Fotografia da minha autoria |
Gatilhos não detetados
O lado dos bastidores fascina-me, porque gosto de compreender o processo até chegar ao resultado final, sem que isso comprometa a magia do desconhecido. Inclusive, acredito que pode elevar o respeito pelo trabalho em si. Enquanto leitora e pessoa que escreve, entusiasma-me conhecer partes menos acessíveis do meio literário, as rotinas dos autores e as suas visões sobre temas distintos. Portanto, parti para o livro da Inês Fonseca Santos com expectativas elevadas e fui ainda mais surpreendida.
conversas com escritores
Vale a Pena? convida-nos a entrar em «casa de 11 escritores portugueses», para conversarmos sobre sonhos, medos e processos criativos; e para refletirmos sobre vários tópicos acerca dos livros e da literatura. Há perguntas transversais e uma infinidade de pareceres, o que corrobora a pluralidade desta arte tão nobre.
Uma das componentes que achei mais fascinante nesta obra foi sentir que, independentemente da minha perspetiva, também tinha lugar aqui, que a minha visão seria acolhida e validada, porque em nenhum momento há juízos de valor, julgamentos e verdades absolutas. Pelo contrário, encontramos escritores de coração aberto a falar sobre algo que lhes é tão querido, de um lugar emotivo e sem certezas. Ou, melhor, com as certezas que funcionam para cada um deles, mas sem imposições.
O livro lê-se num sopro (tem pouco mais de cem páginas), mas fiz várias anotações, uma vez que se centrou em tópicos que me interessam. A título de exemplo, a memória, a privacidade, a escrita que não é só para literatura, o mercado e a forma como encaram a escrita. Foi interessante perceber as camadas que se criam em simultâneo e o quão distintos podem ser, mesmo que partam de um elo comum.
Uma das componentes que achei mais fascinante nesta obra foi sentir que, independentemente da minha perspetiva, também tinha lugar aqui, que a minha visão seria acolhida e validada, porque em nenhum momento há juízos de valor, julgamentos e verdades absolutas. Pelo contrário, encontramos escritores de coração aberto a falar sobre algo que lhes é tão querido, de um lugar emotivo e sem certezas. Ou, melhor, com as certezas que funcionam para cada um deles, mas sem imposições.
O livro lê-se num sopro (tem pouco mais de cem páginas), mas fiz várias anotações, uma vez que se centrou em tópicos que me interessam. A título de exemplo, a memória, a privacidade, a escrita que não é só para literatura, o mercado e a forma como encaram a escrita. Foi interessante perceber as camadas que se criam em simultâneo e o quão distintos podem ser, mesmo que partam de um elo comum.
«Os escritores formam-se, a maior parte deles, na arte da resiliência face a uma ferida que os traumatizou. Isso não se aprende nem é transmissível»
Acredito que a literatura se enriquece na partilha e na honestidade. Por esse motivo, também apreciei a franqueza dos testemunhos, sobretudo em relação a temáticas mais sensíveis como os prémios literários, porque nos aproximam e nos ajudam a refletir sobre pontos que, por não serem tão abordados, passam despercebidos. Quando os escritores abrem esta porta, sinto que ganhamos todos, porque existe entendimento.
A Sofia referiu que gostaria que este livro tivesse continuação e eu revi-me nessas palavras, porque há novas vivências para descobrir. Numa altura em que as redes sociais e a presença online têm tanto impacto, seria interessante contactar com os desafios inerentes a essa realidade. Podem não ter existido mudanças transcendentes no meio, desde que este livro saiu, mas há questões que são urgentes agora e que, se calhar, não o seriam na altura. No fim, podemos discordar, mas o debate ficará mais diversificado. Enquanto leitora e pessoa que escreve, cresço nessa possibilidade.
Escrever nunca será só escrever, como alertou Álvaro Magalhães. Apesar das nossas motivações, é perceber que a realidade e o sonho caminham entrelaçados, que há vozes que não queremos sossegar, que pode ser uma forma de resiliência. E, acima de tudo, respondendo à pergunta do título, percebemos que valerá sempre a pena.
A Sofia referiu que gostaria que este livro tivesse continuação e eu revi-me nessas palavras, porque há novas vivências para descobrir. Numa altura em que as redes sociais e a presença online têm tanto impacto, seria interessante contactar com os desafios inerentes a essa realidade. Podem não ter existido mudanças transcendentes no meio, desde que este livro saiu, mas há questões que são urgentes agora e que, se calhar, não o seriam na altura. No fim, podemos discordar, mas o debate ficará mais diversificado. Enquanto leitora e pessoa que escreve, cresço nessa possibilidade.
Escrever nunca será só escrever, como alertou Álvaro Magalhães. Apesar das nossas motivações, é perceber que a realidade e o sonho caminham entrelaçados, que há vozes que não queremos sossegar, que pode ser uma forma de resiliência. E, acima de tudo, respondendo à pergunta do título, percebemos que valerá sempre a pena.
🎧 Música para acompanhar: Cavaleiro Andante, Rui Veloso
12 comments
Fiquei com muita vontade de ler este livro, adoro ler conversas sobre escritores.
ResponderEliminarVou guardar já esta sugestão, porque sinto que tenho mesmo de lê-lo.
Beijinho grande, minha querida!
Ias gostar de ler, minha querida, tenho a certeza. É mesmo fascinante contactar com visões, por vezes, diferentes, mas sempre complementares. Além disso, notas que não há ali ninguém a querer impor o seu parecer
EliminarEsta sugestao levou-me a pensar numa frase que estou constantemente a dizer do nosso grande poeta F.Pessoa que sabes qual é, de certeza *.*
ResponderEliminarTão bom *-*
EliminarAinda não li, mas depois deste post fiquei curiosa 😊
ResponderEliminarAconselho, é muito bom 🥰
EliminarMais uma sugestão que me parece bem interessante!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Bastante, Isa
EliminarParece incrível! :)
ResponderEliminarwww.amarcadamarta.pt
Ficamos com vontade de ler mais e mais 😍
EliminarMais um que desconhecia por completo!
ResponderEliminarAcho que ias gostar 😊
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