AZUL E BRANCO É O CORAÇÃO

Fotografia da minha autoria

«E, azul e branca, essa bandeira avança. 

Azul, branca, indomável, imortal»

O futebol - e o desporto em geral - nunca será só um jogo dentro de quatro linhas. É, pelo contrário, um espetáculo de emoções fortes, que me move, que me implica por inteiro, que me apaixona. E não permito que me quebrem a certeza de que esta festa pode renascer sempre da verdade. Há um lado enegrecido que é preciso combater, para que não contamine a raiz bonita que ainda sustenta o entusiasmo da massa adepta. E nesta chama azul e branca, que avança contra tudo o que a tenta apagar, eu sinto a mística de um clube sem igual.

Afirmo de peito cheio que sou demasiado portista para me preocupar com as restantes equipas. E sou. Por isso, foco-me em nós. Na identidade inquebrável que recuperamos, sobretudo, com o nosso Homem do Leme, Sérgio Conceição. Esta época terminou com um sabor agridoce. Caímos em momentos cruciais, mas também merecíamos um campeonato mais justo e imparcial. No entanto, talvez seja esta minha mania de observar e guardar o que aconteceu de melhor, houve um caminho sublime que não pode ser esquecido. Houve superação. Raça. Garra. E uma vontade imensa de fazer melhor. Houve um sonho. Um grupo que deu a cara, mesmo perante críticas descabidas. E um percurso extraordinário numa Liga dos Campeões onde só figuram os melhores, como nós. É certo que vitórias morais não representam conquistas e, muito menos, títulos. Mas num cenário que tentam pintar só de aspetos negativos, eu encontro motivos para me revestir de orgulho. Era preciso fazer um pouco mais. E, ainda assim, fizeram tanto. Voltaremos mais fortes. Mais Porto.

De camisola vestida, vibrei. Sofri. E chorei com os meus. Com quem ajustou o emblema sobre o peito e deixou em campo uma alma de Dragão. Com quem sente estas cores com a mesma intensidade que me corre no sangue. Fechamos um capítulo. E nem tudo foi perfeito da nossa parte - longe disso. O coração pesa-me. Não só pelo[s] resultado[s], mas também pela dor da despedida, por ver sair nomes que se tornaram bandeira dentro desta família. Só posso agradecer por tudo. E por terem aprendido tão rápido a honrar a nossa camisola. Há uma passagem em que se ouve que «quando ganhas és de todos, mas quando perdes és só nosso». E neste clube invicto, vocês terão sempre um lugar, bem perto de todos os que acreditaram até ao último segundo da partida. De todas as competições. Existe uma parte desta história que é só vossa. Obrigada por a terem escrito no nosso estádio. Na nossa casa. No nosso ADN. Já sinto as saudades a ganharem forma. Mas arranjaremos maneira de nos reencontarmos. Porque isto nunca será um adeus.

As luzes do Dragão desligam-se até à nova época. Este ano não foi nosso. Porém, não perdemos a dignidade. Não atiramos a toalha ao chão. E eu vi - e senti na pele eriçada - muita alma. E uma fé inabalável. Há um grito de revolta que não nos permitirá estagnar. Ainda bem que nasci portista. É tão bonito este nosso amor 💙