Maio. Mês de emoções fortes. De gerir a ansiedade e o orgulho que é ter uma afilhada finalista. De celebrar a história de amor mais bonita. De me despedir de uma nova época, com um sabor agridoce, e de jogadores que se tornaram voz e bandeira dentro desta família azul e branca. Neste quinto capítulo, realizei um sonho. Estendi as memórias. E abracei mais aprendizagens. Optei por fazer pequenas mudanças em mim e tenho caminhado no sentido de as tornar evidentes. Maio revestiu-se de tranquilidade. E deixou-me ainda mais serena.
Fotografia da minha autoria
«A literatura é a expressão da sociedade»
A minha biblioteca em constante crescimento é, sem qualquer dúvida, um dos compartimentos que mais me define, por representar uma paixão, por ser um investimento - pessoal e cultural - a longo prazo e por evidenciar traços da minha personalidade, na mesma medida que remete para fases distintas do meu percurso. E deste processo de maturidade, que mantém os de sempre, mas que também prioriza a descoberta. A literatura é uma janela para o mundo. E eu sinto-me privilegiada por ir construindo um mapa dentro das minhas estantes de madeira.
Fotografia da minha autoria
«Somos grandes»
O nosso país transborda talento. E nas mais diversas áreas. Por essa razão, fico de coração pleno quando percebo que há uma aposta forte no empreendedorismo nacional, até porque acredito que temos todos os argumentos para o tornar rentável. Há ideias a fervilhar. E projetos que merecem reconhecimento: não só pelo produto, mas também pelo conceito. Quando a Carolina [Thirteen] partilhou o mais recente tema do 1+3, percebi que só fazia sentido escrever sobre as marcas portuguesas que me despertam maior interesse [também pela sua pegada cívica], mesmo que ainda não tenha investido nelas. Eis a minha lista.
Fotografia da minha autoria
«Chegou à Primavera a cantar o mundo como um romance»
Os acasos têm um traço impressionante, que nos faz mergulhar sempre numa reflexão descontraída - talvez mais por curiosidade, do que por querermos compreender a questão a fundo. Enquanto procurava a letra de uma música, cruzei-me com a notícia de que Luís Severo tinha lançado um novo álbum. Interessada como sou, não perdi tempo e fui descobri-lo. E aquele que era, até então, um nome desconhecido, passou a figurar na minha lista de preferências. Quanto talento!
Fotografia da minha autoria
«E, azul e branca, essa bandeira avança.
Azul, branca, indomável, imortal»
O futebol - e o desporto em geral - nunca será só um jogo dentro de quatro linhas. É, pelo contrário, um espetáculo de emoções fortes, que me move, que me implica por inteiro, que me apaixona. E não permito que me quebrem a certeza de que esta festa pode renascer sempre da verdade. Há um lado enegrecido que é preciso combater, para que não contamine a raiz bonita que ainda sustenta o entusiasmo da massa adepta. E nesta chama azul e branca, que avança contra tudo o que a tenta apagar, eu sinto a mística de um clube sem igual.
«Tudo o que sou
Tudo o que vês
Aquilo que dou
Que escrevo, que lês
Fotografia da minha autoria
... Rosas de Santa Teresinha!
[O meu jardim é pequeno, mas teve sempre um lugar privilegiado para uma das minhas flores favoritas. Mesmo sem o ter percebido na altura, foi a minha avó materna que me transmitiu este fascínio, não só pela ternura com que falava delas, mas também pelo cuidado que não lhes dispensava. Aqueles botões pequeninos passaram a ter um significado especial. E estreitaram o vínculo com uma das pessoas mais importantes da minha vida. Anos mais tarde, por coincidência do destino, tive uma professora primária que adorava as Rosas de Santa Teresinha. E esta memória marcou-me até hoje. E sinto que acabei de encontrar mais um traço para tatuar em mim - só falta a coragem]
Fotografia da minha autoria
«Seja luz. O mundo anda demasiado escuro»
Noite cerrada no peito
Sem um rasgo de luz
Na alma de quem me quer
Fotografia da minha autoria
Tema: Autores Portugueses
Os livros têm uma voz muito própria. Observo a minha estante e sou quase capaz de sentir alguns timbres a sobreporem-se com urgência, porque existe algo a cativar a atenção. E se há autores que ocupam uma grande parte da minha identidade literária há mais tempo, não é menos verdade que outros nomes têm conquistado um espaço confortável. Chegaram de rompante e passaram a habitar em mim, com a mesma facilidade com que me envolvem no seu enredo. E eu tenho encontrado este traço a casa em vários autores portugueses.
Fotografia da minha autoria
«Todos os temas abordados no espetáculo são distorcidos para serem, na verdade, melhor compreendidos»
A vida tem traços curiosos, que nos surpreendem e que, no fundo, nos desarmam - um pouco, também, por envolverem sonhos antigos. Quando Luís Franco-Bastos anunciou o seu novo solo de Stand-Up Comedy, soube que não podia [voltar a] perder a oportunidade de ver um dos humoristas que mais admiro ao vivo. Por isso, apressei-me a adquirir os bilhetes. Só não estava à espera de assistir a duas das três datas marcadas no Porto. E que enorme privilégio!
Fotografia pessoal
Perdoa-me se te induzi em erro. Não tenho saudades tuas, nem te quero de volta. Só quero que me permitas voltar ao que era... sem ti!
O Porto tem história. E um foco gastronómico que aquece a alma e nos faz crescer água na boca. E a verdade é que não faltam novos restaurantes - de comida tradicional e não só - a colorir a cidade Invicta. No meio de tantas opções, o difícil é mesmo escolher - ou, então, não regressar àquelas que já conhecemos de cor. No entanto, independentemente do veredicto final, qualquer refeição tem mais encanto quando é partilhada. E, de preferência, numa mesa redonda, que será sempre - e perdoem-me o lugar comum - a melhor rede social.
«Não vou ser inocente ao pensar
Que esta história já não estava
Escrita em qualquer lugar
A surpresa foi o modo eficaz
Com que um encontro inusitado
Se queira replicar
Em qualquer lado, em todo o lado
Fotografia da minha autoria
... Queima das Fitas do Porto!
[O nosso ponto de encontro. A certeza de rever aqueles com quem vivi momentos inesquecíveis e de partilhar mais uns quantos brindes, numa união que só é possível porque nos soubemos cativar. Durante esta semana, a noite é uma criança. E, enquanto tiver disponibilidade, o cartaz agradar e as minhas pessoas-casa continuarem presentes, sei que farei por ir, nem que seja apenas num dia, uma vez que não dispenso boa companhia, música e o traço descomplicado de uma saída nestas condições. Veem-se muitos excessos, bem sei, mas como não me falta a lucidez, não permitirei que me estraguem esta festa de [não só] estudantes. Porque no queimódromo realizei sonhos - Kaiser Chiefs marcou-me para sempre. E criei memórias insubstituíveis]
Fotografia da minha autoria
«O meu sítio, minha origem, trago sempre comigo»
Vila Nova de Gaia. Minha identidade. Cais de sonhos e de regaço aberto ao mundo. Berço de saudade e de calma. Ponte[s]. É, há 27 anos, o meu porto seguro. E a minha melhor definição de casa. Por isso, sinto um orgulho desmedido em todos os detalhes que lhe começo a saber de cor. Aqui fiz morada, família e amigos. E acredito que há mais presente e futuro entre nós. Sinto-a a crescer. E cresço no mesmo compasso. Descubro-lhe a história e revisto-me da sua magia. Nesta vila que se tornou mulher, há um passado cravado à sua margem. Há amor. E uma mão cheia de memórias que a elevam a inigualável.
Fotografia da minha autoria
Tema: Um livro relacionado com flores
A primavera - a par do outono - é a estação que mais me aquece a alma. Muito por causa da leveza dos dias. Dos raios de sol que aparecem timidamente. Pelo chilrear dos pássaros à janela. Pelo manto de cores que se estende nas paisagens. E pelo doce nascer das flores. Por isso, não é difícil compreender o meu entusiasmo em relação ao tema cinco de Uma Dúzia de Livros, cuja escolha literária ganhou asas quase de imediato. Ainda ponderei selecionar outra obra, mas percebi que a minha jornada teria que ser diferente. E respondi, então, à forte curiosidade acerca deste título tão sugestivo.
Fotografia pessoal
«Acabei de me perder»
Caminho descalça
Nesta nuvem de incertezas
Que me assola o pensamento
Fotografia da minha autoria
«Eu parti o telemóvel a tentar ligar para o céu»
A canção que nos representará na Eurovisão tem provocado bastante controvérsia. E, não se tratando do caso de ser politicamente correta, cada um tem o direito de gostar ou não e de expressar o seu parecer - desde que feito com respeito e coerência.
Fotografia da minha autoria
«O silêncio da incerteza»
Uma névoa cobriu a rua paralela ao meu coração. Todos os dias, aquando dos primeiros raios de sol, a direção dos meus passos era sempre a mesma: apanhar o autocarro 27, para minimizar a angústia de um futuro incerto. E foi lá que te vi, sentado num dos bancos anónimos, que passam despercebidos a quem tem sempre tanto em que pensar. Mas os nossos destinos cruzaram-se. E a inocência desse verde-esperança eriçou-me a pele. Mal sabia eu os estragos que estariam para chegar.
«Quem é que vive
Sem partir e sem chegar?
E morre no mesmo lugar?
Fotografia da minha autoria
... Histórias!
[Escutá-las. Escrevê-las. Lê-las. Sinto que não sou tão forte a contá-las oralmente, mas perco-me em cada partilha. Porque há tanto mundo nesta construção narrativa, que viajamos de uma maneira única. E foi, precisamente, este fascínio que me fez avançar com o Storyteller Dice. Tudo fica bem com uma história. Porque a nossa mente divaga. Emociona-se. Toca traços de realidade que existem para além de nós. E crescemos sempre mais quando nos deixamos embalar nos seus braços]
🔔 Estou a vender um bilhete para o espetáculo Consciente, de Luis Franco-Bastos, no Sá da Bandeira [18/05]. Interessados? Enviem-me um e-mail ou uma mensagem no instagram]
Fotografia da minha autoria
«Uma peça que "nos recorda a importância de reconhecermos e nos deslumbrarmos com as coisas que nos rodeiam"»
Investir na cultura é uma prioridade. Por isso, um dos meus maiores objetivos - a curto e a longo prazo - é manter uma presença regular em espetáculos dos mais diversos registos, até porque há trabalhos surpreendentes, de artistas excecionais, que nos enriquecem: pela mensagem e por, muitas vezes, nos retirarem da nossa zona de conforto. Sou uma grande admiradora de Ivo Canelas. E fiquei radiante com a notícia de que estará em cena, de 20 a 27 de maio, no Hard Club. O ator subirá a palco para interpretar um monólogo escrito por Duncan Macmillan, que aborda, «de uma forma emocionante e com humor», temas como «a depressão, as crises existenciais, a família e o amor», convidando «o público a participar». Ainda não sei se poderei ir, mas seria um privilégio assistir a Todas as Coisas Maravilhosas.
Fotografia da minha autoria
«Como num filme, sempre me acontecia isso: eu olhava as coisas e imaginava uma música triste»
Os livros abrem álbuns de memórias especiais. E convidam-nos a passar para o outro lado da margem, para conhecermos um contexto e uma realidade distantes, mas que se tornam perto pela riqueza das descrições. Dos detalhes. E da emoção associada a cada um deles. E é por essa razão que eu acredito que há obras que significam amor no estado mais puro. Porque existe muito coração a sustentar as suas palavras, graças à sensibilidade do seu autor.
Fotografia pessoal
«Não se despedace para manter os outros inteiros»
Preciso de desligar a realidade
Que se constrói
Do lado de fora da janela
Preciso de me reconectar
Ignorar as tempestades alheias
E focar-me na minha alma
Fotografia da minha autoria
«Uma segunda casa encontrei»
A minha capa tem um peso diferente: pelo meu percurso e pelas responsabilidades que fui abraçando. E quando, cartolada, desci os Clérigos a correr, sei que, sem que conseguisse evitar, houve um adeus dito baixinho, que veio reforçar as saudades, porque nada voltaria a ser igual. No entanto, regresso sempre que me é possível, porque é a casa onde pertenço e porque tenho um grupo-furacão que move montanhas e que me demonstra que esta história só termina quando eu [nós] quiser[mos]. Hoje, pesa-me o lado esquerdo do peito, uma vez que só posso embarcar nesta viagem de emoções fortes - chamada Cortejo - ao final do dia. E essa é, talvez, a prova mais angustiante de que a vida avança e o nosso tempo tem que ser gerido de outra maneira. Às minhas finalistas, prometo que é um até já. Há memórias que só a nossa capa é capaz de contar. E eu faço questão de lhe acrescentar mais vivências. Porque nesta tela em crescimento cabe o nosso mundo inteiro.
Fotografia da minha autoria
«Fotografar é uma maneira de ver o passado. Fotografar é uma forma de expressão, o "congelamento" de uma situação e seu espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual»
Há, em mim, uma vontade que faço questão de preservar: regressar sempre onde fui feliz e onde me sinto bem. Porque reconforta as saudades. E porque acredito que existe sempre uma nova perspetiva para explorar. A nossa maturidade fortifica-se e aprendemos a observar com outro cuidado e minúcia. E como sou tão feita de detalhes, aproveito para me enriquecer com aqueles que me rodeiam.
«Uma a uma, as luzes da cidade
Vão-se despedindo
E o menino, sonhando acordado,
Espera o seu destino
Que horas lhe tiraram os dias?
Que mãos um dia há de beijar devagar?
Fotografia da minha autoria
... Pinguins!
[Há animais pelos quais nutro um carinho especial, não só pela aparência, mas também pelo simbolismo. E os pinguins são um dos exemplos mais óbvios. Fico mesmo fascinada a observá-los. E, no fundo, sendo um pouco egoísta, não me importaria de ter um. São uns amores]
Fotografia da minha autoria
«Com a solidão se aprende»
A paragem 7 da rua da Agonia
Foi o meu fim de linha
Dentro deste elétrico solitário
Fotografia da minha autoria
«Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração?»
O vínculo emocional que determinados livros nos despertam é sempre reconfortante e mágico, porque há um traço familiar e próximo que não mais nos abandona a memória. E quando as histórias nos falam mesmo ao coração, por mais que o tempo avance e por mais que nos aventuremos noutros enredos, nunca nos esquecemos delas: fazem morada em nós e ocupam um lugar bonito na nossa alma. Ainda hoje, Bons sonhos, meu amor continua a ter impacto e a ser especial. Por isso, quando surgiu a oportunidade, regressei a Dorothy Koomson.
Fotografia da minha autoria
«Se até as estações mudam, qual a razão de permanecer igual?»
As gavetas da minha casa encantada não é um diário. Mas é um refúgio. E procuro torná-lo num lar permanente, onde me sinta bem e onde quem chega se sinta com vontade de ficar. Por isso, vou decorando esta casa com aquilo que mais me define, sem ter receio de reinventar traços e de arriscar outros registos. Porque fascina-me esta procura por uma personalidade singular. É assim que me descubro e que ganho asas. E, portanto, houve pequenas mudanças que me fizeram sentido abraçar.
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá