SETE // LIVROS INFANTO-JUVENIS

Fotografia da minha autoria


«Linguagem carregada de sentido»


A literatura não tem idade. Embora existam exemplares mais indicados para cada faixa etária, acredito que, através de algumas modificações, é possível tornar as histórias acessíveis a todos. Porque é inegável o quanto estimulam a nossa imaginação, a nossa criatividade e, até, a nossa empatia. E esta travessia inicia-se, precisamente, nos livros infantis e juvenis, que têm uma alma pura. E mil portas por abrir.

Enquanto Educadora de Infância, pude verificar o impacto positivo que a leitura tem no desenvolvimento das crianças, sobretudo, porque a mesma narrativa permite-nos explorar vários domínios, atividades e conhecimentos. Nunca esquecendo a componente visual, uma vez que as ilustrações podem, também elas, ser uma ponte de entrelinhas. Portanto, defendo o quanto é fundamental investir na literatura infanto-juvenil e valorizá-la, pois tem muito para nos transmitir. Apenas fá-lo de uma maneira mais harmoniosa e com menos floreado. Sinto é que há sempre o cuidado de nos fazer sonhar. De explorar uma vertente encantada, que nos apazigua os medos. E isso é especial.

Recomendo - e muito - que se complementem as prateleiras com livros destinados aos mais pequenos, por todos os benefícios e magia que conservam no seu interior. E, sendo a literatura tão transformadora do nosso caráter, devemos começar, desde cedo, a escolher obras de qualidade. Na imensidão de opções extraordinárias, partilho sete.


// LIVROS INFANTO-JUVENIS IMPERDÍVEIS //


A QUE SABE A LUA? // MICHAEL GREJNIEC
«Há já muito tempo que os animais desejavam averiguar a que sabia a Lua. Seria doce ou salgada? Só queriam provar um pedacito. À noite, olhavam ansiosos para o céu. Esticavam-se e estendiam os pescoços...».

A prova de que somos muito mais fortes 
quando trabalhamos em equipa


A PEQUENA SEMENTE // ERIC CARLE
«No outono, algumas sementes de flores são arrastadas para longe por um vento forte. Entre elas, encontra-se uma mais pequena que, apesar da sua delicadeza, evita os perigos que a ameaçam ao longo de uma viagem pelas estações do ano em que cruza o mar, uma montanha alta e gelada ou o deserto. Quando o vento, por fim, cessa e cai no solo, a pequena semente consegue também impedir que os pássaros a devorem ou ser pisada. E é assim que ela se transforma numa flor imensa».

Uma metáfora deliciosa para o ciclo 
natural das nossas vidas


O DIA EM QUE OS LÁPIS DESISTIRAM // DREW DAYWALT
«Os lápis de cor também se zangam. O lápis preto está cansado de ser usado apenas para desenhar contornos, o azul já não aguenta pintar mais oceanos, e o amarelo e o laranja já nem sequer falam um com o outro, pois cada um reclama ser a verdadeira cor do sol. E agora?».

Um belo alerta para quebrarmos padrões


COMO APANHAR UMA ESTRELA // OLIVER JEFFERS
«Era uma vez um rapaz que gostava muito de estrelas. À noite, ia para a janela observar as estrelas e sonhar que um dia teria uma só dele. Imaginava que seriam amigos e brincariam às escondidas. E decidiu partir em busca de uma estrela. Quando finalmente apareceu uma estrela no céu, trepou ao cimo de uma árvore, pediu ajuda a uma gaivota e saltou o mais alto que pôde. Mas nunca conseguia alcançá-la».

A simplicidade. A importância de não desistirmos 
dos nossos sonhos


A MAIOR FLOR DO MUNDO // JOSÉ SARAMAGO
«E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?».

Uma lição de amor, de empatia, de gratidão


O AVÔ TEM UMA BORRACHA NA CABEÇA // RUI ZINK
«O que fazer quando alguém de quem gostamos nos começa a esquecer? Esta é a história da amizade entre um avô que lentamente vai perdendo as memórias e o neto inventor que se dedica a descobrir uma cura».

O amor é mais forte do que o esquecimento 
- a mensagem especial desta obra


CINDERELA // JOÃO PAULO SEARA CARDOSO
«Esta não é uma Cinderela tradicional. Há uma reescrita, um tanto ou quanto anacrónica, da história tradicional, a partir das versões de Perrault e Grimm. E personagens saídos de outros contos caem do céu».

Novos desafios e contratempos, num registo 
divertido e alucinante.


Tentei distanciar-me de escolhas mais óbvias, caso contrário, O Principezinho, O Quebra-Nozes, Onde Vivem os Monstros, Harry Potter e a A Bela e o Monstro figurariam nesta lista. Porém, a literatura infanto-juvenil está recheada de autores/histórias incríveis.


Que livros infanto-juvenis recomendam?

Comentários

  1. Não conheço nenhum, mas vou guardar as sugestões!

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  2. O Principezinho, Tobias, Plum e Plumete, as histórias da Anita, as obras-primas de Lilibeth. Estes são alguns dos que lia quando era pequena.

    Beijinho grande!

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    1. A Anita é mesmo um clássico! E ainda hoje estou para descobrir o que aconteceu à minha coleção, porque só existe um livro cá em casa :o
      Tobias e Plum e Plumete não conheço, tenho que procurar

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  3. Não conhecia nenhum, mas parecem bem interessantes! :)

    www.amarcadamarta.pt

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  4. Bom dia:- Sempre nos oferecendo boas sugestões.
    .
    Saudações poéticas

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  5. Só conheço "Cinderela" e "A pequena semente", mas caramba, que nostalgia!

    Os que eu mais li na minha infância acho que foram mesmo "A Fada Oriana" e "O Cavaleiro da Dinamarca e agora apetece-me muito relê-los :)

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    1. Têm histórias fantásticas *-*

      Adoro ambos, mas mais a Fada Oriana! Acho que também vou aproveitar este tempo de quarentena para os reler

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  6. Às vezes apetece-me focar mais nos aspetos negativos da literatura nas crianças.
    Tenho um exemplo: a minha filha foi sempre muito influenciada pelos hábitos de leitura dos pais. Desde muito novinha que, enquanto nós fazíamos as compras no Continente, ela ficava embasbacada a olhar as prateleiras dos livros e era rara a semana que não trazia um livro novo com ela.
    Resultado: hoje é professora de português/inglês (desde 2006), passou os primeiros 7 anos a dar formação em Centros de Formação Profissional, a recibo verde, passou por uma fase de trabalho temporário a preencher formulários para a MEO e atualmente, numa escola privada, ganha pouco mais do que a senhora da limpeza. Não fossem as explicações e nem sei como ia conseguir pagar a prestação da casa.
    Sinto-me culpado por não lhe ter comprado mais Barbies e menos livros. eheheheheheheh

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    1. Não foques, porque esse acesso à literatura também lhe deu ferramentas para gerir todas essas reviravoltas da vida :)

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  7. Só os títulos parece que chamam logo à atenção :)

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  8. Posso te dizer que ainda não conhecia mesmo nenhum que falou
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  9. Faço hora do conto para crianças dos 3 aos 10 anos.
    O dia em que os lápis desistiriam, foi um grande sucesso entre as crianças.

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    1. Sinto que as obras desse autor - e do Oliver Jeffers - têm esse impacto nas crianças. O que é maravilhoso *-*

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  10. Dos melhores exercicios que se pode fazer é reler a versão original de muitos dos contos infantis que nos viram crescer. Let a Alice no Pais das maravilhas não é algo que uma criança possa perceber, mas como adulto é todo um mundo literário.
    Culpada sou por mesmo em adulta ter como eterno favorito o meu velhinho livro dos contos dos irmãos grimm...haja gente mais sombria xD

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    1. É uma aprendizagem completamente diferente, até porque te permite seguir rotas que, em criança, não terias mecanismos para percorrer.
      É uma boa culpa :D

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  11. Acho que este tipo de livros vão ser sempre os meus preferidos :p

    http://blogda-joana.blogspot.com/

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  12. Só li o ano passado A Maior Flor do Mundo, e adorei. Nunca li O Principezinho, mas quero muito ler. Vou anotar os restantes. Tenho pena dos sobrinhos do namorado não gostarem de ler, senão seria a tia que mais iria oferecer livros ahah

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    1. Aconselho imenso a leitura d' O Principezinho *-*
      Pode ser que ainda venham a gostar

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  13. O meu filhote tem a versao original do "O dia em que os lapis desistiram" e adora :)
    Quero muito ler-lhe o do Saramago e o do Rui Zink :)
    Os meus livros preferidos da minha infancia sao os da Sophia de Mello Breyner, revelo-os no desafio da proxima quinta-feira :)
    Beijinhos*

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    1. Sentindo um pouco de inveja do teu pequenote ahahah :D
      Acho que ele vai adorar! Não desfazendo o do Saramago, que é maravilhoso, o do Rui Zink é mesmo um abraço apertado. Aconselho muito.
      Estou muito curiosa com o desafio

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  14. Beleza de introdução para apresentação generosa de belos exemplares de livros que bem auxiliam na formação.
    Bela generosidade.
    Abraços
    Ah, venho do café poético para agradecer sua visita e comentário.

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    1. Muito obrigada pela visita e pelas palavras tão simpáticas :)

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  15. Conheço os livros de Eric Carle 🐞
    E como não podia deixar de ser: A maior flor do mundo do nosso Nobel 🌻

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    1. Ainda só tive oportunidade de ler dois, mas conquistaram-me *-*
      A Maior Flor do Mundo é uma maravilha!

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    2. Será exagero dizer que a obra do José Saramago é uma maravilha?!

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    3. Como ainda não me aventurei a fundo na sua obra, não tenho opinião formada quanto a isso

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    4. Era exatamente isso que eu queria saber, Andreia, porque o livro que todas é uma gotinha de água numa obra fabulosa 📚

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    5. Pode ser que me aventure em mais este ano. E, assim, descubra todas essas maravilhas!

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  16. Guardei todos os meus livros de infância e a biblioteca de livros infantis foi crescendo (efeito irmãos mais novos xD). Assim continuaram a fazer parte das leituras. Os livros infantis são ótimos! Tanto para a idade específica, para implementar o hábito e gosto pela leitura, tanto para a idade adulta por todas as mensagens boas que trazem :)

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    1. Isso é fantástico! Acho que, finalmente, as pessoas começam a perceber que a literatura infantil e juvenil não é menor que a restante. E ainda bem, porque as mensagens acrescentam-nos imenso *-*

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  17. Quanto ao impacto positivo que a leitura tem no desenvolvimento das crianças. Tem muito haver com o antes e depois do 25 de Abril de 1974, cuja a Revolução dos Cravos, como ficou conhecida. A qual devolveu a liberdade ao povo português. Até essa data, haviam escolas primárias, isso é verdade, mas devido às condições economicas das populações rurais nem todas as crinças podiam frequentar o ensino primário. Nos anos 40, 50 e até 60, do século passado a idade de entrar para a escola era ao 7 anos. Sendo que muitas criança em vez de irem para escola iam guardar o gado. Foi o que aconteceu comigo. Trabalhava de dia, à noite ia para a escola e cara alegre. Não tive outra alternativa. O nível de vida hoje em Portual não tem nada haver, nem coisa que se pareça, com o nível de vida desse tempo. Ainda bem que assim é!

    Tenha uma boa noite Andreia.

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    1. A liberdade abriu-nos inúmeras portas, sem dúvida! E devemos estar agradecidos por todas as oportunidades, por tudo o que passamos a fazer sem medos e limitações.

      Obrigada e igualmente :)

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  18. Não conheço mais ótimas sugestões! Beijos

    Segredosdamarii.blogspot.com

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  20. Recomendo "A Mãe que Chovia" do J.L.Peixoto, "O Rapaz de Bronze", "A Fada Oriana" de Sophia de Mello Breyner e "Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach. Todos com lições bonitas e cheios de metáforas deliciosas para crianças mas também para nós, os mais crescidos 💖

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    1. Tenho que adicionar A Mãe que Chovia e Fernão Capelo Gaivota à lista. Muito obrigada *-*

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