UTC | Castro Brothers

Fotografia da minha autoria

«Qual é o bruxo que ia, mas já voltou? Draco Malfoy»

Uma das brincadeiras da minha infância foi, certamente, o jogo do sério. Passei horas com os meus amigos a ver quem aguentava mais tempo. E, modéstia à parte, até tinha um certo jeito. Dificilmente, perdia um frente-a-frente, porque tinha uma boa estratégia de auto controlo: cerrar os dentes e pensar numa parede branca - porquê branca? Não sei explicar. Sei, apenas, que me ajudava a abstrair do ruído exterior. Atualmente, já não tenho a mesma resistência. Sou de gargalhada fácil. E basta ouvir um «não podes rir» para que o meu corpo reaja no sentido oposto.

Está provado - caso não seja cientificamente, pela sabedoria popular - que rir «é o melhor remédio». E sinto que pouco mais deixa a nossa alma tão leve. Enérgica. E a transbordar de sensações positivas e relaxantes. Porque há algo de eletrizante no som do nosso riso - e no dos outros também -, que contagia e que é capaz de alterar, por completo, o nosso estado de espírito. É, igualmente, por essa razão que valorizo tanto o humor. E priorizo, por exemplo, vídeos dessa natureza. E o youtube é uma excelente plataforma para os encontrarmos, sobretudo, pela vasta oferta. Um canal que não dispenso é o dos Barbixas, com o seu espetáculo Improvável, onde tudo é improvisado no momento. Foi graças a esse trio talentoso que fiquei a conhecer os Castro Brothers e, mais concretamente, o UTC - Ultimate Trocadilho Championship.

Este campeonato de trocadilhos - e piadas - é realizado no «formato de mata-mata», ou seja, «dois jogadores enfrentam-se a cada rodada, podendo usar uma série de recursos, com o objetivo de fazer o oponente dar risada. Quem rir, perde». Marcos e Matheus Castro, Luciana D' Aulizio, Ed Gama, Fred Mascarenhas, Henrique Fedorowicz e Rafael Studart são os anfitriões deste jogo, mas contam com a colaboração de vários convidados. O que tem potenciado situações hilariantes, únicas e de conteúdo diversificado, não só pela personalidade de cada um, mas também pelas suas áreas de formação, que acabam por ser implicadas e alvo de gracejo. Numa hipótese [bastante] remota de participar nesta competição, o meu futuro não seria muito risonho. Ou, melhor, rir seria o meu único trunfo [e infortúnio]. É que não chega contar o trocadilho. É necessário ignorar o adversário - e as suas artimanhas para vencer - e o próprio ambiente [do estúdio ou do teatro]. E quando a vontade de rir é mais forte, o esforço para cumprir a única regra do jogo torna-se hercúleo - e, por vezes, inglório.

Tenho passado várias tardes na sua companhia e nem dou pelo tempo passar. Porque não há um único fragmento que não valha a pena ver. Já para não falar no quanto o grupo é incrível! Além disso, deram forma a um conceito original e cheio de qualidade. Portanto, tenho aproveitado todas as oportunidades para me maravilhar com vídeos mais antigos. No confronto de cada ronda, têm cartas com trocadilhos, mas também jogam sem rede, improvisando e fazendo imitações. Escusado será dizer que acabo a chorar de tanto rir. E, em muitos casos, nem é preciso começar o jogo propriamente dito, porque cedo logo nas frases introdutórias, que conseguem ter uma elevada dose de aleatoriedade. Uma ressalva, nem só de UTC é feito o canal dos Castro Brothers. Inscrevam-se por lá e terão horas de boa disposição garantidas.

O campeonato de trocadilhos já chegou ao Teatro [e já existe em jogo físico]. E eu não me importava que tivessem datas marcadas em Portugal!

Conseguem não rir?