Diz-me por onde andas #16

Fotografia da minha autoria

«No fundo de um buraco ou de um poço acontece descobrir-se as estrelas», Aristóteles

Tomar é In. Não só pela sua beleza inegável, pelos seus recantos de encanto e pela sua história fascinante. Mas também pelo In Portugal, um conceito distinto, interessante e muito bem conseguido!

No passado dia 4 de fevereiro, ainda em jeito de celebração do aniversário do meu pai, acabamos por ir almoçar à cidade que foi «a antiga sede da Ordem dos Templários». Quando chegamos à Rua Marquês de Pombal, não fiquei indiferente à bicicleta estacionada em frente a uma das casas. Aquele enquadramento captou-me a atenção, assim como o nome escrito na tabuleta, que ficou na ponta da língua. Há pormenores que nos conquistam de imediato. E que, inconscientemente, permanecem connosco. Após uma pequeníssima paragem para fotografar a Capela de Santa Iria [padroeira lendária deste local] e a vista da Ponte Velha, fizemos o caminho inverso. E entramos na porta nº54.

O In Portugal é «uma tasca moderna, onde as origens da gastronomia portuguesa encontram o casamento perfeito com uma sofisticada inovação». O espaço não é muito grande, mas é bastante acolhedor, descontraído e com uma clara atenção aos pormenores, valorizando essa vertente moderna e criativa. Além disso, é dividido em dois pisos: o inferior funciona como bar, enquanto o superior está reservado ao restaurante. E não posso avançar sem destacar alguns detalhes curiosos: todas as mesas têm o nome de uma cidade portuguesa, o lavatório da casa de banho é uma antiga máquina de costura, há uma parede de cortiça com elementos bem característicos do nosso país, molduras com fotografias e a própria conta vem numa lata de conservas. E este cuidado não se limita à decoração, porque o atendimento é excelente, ou não fosse feito por pessoas extremamente simpáticas.

A ementa, apresentada numa tábua de madeira, é bastante intuitiva e com sugestões para todos os gostos. Os meus pais optaram pelo Cabrito. E eu hesitei entre a Francesinha e as Gambas em massa colorida. Porém, acabei por escolher o segundo prato e não me arrependi. A confeção é requintada e o sabor delicioso. Sem dúvida que foi uma decisão acertada. Para a sobremesa, pedi bolo de cenoura e canela com chocolate, enquanto a minha mãe pediu um cheesecake de pistácios, lima e mel. Soberbo! Para dar um toque mais familiar, toda a refeição foi acompanhada ao som de boa música portuguesa [Cuca Roseta e Jorge Palma, no nosso caso]. Relativamente a preços, considero que são bastante acessíveis, atendendo à qualidade evidente.

A disposição do restaurante torna tudo mais harmonioso. E, quem quiser, pode sempre ocupar uma mesa junto às janelas [à noite, acredito, a vista deve ser ainda mais encantadora]. Fiquei rendida, porque nota-se que tudo é pensado com minúcia. E é por isso que, consequentemente, ficamos com a sensação de querermos prolongar a nossa estadia, para saborearmos tudo com delicadeza e justiça. Pelo que pude perceber, têm sempre algumas surpresas reservadas. Música ao vivo. E uma equipa de mentes criativas. Este projeto é uma lufada de ar fresco. E o melhor de tudo é que tem um cunho bem português.

Despedimo-nos com um «até à próxima», que fazemos questão de cumprir. Só tenho pena é que não fique mais perto, para podermos ir até lá com regularidade. Mas se os motivos para voltar a Tomar já eram muitos, acrescentamos mais um à lista. Porque há espaços que merecem regressos. E todos os elogios que lhes possamos atribuir. E o In Portugal pertence, claramente, a esse grupo. Por privilegiar a originalidade, sem esquecer a gastronomia. E pela simples razão de ser fantástico!

Recordações fotográficas desta Tasca Moderna:

Já conheciam o In Portugal - Tasca Moderna?