FAVORITOS DE 2023:
FILMES, SÉRIES & PODCASTS

Fotografia da minha autoria



«O que faríamos sem cultura?»


A minha rotina de estudante culminava sempre da mesma maneira: sentada na cama a ver um episódio de uma série, porque era a minha estratégia para desligar. Hoje, já não estudo, mas gosto de encontrar estes paralelismos, até porque tive de me adaptar a rotinas novas e não queria abdicar de uma componente de lazer.

Já sabem que não sou a pessoa mais alinhada com a sétima arte, mas continuo a encontrar conforto nas séries e, cada vez mais, nos podcasts que acompanho. À semelhança de anos anteriores, consegui reunir um número simpático de projetos audiovisuais, por isso, deixo-vos com aqueles que marcaram o meu ano.


 o coração ainda bate, inês meneses
As crónicas da Inês Meneses, para o Público, tornaram-se ainda mais acessíveis. É mesmo um encanto ouvi-la, porque tem uma voz que nos serena, mesmo quando os temas se afiguram mais delicados - e é quase palpável o afeto no seu diálogo. Os episódios são curtos, mas estou a saboreá-los lentamente.

 love, simon (opinião completa)
O tom descontraído e cómico do enredo fascinou-me e fez com que toda a experiência de acompanhar a jornada de Simon fosse ainda mais especial, porque é evidente o seu desconforto, mas também o seu à vontade. Naturalmente, debate-se com alguns conflitos internos, mas não transforma a sua vida num drama.

 debaixo da língua, rui maria pêgo
Rui Maria Pêgo regressou a Portugal e à Rádio Comercial, abraçando o projeto Debaixo da Língua. Todas as semanas, tem encontro marcado com figuras de áreas distintas, para uma conversa franca e intimista.

 só se estraga uma estante, ana grifo & tomé ribeiro gomes
Descobri este podcast no discord do Livra-te e, deste então, entrou na lista de prioritários, porque rendi-me à dinâmica do casal de leitores que lhe dá voz. Ana Grifo e Tomé Ribeiro Gomes, todas as quintas-feiras, têm um episódio dividido em duas partes: na primeira, cada um fala sobre um livro à sua escolha, estabelecendo uma análise sobre o mesmo; na segunda, debatem um tema literário. Têm sido uma companhia agradável.

 isso não se diz, bruno nogueira
É um projeto da autoria do Bruno Nogueira e, só por isso, para mim, já valia o investimento, porque adoro ouvi-lo e perceber até onde é que podem escalar as suas dissertações. Um bocado na onda de Como é Que o Bicho Mexe, a conversa toca em várias frentes e é isso que entusiasma - também podem aparecer convidados.

 watch.tm, pedro teixeira da mota
Durante 300 semanas consecutivas, ouvimo-lo no Ask.tm, mas chegou o momento de elevar a experiência, associando-lhe uma versão com vídeo. Tem sido fantástico vê-lo e gosto que traga convidados.

 emília (opinião completa)
Achei mesmo interessante que explorasse a sensação de invisibilidade e de vulnerabilidade, que colocasse em discussão o medo de falhar, o limbo entre a tendência para nos conformarmos e a urgência da mudança e que mostrasse como é que a estrutura familiar consegue exercer tanta influência nas nossas decisões e na nossa autoestima. Em simultâneo, é curioso como vai deixando pontos de reflexão subtis, como o facto de estarmos tão fixos na perceção de que os outros são extraordinários em tudo, que nem percebemos que não são perfeitos, que também eles têm dificuldades e que, inclusive, podem invejar algo que sabemos fazer. No fundo, vamos compreendendo que a nossa observação é sempre condicionada por aquilo que queremos ver.

 three pines
Comecei a ver sem qualquer expectativa, mas agora conto os dias para que chegue a quarta-feira, só para assistir a mais um episódio duplo! Resumidamente, é uma série de mistério e thriller, que nos transporta para uma «aldeia aparentemente idílica». O protagonista, que vê coisas que mais ninguém vê, é o Inspetor Armand Gamache: ao investigar vários assassinatos, acabará por desvendar «segredos há muito enterrados».

 instinct
O Dr. Dylan Reinhart foi um agente da CIA, mas, atualmente, é professor universitário. Quando a detetive Lizzie Needham o interpela, para a ajudar a encontrar um assassino que usa o seu livro como orientação, Reinhart retoma funções e deixa de lado a sua vida pacata. Acho que o ponto chave desta série é a dinâmica entre esta dupla, fiquei rendida à relação que foram construindo e às questões abordadas em paralelo.

 elemental
As personagens desta longa metragem vivem na cidade Elemento, «onde convivem habitantes de fogo, água, terra e ar». A protagonista é a Chispa, do elemento fogo, que acompanha os pais na procura por uma vida melhor, aprendendo, inclusive, a gerir o negócio da família, para continuar o legado. No entanto, ao conhecer Nilo, um elemento de água, começa a «desafiar as suas crenças em relação ao mundo onde vive». Esta animação conquistou-me por completo, porque, de um modo divertido, mas bastante credível, explora questões interessantes e de máxima importância: as diferenças, o respeito pelo outro, as dinâmicas familiares, a verdade que, por vezes, preferimos ocultar, e o dilema que é assumir os nossos sonhos, quando há perspetivas de futuro que parecem já ter sido definidas para nós - e porque nunca é fácil sentirmos que, ao escolhermos o nosso caminho, estamos a desiludir aqueles que fizeram tudo por nós. Aconselho para miúdos e graúdos.

 coisa que não edifica nem destrói, ricardo araújo pereira
A minha lista de podcasts está bem composta, mas Ricardo Araújo Pereira achou que precisava de uma atualização. Como não lhe podia fazer esta desfeita, é claro que Coisa Que Não Edifica Nem Destrói já pertence à minha biblioteca do Spotify. Não acho que seja um conteúdo para ouvirmos enquanto fazemos tarefas mais triviais, descontraídos, é um podcast para escutarmos com tempo e atenção redobrada.

 cubinho, ricardo maria, vitor sá & antónio azevedo coutinho
Comecei a maratonar Cubinho, em agosto. Até aqui, ouvia episódios soltos, mas resolvi aproveitar que a maior parte dos meus podcast entrou de férias para me pôr a par de tudo aquilo que o António Azevedo Coutinho, o Vitor Sá e o Ricardo Maria partilharam até ao momento. Agora já não dispenso as partilhas destes três.

 a vida é um autocarro vazio
Maria Judite de Carvalho está a ser uma das minhas maiores descobertas literárias. No passado dia 19 de setembro, na RTP2, foi exibido um documentário sobre a vida e obra da autora e, claro, tive de o ver, para saber mais sobre esta mulher tão silenciosa, mas com tanto a dizer sobre o mundo. Há um contraste entre a vida lá fora e a vida dentro do seu quarto. Ouvimos narrações dos seus textos e testemunhos de pessoas próximas, que partilharam memórias de Maria Judite de Carvalho e o impacto que os seus livros tiveram nas suas vidas. Além disso, fazemos uma viagem pela sua infância, marcada por perdas e um certo vazio afetivo. Sendo a morte um terceiro elemento, torna-se percetível que utilizou a escrita para preencher ausências.

 vai correr tudo bem, guilherme geirinhas
O humorista Guilherme Geirinhas lançou a sua série, Vai Correr Tudo Bem. Deixem-me só dizer uma coisa: temi que o projeto não saísse da gaveta, porque parece que passou uma vida desde que o Guilherme falou sobre ele. Não quero que isto seja lido em tom de crítica, porque cada artista tem o seu processo e detesto quando lhes cobram novidades. Portanto, acho que este parágrafo é mais uma manifestação de alívio, porque queria muito ver a série. Confesso que os dois primeiros episódios não corresponderam às expectativas, mas é evidente o crescimento desta série e os episódios seguintes conquistaram-me por completo. Que viagem!


Que filmes/séries/podcasts destacariam?

Comentários

  1. Série Chucky para quem adora terror e o podcast Menina Alzira. Foram os dois que mais gostei.

    Beijinho grande, minha querida.

    ResponderEliminar
  2. Confesso que este ano não assisti nada de especial, mas gostei de conhecer os seus favoritos do ano
    Um Feliz Ano Novo
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novo Diariamente

    ResponderEliminar
  3. O podcast do RAP ensina tanto mas tanto *.*

    ResponderEliminar
  4. Podcast só acompanho um ou outro sobre livros. Não tenho muito esse hábito, confesso.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gosto muito dessa companhia. Há tarefas que até parecem fluir melhor 😊

      Eliminar

Enviar um comentário