1+3 | Coragem: a que falta e a que vive nos pequenos gestos
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Fotografia da minha autoria |
«Quando alimentamos mais a nossa coragem do que os nossos medos, passamos a derrubar muros e a construir pontes»
Coragem. Uma palavra, relativamente, pequena, dita num só fôlego, que preserva um significado enorme e poderoso. Com uma carga emocional e intima, que a torna única. Intransmissível. E diversa. E tem tanto de plural - por se manifestar de inúmeras maneiras -, como de pessoal - por ser uma característica tão intrínseca. Para além disso, sinto, é a analogia perfeita para o facto de não serem as dimensões que importam, mas, sim, a consistência - e a consciência.
Acredito que, tal como o[s] medo[s], esta viagem pode ser solitária, uma vez que exige trabalho na primeira pessoa, que deve ser feito de dentro para fora. Não há um botão que se ativa. Precisamos, muitas vezes, de ser criativos para fazer acontecer; precisamos de respirar bem fundo e confiar na nossa capacidade de superar, realizar e perpetuar. Podemos, apesar de tudo, encontrar inspiração nos outros - que tantas vezes são o nosso elo motivacional. Porém, enquanto não sentirmos, em nós, uma energia revolucionária, rapidamente, se extinguirá. Ou nem sequer chegará a atingir o resultado pretendido. E importa compreender que nunca será um esforço isolado, tendo em conta que não assinamos um contrato vitalício de coragem. Portanto, é algo que temos que cuidar com esmero, passo a passo e individualmente, porque cada situação requer diferentes níveis de intrepidez.
Quando a insegurança começa a ganhar vantagem, procuro fazê-la recuar. E como sei que esta luta não pode ser travada por mais alguém, concentro-me na força que existe em mim e faço-a sobressair, mesmo quando caio e necessito de repetir todo o processo. Contudo, não faço disto um assunto exposto. Traço uma meta interna e corro pelos meus objetivos. Curiosamente, nunca olhei para mim como uma pessoa corajosa. Tive que gerir alguns contratempos, mas nenhuma privação verdadeiramente grave. Inclusive, acabei por dar sempre mais destaque às ocasiões em que esta firmeza de ânimo me faltou, do que propriamente àquelas em que se fez notar. Mas existiram. Hoje, vejo-o com maior clareza. E é fascinante o quanto crescemos, ao ponto de conseguirmos interpretar determinados assuntos com outra maturidade. Aprendi que a coragem não está, somente, nas grandes ações. E que não há mal se não formos valentes o tempo todo. Há alturas em que achamos que não temos estrutura para aguentar e surpreendemo-nos pela positiva. Noutras, vivemos o inverso. Faz parte. É por essa razão que se torna prioritário analisar as circunstâncias em separado e sem estabelecer comparações. Mais tarde, vamos comprovar que a vida é feita de equilíbrios.
Tive coragem para não desistir da licenciatura, quando fiquei dois anos a fazer matemáticas, porque o sonho de ser educadora era maior que a dificuldade das unidades curriculares. Em contrapartida, faltou-me coragem para fazer valer mais a minha voz no estágio. Não tive coragem para expressar os meus sentimentos, mas fui valente o suficiente para impedir que comprometessem o meu vínculo de amizade - talvez devesse à pessoa essa honestidade, mas, pelo menos, não lhe faltei com o meu ombro amigo. Faltou-me a coragem para dizer não mais vezes, mas também a tive para virar as costas, sem ressentimentos. Nem sempre tive coragem para arriscar, mas, recentemente, enchi-me de coragem para abraçar um novo desafio. Achei que não teria coragem para superar a perda do meu avô, mas, graças à Volta, ganhei coragem para escrever sobre o assunto [aqui]. Sempre fui mais corajosa a escrever do que a falar. E, por nem sempre ter tido coragem para manter uma relação saudável com o meu corpo, maioritariamente, acabei por a adquirir ao partilhar as minhas inseguranças [aqui].
Esta alternância entre ter e não ter bravura é inesgotável. E nem sempre surgirá num estado de causa e consequência, como se, para cada ausência de perseverança, o universo nos reservasse a mesma proporção para repormos noutros momentos. Seria bom, mas isso depende - e muito - de nós. Em questões de coragem, o caminho pode ser bastante sinuoso. Todavia, é fundamental não parar. E ir. Porque a coragem também se conquista e faz-nos viver infinitas metamorfoses, reinventando-nos. E deixando-nos um passo mais perto da pessoa que queremos ser. O que nos distingue é a vontade, a sinergia que alimenta a nossa alma, de quebrar os medos - ainda que nem sempre sejamos bem sucedidos. Porque, no fundo, todos somos corajosos, cada um à sua maneira. E eu não sou exceção!
[Publicação inserida no desafio 1+3]
É aos nossos medos que vamos buscar a nossa coragem :)
ResponderEliminarBoa sexta*
Bjinhosss
https://matildeferreira.co.uk
Todos os dias acordamos e temos de nos encher de coragem, mesmo para as pequenas coisas, muitas vezes com dimensões diferentes, mas mesmo assim, é sempre precisa para enfrentar os dias!!
ResponderEliminarBeijinhos
Vou comentar o teu post porque já escrevi a minha história sobre a coragem e não queria ser influenciada por outras leituras. Eu estou nessa fase de me reinventar para ter a coragem de enfrentar os resultados dos exames que vêm por aí!
ResponderEliminarxoxo
marisasclosetblog.com
Ahahah faz super diferença :P
ResponderEliminarEu acho que, independentemente de tudo, nos falta coragem em muita coisa... não digo que no falte a coragem para enfrentar os dias, porque isso é quase que obrigatório... se não fizermos por nós, ninguém o fará... mas falta coragem para com quem nos rodeia; para abraçar; tocar; admitir; falar. Há pessoas que não o fazem por medo e, na grande maioria das vezes, e por falta dessa tal coragem, deixam muito por fazer e por dizer!!
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Que texto bom, babe! É triste que a coragem nos impossibilite, tantas vezes, de fazermos tantas coisas. Mas, realmente, tens aqui um texto super motivador, parabéns <3
ResponderEliminarBeijinhos,
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Belo texto!
ResponderEliminarEu não sei bem o que é coragem... dizem que eu sou corajosa, mas nos momentos em que as pessoas pensam que demonstrei coragem, eu estava apenas de frente para situações que não me ofereceram outras alternativas; situações que eu não gostaria de ter vivido. Mas vivi.
Ou a gente anda, ou a gente fica estagnado; ou a gente come, ou morre de fome; ou a gente ri e finge coragem, ou o mundo nos engole...
Abraços, bom fim de semana!
"Meu maior medo é o medo de ter medo!" Disse o sábio; e destemido (parece). Grande abraço. Laerte.
ResponderEliminarO pior é que muitas vezes os medos superam a coragem...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
às vezes, a coragem tem de vir aliada à pseudo-insconsciência. temos de fingir que não sabemos ou não queremos do que pode vir com o ato da nossa coragem e pronto. 5 segundos de bravura, fazemos o que temos a fazer, dizemos o que temos de dizer e já está feito e pronto! :)
ResponderEliminarNem sempre há coragem para tudo, mas com o passar do tempo chegamos lá, gostei da tua partilha
ResponderEliminarBeijinhos
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Tem post novos todos os dias
Muito bom :)
ResponderEliminar"Porque a coragem também se conquista e faz-nos viver infinitas metamorfoses, reinventando-nos." Gostei muito desta frase :).
Que belo texto!
ResponderEliminarÉ triste que, muitas vezes, a coragem não nos "chegue" quando mais precisamos dela mas, gostei imenso do teu texto motivador! :D
amarcadamarta.blogspot.pt
Tens toda a razão as tuas palavras!
ResponderEliminarBjxxx
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A minha maior falta de coragem é a dizer não a terceiros. Aos cá de casa digo para que cresçam. Mas lá fora nem sempre é fácil.
ResponderEliminarA coragem fortalece-nos. Obriga-nos a sair da nossa área de conforto e a experimentar coisas novas.
ResponderEliminarExcelente texto!
Beijinhos!
Quando dizem que sem medo não existiria coragem é bem verdade. Que continuemos a ter medos. :)
ResponderEliminarTempos que ser firmes para que tenhamos coragem:))
ResponderEliminarBjos
Votos de uma noite feliz.
Uma palavra tão pequena com um poder enorme, acho que todos nós somos uns corajosos por vezes não vemos é bem o contexto em que o fomos ou ainda podemos ser.
ResponderEliminarhttps://retromaggie.blogspot.com/
Para ter coragem, é preciso sentir um pouco de medo...
ResponderEliminarVi um filme essa semana q dizia isso.
https://juliamodelodemodelo.blogspot.com.br
Como disseste "somos todos corajosos à nossa maneira". Nem sempre a temos mas quando é preciso vamos buscá-la ao fundo do baú :')
ResponderEliminarBjinhos!
Há momentos da vida em que é preciso uma dose extra de coragem...
ResponderEliminarMeu Deus, Andreia! Adorei a tua publicação. E mais uma vez, vai tão ao encontro do que eu penso e da forma como vivo, começo a achar que, ainda que diferentes, temos formas muito parecidas de viver :)
ResponderEliminar"Aprendi que a coragem não está, somente, nas grandes ações. E que não há mal se não formos valentes o tempo todo." Claro que não tem mal, não temos de ser corajosos a toda a hora e é normal que tremamos, porque nem sempre estamos tão bem emocionalmente, porque nem sempre estamos estáveis, porque a vida nos troca algumas das nossas voltas. Mas, como referes, "é fundamental não parar. E ir." - Mesmo que demore mais tempo, mesmo que nos dê medo.
Além disso, eu acho que somos mais fortes e corajosos do que imaginamos, na maior parte das vezes. Mas é válido, que, às vezes, demoremos mais tempo a encontrar a coragem que necessitamos, cada um tem o seu ritmo.
Não tenho muito a acrescentar ao que tu disseste, tocas em muitos pontos chave e não poderia subscrever para a caixa de comentários a tua publicação toda :p
Gostei muito, como sempre.
No meu caso são os medos que me dão combustível para ter coragem. Não gosto de me deixar consumir por receios e acabo por ganhar forças nisso. Fico feliz por também enfrentares os teus medos com muita garra! És uma mulher de coragem.
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