TBC | À BOLEIA COM...

Fotografia da minha autoria

... Miguel Sousa Tavares

O interior de um livro é um portal aberto para deambularmos por locais que nos despertam curiosidade ou, até, um certo fascínio. Porque «viajar é olhar». E é, também, ler o que os outros têm para partilhar. E Miguel Sousa Tavares é um verdadeiro contador de histórias, fazendo-nos caminhar ao seu lado. Simultaneamente, mais do que enumerar os pontos turísticos, descreve a alma de cada sítio, convidando-nos para uma exploração muito mais intensa e significativa. Portanto, seria capaz de preparar a mochila e partir de imediato, embarcado nas aventuras que o escritor abraça com tanta propriedade e mestria.

O The Bibliophile Club, para além do tema de leitura para novembro, desafiou-nos a partilhar um pequeno guia dos lugares retratados na obra que selecionamos. Para este mês, deixei-me envolver em Não se Encontra o que se Procura. E, sem querer desvendar muito, posso adiantar que foi uma viagem emocional. Surpreendente. E com vários traços que me fizeram sentir em casa, uma vez que me transportaram para uma das regiões que mais amo no nosso país maravilhoso. Na mesma medida, permitiu-me pisar o chão de cidades/países que figuram na minha lista de desejos. Enquanto não concretizo esse sonho, vou à boleia de descrições que me fazem sentir o mundo fora do meu quarto.

Neste estado de descoberta, guardei o passaporte. Agarrei a máquina fotográfica. E criei uma lista de paragens que, para mim, seriam obrigatórias no Alentejo, na Croácia, em Roma, em Sicília e no Brasil.

Alentejo

O Alentejo representa uma história de amor antiga e eterna. Por isso, recordo todas as visitas que tive a oportunidade de realizar este ano:
Portalegre
Campo Maior
Elvas
Reguengos & Estremoz
Monsaraz
Vidigueira & Mértola
Beja
Évora.

Croácia

O mar é o seu cartão de visita. E há recantos menos turísticos que me deixaram completamente siderada: Sipan [um lugar calmo e a 30 quilómetros de Dubrovnik], Lošinj [que faz lembrar algumas ilhas italianas], Slavonia [com aldeias que permanecem genuínas], Parque Natural de Lastovo [tão recatado, que apenas tem um hotel], Korčula [com as suas águas cristalinas], Parque Natural de Telašćica [composto por 13 ilhas e ilhéus], Lopud [com um trilho que permite percorrer toda a ilha], Opatija Riviera [cuja arquitetura é deslumbrante], Rab [com as suas casas medievas], Mljet [reza a lenda que Ulisses passou aqui sete anos, dominado pelos encantos da Ninfa Calipso] e a Gruta Azul de Bisevo [com um efeito de luzes arrebatador].

Roma

A capital italiana, com o seu charme cosmopolita, sobressai pela cultura e pela arquitetura, revelando-se um museu aberto. Assim, podendo viajar até lá, aproveitaria para calcorrear as suas praças mais animadas: Praça Navona, Piazza di Spagna e Campo de' Fiori [com o seu mercado]. Mas também passaria pela Piazza della Repubblica. Seria, então, impensável ir com tempo limitado, porque não faltam pontos de interesse, como a Fontana di Trevi, o Coliseu, o Fórum, o Panteão de Agripa, o bairro Trastevere, a Villa Borghese, as Catacumbas, o Castelo Sant'Angelo, a oitava colina - Gianicolo - e o Arco de Constantino. Além disso, há a Galeria Nacional de Arte Moderna e a Villa Giulia. Por fim, mas não menos importante, o Vaticano, onde se encontra a Praça de São Pedro, a Basílica, os Museus e a Capela Sistina. Para a despedida, perder-me-ia por Pompeia.

Sicília 

[percam-se, também, nesta publicação]

É considerada a ilha mais bonita da Europa. E facilmente compreendemos os motivos dessa designação. Em primeiro lugar, partiria com destino a Taormina, que é uma cidade localizada no topo de um rochedo, ideal para ser explorada a pé. De seguida, passearia pela praia Isola Bella, onde existem pedras em vez de areia. Para desafiar o meu lado pouco aventureiro, reservaria um momento para subir até ao Monte Etna, encontrando o maior vulcão ativo da Europa. Regressando a solo menos imprevisível, Siracusa merece destaque pelas ruínas - e, ao que parece, pela gastronomia. E o Valle Dei Templi, que talvez fosse a minha última paragem, requer uma visita pelo crepúsculo.

Brasil

A imensidão do nosso país irmão pode intimidar. Ainda assim, o blogue Alma de Viajante enumerou aquilo que mais me fascina no Brasil, porque podemos «conhecer as raízes africanas da Bahia, a paisagem incomparável de lagoas e dunas nos Lençóis Maranhenses, os encantos naturais do Pantanal e da Mata Atlântica, o santuário ecológico de Fernando de Noronha, os povos indígenas da Amazónia – esse grande pulmão do planeta -, as gentes simples do Sertão, as praias de areia fina do Nordeste, festas de rua como o carnaval do Rio de Janeiro, Salvador ou Olinda, as cidades históricas de Minas Gerais, as influências europeias estampadas nos rostos dos habitantes de Santa Catarina e o glamour de Florianópolis, os vaqueiros do Rio Grande do Sul ou as deslumbrante Cataratas de Iguaçu. E, depois, há a música, a gastronomia, a loucura pelo samba e pelo futebol, o saber viver do povo brasileiro, o tempo que passa devagar». Pessoalmente, sem qualquer dúvida, Porto de Galinhas, Búzios, Chapada dos Veadeiros e o Rio de Janeiro estão no topo das minhas prioridades.

Já viajaram por algum destes locais?