mais deixei de o ouvir e é de coração a transbordar de orgulho que o vejo a dar passos sólidos neste meio artístico, a arriscar em diferentes estilos e a reconhecer-se em cada um deles.


Se a memória não me atraiçoa, a última vez que o vi em palco foi em novembro de 2021, para o espetáculo «Vem Cantar Comigo», portanto, estava desejosa de um reencontro, até porque é sempre especial ver os artistas que admiramos ao vivo.

Quando anunciou a Tour SNTMNTL, com o primeiro concerto a acontecer no Super Bock Arena, sabia que não podia desperdiçar a oportunidade: não só pelas saudades, mas também pela certeza de criar memórias tão bonitas. E mesmo que o momento não se assemelhe, senti-me a recuar ao Hard Club, aquando do lançamento do Espelho - o seu primeiro álbum -, porque também fui sozinha e porque acho que há algo muito transversal a estas datas: o fascínio de estar presente em algo, para mim, inesquecível.

O propósito desta tour é, naturalmente, dar a conhecer o seu trabalho mais recente, SNTMNTL, lançado em março, mas o alinhamento combinou temas de outros discos. E adorei descobrir como é que os foi interligando, como é que os foi tornando fios da mesma história. Acho que as suas canções anteriores são passíveis disso, no entanto, sem que perdessem a sua identidade singular, revestiu-as com uma imagem mais eletrónica, complementando toda a intenção presente neste novo capítulo musical.

A maneira como ele transitou entre canções e ritmos foi mesmo bem conseguida, porque conseguimos sentir o equilíbrio dessas decisões, bem como perceber que não houve quebras que nos deixassem com uma energia estranha. Em nenhuma ocasião isso aconteceu e, ao observar a sala, fiquei comovida por sentir que estávamos todos juntos neste dialeto. Creio que esse é um dos aspetos mais incríveis dos concertos, porque nos agregam, porque não importa bem quem somos fora daquele espaço: ali, sem nos conhecermos, criamos uma ligação. Quando terminar, seguiremos as nossas vidas em separado, enquanto a atuação durar, desfrutaremos só da magia em palco.

Tenho sempre dificuldade em escrever sobre momentos que me impactam, porque sei que nenhuma palavra estará à altura, nenhuma conseguirá traduzir o que senti. Mesmo que as palavras sejam a minha constante, não serei capaz de ser racional para as fazer resultar numa partilha coerente. Mas talvez esse não seja o propósito. Talvez o propósito seja só guardar. E ir recordando fragmentos daqui para a frente. Seja como for, tento, porque também gosto de eternizar por escrito o que me preenche.

A história do concerto foi tão bem contada, que me senti numa dimensão à parte. O grande responsável é o Diogo (e toda a equipa), mas também sei que a escolha de convidados - Jüra, Sofía Martín, Van Zee e Pedro Abrunhosa - trouxe um brilho diferente ao espetáculo. Em parte, já sabia ao que ia, uma vez que o Piçarra os anunciou quase ao mesmo tempo que anunciou as datas de estreia da tour, mas a verdade é que estava longe de imaginar o verdadeiro desfecho - as músicas ganharam uma vida diferente. E ainda houve espaço para uma surpresa que me deixou muito feliz, já que o Bispo também apareceu para recriar a icónica Monarquia. Foi lindo!

Não posso concluir sem destacar a banda e os Uais (Joel e Josué), responsáveis pelas coreografias - vê-los dançar é surreal. Além disso, tenho de destacar uma frase do Pedro Abrunhosa, porque acredito que espelha bem tudo o que sinto em relação ao Diogo: «o sucesso do Diogo não é só talento, não é só perseverança e persistência, é bondade». Posso ou não ter lacrimejado nesta parte, deixo para vocês decidirem.

Acordei sentimental e assim continuarei. O Porto fica-lhe muito bem.

8 comments

  1. Apesar de não acompanhar muito o trabalho do Diogo, consegui sentir, pelas tuas palavras, a intensidade deste momento. Deve ter sido um concerto magnífico. *.*

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. Foi mesmo, minha querida. Não me importava nada de o reviver 🥺

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  2. Que experiencia incrivel *.* O Diogo é uma pessoa tao genuina :) Gosto mesmo muito dele :)

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    1. Sinto que é daquelas pessoas que vale mesmo a pena conhecer 😍 que orgulho!

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  3. Adorava ver o Diogo ao vivo novamente. Vi-o há muitos anos, na altura do cabelo grande. Acho que foi na altura que lançou o Do=s. Este novo álbum está tão lindo!

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    1. São sempre momentos inesquecíveis e espero que tenhas oportunidade de o reencontrar em breve 😍

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