amar em tempo de pandemia, edgar martins valente

Fotografia da minha autoria


A Clássica Editora, há uns meses, teve a amabilidade de me enviar um livro com uma nota muito querida: «porque sabemos que gostas de ler autores portugueses». Não estava a contar com a oferta, mas este detalhe também não passou despercebido. É certo que demorei a incluí-la nas minhas leituras mensais, porém, senti que fevereiro seria o mês mais indicado para descobrir a obra em questão, já que nos fala de amor.


no dia do adeus

Amar em Tempo de Pandemia transporta-nos para um período relativamente próximo, uma vez que, em plena pandemia, «Annvi regressa à Índia para rever a família, após nove meses de relacionamento amoroso com Alexandre». O momento da despedida é doloroso, mas é a ausência de respostas, quando Annvi chega ao destino, que deixa o protagonista preocupado e com a sensação de que há algo de errado. A partir daqui, parte à procura de respostas e leva-nos a acompanhar o seu percurso atribulado.

Confesso que tive uma experiência oscilante com esta leitura: por um lado, achei muito interessante o contraste de culturas e os dilemas morais/emocionais que se formam nas entrelinhas, mas, por outro, achei que a escrita tinha fragilidades e que era demasiado descritiva em pormenores que, para mim, acrescentaram pouco à narrativa. Não consigo imaginar o sufoco que é viver uma relação à distância, ainda para mais quando, de repente, do outro lado só há silêncio, mas consigo perceber a necessidade de unirmos todas as nossas forças para lutarmos pela pessoa que amamos, mesmo que isso implique correr riscos e embarcar rumo ao desconhecido, às cegas, apenas com uma série de cenários hipotéticos na bagagem. Além disso, atendendo a todo o esforço e às adversidades superadas, o final pareceu-me um pouco desfasado da realidade - ou, se calhar, eu é que preferia que tivéssemos tido esses sinais mais cedo.

«O destino parecia querer mostrar-me que havia horas certas para ir em busca de respostas, apenas teria de esperar pacientemente»

Amar em Tempo de Pandemia trouxe-me uma personagem que escalou para a lista das minhas favoritas, Chottu, porque há uma inocência e um sentido de lealdade nas suas ações que comove. A certa altura, dei por mim a querer saber mais da sua história. E acredito mesmo que é a personificação perfeita do quanto estamos dispostos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para protegermos aqueles a quem queremos bem.


notas literárias
  • Gatilhos: Violência, Linguagem Explícita
  • Lido entre: 23 e 26 de fevereiro
  • Formato de leitura: Físico
  • Género: Romance
  • Personagem favorita: Chottu
  • Pontos fortes: Chottu e o contraste cultural
  • Banda sonora: Princesa, Boss AC | Primeiro Beijo, Rui Veloso | Champs-Élysées, Mizzy Miles, Deejay Telio & Julinho KSD

Disponibilidade: Wook | Bertrand
Nota: Esta publicação contém links de afiliada da Wook e da Bertrand

Comentários

  1. Vou guardar a sugestão. Boa semana!
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  2. Parece ser um livro incrível e marcante.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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