PROJETO 642 //
POR QUE MOTIVOS ESCREVO

Fotografia da minha autoria



Tema: Por que motivo[s] escreves?


O meu peito podia ser um caderno, porque é feito de palavras, palavrinhas e palavrões - porque não? -. Há um vínculo quase umbilical, porque é o dialeto que me completa e impulsiona, sobretudo, quando me expresso por escrito. Aí, sou eu em pleno. Sem barreiras e sem hesitações. Apenas com vontade de fazer voar a minha imaginação.

A minha caminhada escrita começou cedo, ainda antes de entrar para a escola primária, através de versos rimados e inocentes. Mais tarde, aventurei-me nos contos e nas histórias mais longas, mas mantendo uma certa predileção pela poesia. No entanto, à semelhança de tantas outras vertentes na nossa vida, esta arte foi sofrendo metamorfoses e eu fui-me aproximando de novos registos. E passei a brincar, saltitando entre eles, sem me levar demasiado a sério. Porque as emoções, mais do que a técnica, é a minha verdadeira motivação, atendendo a que tenho de sentir cada tema em que me divida, para ser sempre a versão que almejo e preserve a autenticidade que não me permito descurar, porque isso implicaria largar a mão do que sou.

Hiperbolizo ao referir que escrevo desde o berço. Contudo, é uma parte imprescindível de mim. E faço-o pelos motivos mais distintos, que acabam por se unir em simbiose. Porque não tem de existir uma só razão. E há momentos em que as experiencio a todas, como se fossem parte de uma linha contínua e consequente. Mas essa imprevisibilidade será sempre o traço mais bonito do que nos leva a escrever. E eu...

Escrevo sem razão
Escrevo quando me aperta o coração
Escrevo por lazer
Escrevo sempre que me apetecer
Escrevo à mão
Em permanente divagação
Escrevo quando sinto que tenho algo a dizer
Mesmo que ninguém queira saber
Escrevo para libertar a alma
Ou, apenas, para perpetuar a calma
Escrevo porque é parte de mim
E eu só sei ser assim
Escrevo para comunicar
E ir para onde cada palavra me levar
Escrevo
Só e apenas porque sou livro aberto
À espera de completar o puzzle
Em que me fragmento
Porque a escrita é a minha saída
O meu bilhete de ida
Mesmo que vá em contramão

Escrever é um processo íntimo, mas também é uma partilha; é uma janela que abrimos para que nos compreendam. Por isso, independentemente de todos os motivos que surjam em paralelo, escrevo porque o sinto.


[Publicação inserida no Projeto 642]

Comentários

  1. Comecei a escrever porque era tímida e então a escrita era a minha forma de expressão. Depois comecei a gostar de escrever porque participava em pequenos desafios e ganhava alguns prémios. Hoje escrevo porque gosto, porque me fascina e porque é a minha identidade. Foi a maior descoberto durante o meu percurso na faculdade. A escrita é o que sou, é a minha casa.

    Adorei o teu poema, adoro a tua poesia, conquista-nos e prende-nos.

    Beijinho grande!

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    1. Compreendo tão bem essa decisão, minha querida, porque também me revejo. Sempre fui mais reservada e a escrita funcionava como elo de comunicação.
      É tão giro vermos a nossa evolução, até nos motivos que nos levaram a esta forma de arte.

      Muito obrigada <3

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  2. E escreves tão bem, Andreia! Parabéns! :)

    www.amarcadamarta.pt

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  3. Foste de encontro aos meus pensamentos, pois tambem eu escrevo para partilhar :) Escreves muito bem e poema é lindo e muito expressivo <3 Continua, por favor, não pares <3 O ceu é o limite <3

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    1. Muito, muito obrigada, minha querida *-*
      Darei sempre o meu melhor

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  4. Ow que bonito! Escreves muito bem, nunca pares de o fazer

    www.pimentamaisdoce.blogspot.com

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  5. Acho que para adoro escrever como tu, tudo que acaba por partilhar sai sempre de dentro do coração, continua
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  6. E ainda bem que escreves! Delicio-me sempre com as tuas palavras <3

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  7. E é muito bom poder contar com as tuas palavras.
    No meu caso, escrever torou-se numa necessidade. É um lugar onde me sinto bem, porque as palavras me oferecerem a calma que preciso.

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