À boleia do mundo #10 (Parte 3)

Capítulo 10 (continuação)

12.08.2014

A organização é incrível. Percebe-se que há uma sequência lógica e que é tudo bastante explícito. Detalhadamente, encontramos informações sobre a eletricidade, as paisagens naturais de Bragança, Eco-produtos, corridas de caracóis, bolo de anos, energia de vento, ambiente e qualidade de vida; voo sobre Bragança, pegada ecológica, geologia da cidade - serpentinito, os sismos e dados sobre o átomo do universo - tudo isto no edifício principal. Passando para a Casa da Seda, somos recebidos pelas seguintes áreas: network ambiental, livro mágico da seda, misturando cores, fábrica da seda, metamorfose, janela da borboleta, poço dos sonhos e das memórias, dentro do bicho de seda e fiar a brincar. Tudo isto vale a pena descobrir ao pormenor. Vê-se rapidamente, mas a forma como tudo é composto é fascinante. A ciência está viva! E acontece mesmo à nossa frente.

16h55: Terminada a visita, é tempo de ir até à próxima paragem.

17h01: Vou entrar no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Já nos encontramos.

O espaço é fantástico. As salas são grandes, de paredes brancas e janelas de tons pastel quase a perder a cor. Tem uma exposição permanente, a da pintora que dá nome ao Centro, e uma temporária, de Arlindo Silva. 

Tendo por base o tema «A magia da caça», a exposição de Graça Morais ocupa sete salas, com quadros de pinturas e desenhos. As pinturas são carregadas de cor, ao contrário dos desenhos. Há um subtil jogo de poder e submissão, e mais do que ser um mero jogo de caça é uma metáfora de desejo e poder sobre a mulher. Por seu lado, a exposição de Arlindo Silva baseia-se «na manhã seguinte». As obras estão repartidas pelo corredor e por um grande salão. Os protagonistas dos seus quadros são amigos e familiares, retratando cenas diárias, que contrastam a vida boémia com ambientes serenos. 

Aqui me confesso: não sou especialista em arte. E, muito provavelmente, as minhas interpretações estão longe de corresponder fielmente à mensagem implícita. Contudo, achei ambos os trabalhos interessantes. Bastante distintos, mas igualmente deslumbrantes.

Continua...

(qualquer dúvida não hesitem, deixem nos comentários ou mandem por e-mail)