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livros que poderiam sair do papel para o ecrã

by - maio 16, 2024

Fotografia da minha autoria



«Os livros são espelhos»


A forma como um autor nos entrelaça às histórias que conta, fazendo-nos sentir parte das mesmas, é um aspeto que me desarma, porque acho essa capacidade maravilhosa. Pelas suas palavras, somos levados a acreditar naquelas pessoas, naquele ambiente, em todos aqueles acontecimentos e isso só pode ser mágico. E, talvez por esse motivo, algumas narrativas se tornem tão visuais, como se acontecessem à nossa frente.

Embalada neste pensamento, fui à estante ver que leituras encaixariam no cenário descrito, até porque tenho algumas que adoraria que saíssem do papel para o ecrã. As dez que selecionei são um exemplo muito fidedigno e, atendendo a que, em maio, celebramos o dia do autor português, só inclui escritores nacionais.


 quando os rios se cruzam, rita da nova
Itália figura na minha lista de viagens de sonho, mas, admito, Turim não era um cenário prioritário. Descobri-lo através das descrições da personagem principal despertou esse interesse. E, para mim, sem diminuir tudo o resto, é um dos pontos chave da narrativa: porque, mesmo sem ter percorrido aquelas ruas, mesmo sem ter estado sentada no parque, mesmo sem ter entrado nos bares e feito parte das inúmeras saídas do grupo, senti-me lá; se fechasse os olhos, conseguiria ver as fachadas, as paredes, as casa, conseguira ouvi-los, abraça-los e partilhar a energia de cada noite (opinião completa aqui).

 a cicatriz, maria francisca gama
A Cicatriz abre-nos a porta para a história de um casal jovem, apaixonado, numa relação estável e saudável. Através da voz da protagonista/narradora, de quem nunca chegamos a saber o nome, acompanhamos as férias no Rio de Janeiro, banhadas de sol, sedução e leveza, e o quanto esperam que sejam dias inesquecíveis. E foram. Só que há um que ficará marcado pelo pior motivo, abalando-os para sempre.

pardalita, joana estrela
Uma novela gráfica que nos permite descobrir Raquel, uma adolescente de 16 anos, cuja vida parece estar em suspenso. Escrita como se fosse um diário de memórias, o tom é cómico e comovente, centrando-nos em questões importantes que surgem pelas dúvidas, pelas inseguranças, pelas borboletas na barriga. Nesta viagem de autodescoberta, onde se sentirá à deriva, acabará por ser confrontada por sentimentos que nunca julgou possíveis. E, pelo meio, conhecerá alguém que a fará olhar para a vida com outros olhos.

 a história de roma, joana bértholo
A História de Roma tem uma sinopse que parece revelar imenso, no entanto, sinto que diz muito pouco daquilo que vamos encontrar. Em traços gerais, cruzamo-nos com duas pessoas que se reencontram dez anos depois de terem terminado a sua relação, quando ele a vem visitar a Lisboa. Durante uma semana, percorrem a cidade e as memórias que construíram em conjunto, na tentativa de recordarem laços comuns (opinião aqui).

 e então, lembro-me, catarina costa
E Então, Lembro-me começa de uma forma intrigante: Laila, a protagonista, acorda numa cama de hospital, de «uma cidade sitiada», amnésica e sem ovários. Assim que acorda, é integrada numa casa onde existem mais pessoas como ela. A servirem de «mão-de-obra», procuram recuperar o que lhes falta (opinião aqui).

mar negro, ana pessoa
Só pelo título, evidencia logo sinais de uma certa dicotomia, porque, embora revolto em determinadas ocasiões, o mar preserva uma transparência inigualável. A associação «negro» remete-nos, de imediato, para a possibilidade de algo sombrio. E se a capa transmite, também, um toque de leveza, a verdade é que o conteúdo se afasta dessa característica, porque aborda temas sensíveis. Nestas oscilações, temos acesso a um retrato «da vida como ela é», aproximando-nos e afastando-nos da pessoa que julgamos ser (opinião aqui).

 luanda, lisboa, paraíso, djaimilia pereira de almeida
Marca a viagem espacial, emocional e intimista de um pai e um filho que, impulsionados pelo ritmo de uma doença, se veem obrigados a abandonar as suas raízes, aventurando-se pelo desconhecido. Apesar disso, há um sonho que acalenta a esperança, há uma imagem de paraíso que sustenta a procura. E talvez por isso seja tão doloroso assistir ao deteriorar da utopia e à perda de oportunidades (opinião completa aqui).

 vertigens, valentina silva ferreira
A forma como as duas mulheres cruzam os seus caminhos tem laivos de destino, ainda que pareça surreal colocar as coisas nestes termos, mas a verdade é que precisaram de estar no lugar certo, à hora certa, para que a vida de ambas mudasse para sempre. Movidas por uma vontade imensa de compreender uma realidade antiga e de quebrar as amarras que as prendiam, fizeram das suas fragilidades um impulso (opinião aqui).

 do outro lado, mafalda santos
É uma distopia e uma história de amor peculiar. É sobre Sara e Gabriel, mas também sobre vírus, mentiras e a forma como a banalidade do quotidiano se entrelaça ao inimaginável. Na contracapa, a pergunta é clara: e se não existisse apenas uma realidade? E nós somos embalados na urgência de encontrar a resposta (aqui).

revolução, hugo gonçalves
Neste Revolução, é palpável o clima de tensão e de terror. A luta pela liberdade. A mágoa que é transversal à passagem do tempo. Neste Revolução, lidamos de perto com o arrependimento, com o vazio e com o fosso que se cria entre relações que não foram cuidadas com amor - ou será que esses laços não se estreitaram conscientemente por ser maior o amor? Por se sentir que a proteção das pessoas dependeria de um afastamento? De facto, é muito ténue a linha que separa o cuidado da ausência (opinião completa aqui).

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8 comments

  1. Tenho de descobrir estes autores.

    Vou guardar esta publicação para no futuro os ler *.*

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. É provável que me repita, mas aconselho todos 😊
      Boas leituras, minha querida!

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  2. Aguardo o livro da Rita Da Nova na caixa do correio *.*

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    1. Aww, que bom! Espero que te reserve uma excelente viagem a Turim 😍

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  3. Andreia boas seleções que você trouxe fiquei curiosa pelo livro Mar Negro bjs.

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  4. Apesar de conhecer alguns destes livros, ainda não li nenhum 🫣

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    1. Se os descobrires, espero que te reservem excelentes leituras

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