LANÇAR UM PROJETO: DO ENTUSIASMO AO RECEIO

Fotografia da minha autoria



«Iniciar um novo caminho assusta»


O coração palpita sempre mais rápido, quando estamos a um passo de percorrer uma rota distinta, a tomar uma decisão mais séria ou a arriscar num conteúdo e/ou projeto novo. Porque tudo aquilo que nos atira para fora da nossa zona de conforto parece assustador e faz com que as nossas emoções oscilem, alternando entre a dúvida e o arrebatamento de explorar registos e temas pouco frequentes. Mas acredito que é este limbo que transforma a viagem em algo memorável.

Na véspera do acontecimento, há uma sensação indescritível a percorrer-me o corpo. Embora procure desafiar-me, essa postura nunca é imune a um pensamento descrente. O que não deixa de ser natural, atendendo a que a hesitação faz parte do processo. Neste sentido, é fundamental respirar fundo. Pensar nas nossas motivações. E focar no propósito que nos permitiu alcançar aquele resultado. Porque a confiança também se trabalha. E, se temos algo a partilhar com o mundo, não devemos condicionar-nos. A partir do momento em que consideramos que vale a pena o investimento, então, avancemos. Com ou sem medos. Porque o pior que pode acontecer é percebermos que a nossa estrada não é aquela. Ou, pelo contrário, chegarmos ao nosso destino.

No dia em que criei o meu primeiro blogue, não tive essa perceção. No entanto, quando publiquei, por exemplo, sobre o Storyteller Dice, quando enviei o e-mail para o desafio Estante Cápsula ou quando, mais recentemente, lancei a PORTUGALID[ARTE] já acusei a pressão. Não recuei na decisão, mas ponderei cada passo com ainda mais cuidado, porque estava a pisar terreno incerto. E, apesar de serem projetos singulares, partilharam a travessia por três fases tão emocionais.

O ENTUSIASMO

Que vai desde o momento em que nasce a ideia até à sua concretização. Sendo acerca de um tema que faça parte das nossas preferências, é mesmo motivador trabalhar no conceito e desenvolvê-lo para que seja o mais claro possível. Neste ponto, parece que caminhamos sobre as nuvens, uma vez que nos envolvemos a fundo. Por isso é que refiro tantas vezes a importância de valorizarmos e incertivarmos as nossas paixões, porque são elas que alimentam o motor da nossa criatividade.

O RECEIO

De não conseguir corresponder às expectativas, de não ser apelativo, de perceber que, afinal, não era um projeto assim tão original. Antes de abrirmos esta porta, há sempre imensos detalhes que podem falhar, porque o nosso medo fala mais alto. Além disso, se for uma ideia que dependa de terceiros, tendemos a ansiar a sua aprovação. E todas estas questões beliscam o entusiasmo inicial, obrigando-nos a repensar o plano e, inclusive, a pertinência de apostar num formato digital.

Aproveitando os exemplos que mencionei anteriormente, o meu receio não foi tão intenso quando idealizei o Storyteller Dice e o Estante Cápsula. Naturalmente, custar-me-ia se ninguém quisesse participar, porém, a sua concretização não estava em causa, porque avançaria na mesma. A diferença é que estes desafios não ficariam tão ricos, criativos e plurais. Por oposição, com a PORTUGALID[ARTE] foi diferente, até pelos moldes em que a estruturei. Sendo uma revista com representação autónoma, deixaria de fazer sentido criá-la, caso não houvesse alguém interessado em lê-la. Portanto, os nervos foram os grandes protagonistas, aumentando a voz de todas as minhas dúvidas.

O EQUILÍBRIO

O entusiasmo e o receio não se anulam, porque são duas metades da mesma moeda. Ao senti-las com uma intensidade semelhante, encontro o meu ponto de equilíbrio. E faço a pergunta central: se acredito ou não no projeto. A partir do momento em que percebo que a resposta é positiva, aventuro-me. E arranjo maneira de o ver a sair da gaveta na sua melhor versão, consciente de que haverá margem para progredir.

Neste círculo irreversível, aprendi que estas etapas são imprescindíveis, pois sustentam a entrega, as estratégias e o amor.

Comentários

  1. Bom querida Andreia! Como te compreendo. Sinto esses mesmo receio, essas mesmas dúvidas no projecto que está ai a "explodir" do qual tu também fazes um bocadinho parte. Sair da nossa zona de conforto, faz-nos sentir assim, receosas ainda que ao fim do túnel a esperança nos faça seguir em frente.
    Vai correr tudo bem!!

    Beijos e abraços.
    Sandra C.
    Bluestrass

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    1. Muito curiosa com o que vem aí :)
      Sim, também acredito que faz tudo parte. E ainda bem que é assim.
      Vai mesmo!

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  2. Apesar dos receios, que são sempre naturais e até mesmo normais, os desafios surgem para nos fazer crescer e eu gosto de ver essa evolução em ti ao longo dos meses!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube

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  3. E estamos sempre a aprender e a evoluir ao longo da vida

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  4. E é bom passar pelas 3 fases que descreves. Significa que ponderamos, pensamos, tentamos sempre o melhor. E com tudo isso vem evolução e sucesso!

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    1. Também acho que sim, até porque nos permite fazer um trabalho de descoberta mais profundo e identitário

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  5. Faz parte, minha querida, so provamos que nos conseguimos ultrapassar os nossos receios :) E desde te agradeco por partilhares connosco estes pensamentos <3 Por favor, continua, estás no bom caminho e este projecto é excelente :)
    Obrigada! <3

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    1. E ainda bem que é assim, até porque também demonstra a nossa entrega e a nossa vontade! Muito, muito obrigada, minha querida <3

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  6. O receio faz parte das pessoas cautelosas. Para em projetos duvidosos, não se entusiasmarem em demasia. Os quais em vez de serem rentáveis, poderão ser ruinosos.

    Boa Segunda-feira Andreia.

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    1. Os receios são os nossos sinais de alerta, para que também pensemos sobre o caminho que estamos a percorrer

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  7. E muitas vezes o receio impede-nos de seguir em frente.

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  8. Se acreditas no teu projecto, vai em frente, arrisca, o receio estará sempre presente mas se não arriscas ficas com um travo amargo na boca e, a pensar: ai se ao menos tivesse tentado!!
    xoxo

    marisasclosetblog.com

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    1. Acredito muito nisso! Antes perceber que, afinal, aquele projeto não é para nós, do que ficarmos a matutar nos «e se?»

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  9. O receio vai existir sempre, mas o resultado final vai valer sempre a pena, pois, sabemos que nos dedicamos e entregamos de corpo e alma a algo que gostamos.

    Beijinho grande!

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  10. Nada melhor mesmo que seguir em frente e fazer as coisas, nunca deixar de fazer aquilo que mais gostamos
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  11. Mesmo que algumas vezes não seja o sucesso que se espera, há sempre um processo de aprendizagem.
    Boa semana

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  12. Os receios existem sempre,vale a pena tentar com coragem e dedicação vai correr bem "quem não arrisca não petisca".
    Bjs

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  13. Percebo o que relatas.
    Nos desafios "virtuais" a "minha" experiência diz que o mais complicado é dar continuidade ao projeto. As primeiras três ou quatro semanas corre tudo muito bem. Depois as pessoas desligam-se.

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    1. Por vezes, é uma questão de mau timing. Outras, é porque o conceito que procurávamos não era bem aquele. Sermos consistentes e estarmos seguros do caminho que queremos traçar é fundamental

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  14. E ainda bem que o receio não te fez desistir de nenhum dos projetos. Quando acreditamos que o projeto vale a pena, só temos de ir em frente. Porém, é normal que estes pensamentos nos passem pela cabeça, porque somos seres humanos e só queremos que corra bem.
    Continua a lançar-te no que acreditas <3

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    1. «Quando acreditamos que o projeto vale a pena, só temos de ir em frente», assino por baixo, coração. E acho que é essa crença que faz com que avancemos, mesmo que o medo nos acompanhe :)
      Muito obrigada <3

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