«Casa não é um sítio. Casa são pessoas que nos fazem sentir
que a nossa viagem tinha um destino»
A minha definição de casa é ampla e plural, porque a posso reproduzir e compartimentar em inúmeros lugares, estados de espírito e pessoas. E sei que, independentemente disso, não perde identidade, nem intimidade, uma vez que dentro das suas portas só habita o que é de luz boa. Inspirador. E carregado de amor, para se relacionar com a minha essência. É que nesta bolha de segurança só está quem - e o que - me transmite paz.
Fotografia da minha autoria
«Não há vantagem em envelhecer»
As minhas mãos despertam-me uma enorme sensação de repulsa. E já não falo sobre a minha imagem ao espelho, que me provoca náuseas. Por isso, desisti de olhar para mim. Evito, a todo o custo, tudo o que possa refletir o meu estado deprimente. Gasto. Pouco firme. Mas os meus dedos enrugados continuam a ser um tormento, porque não tenho forma de não os observar - e eu sempre detestei usar luvas.
Fotografia da minha autoria
«Voamos, tantas vezes, em contramão»
O avesso
O meu lado certo
Incerto no tempo
Que não corre
Em contrarrelógio
«As palavras não chegam
Porque os poetas fraquejam
Só a natureza se faz ouvir
O teu sorriso incomoda
Tua beleza transborda
E eu fecho a porta
Só para te ter
Fotografia da minha autoria
... Carrosséis!
[Sem grandes rodeios, sou uma medricas, por isso, sou pouco propensa a arriscar em certos divertimentos. Durante as festas populares, observo de longe a insanidade saudável de terceiros, quase nada convencida de que poderia ser eu no lugar deles. Aventurei-me, sim, há uns anos, no Senhor de Matosinhos, a andar no Fórmula 1 - salvo erro. Reconheço que, por uma questão de adrenalina, o entusiasmo venceu o medo, tanto que repeti a experiência logo de seguida. No entanto, foi um momento isolado, que dificilmente repetiria. No meio de tantas opções, são os carrosséis que mais me fascinam, pela identificação automática com a minha infância e pela própria estrutura, que parece saída de um conto de fadas. Já não me lembro de viajar num, mas perco-me sempre a vê-los e a tentar fotografá-los. Têm uma magia muito particular. E, um dia, espero ter um de madeira a decorar a minha casa]
Fotografia da minha autoria
«Cada vez que falas sobre mim vejo um pouco mais de ti»
Os D'Alva ocupam um lugar cativo no meu coração, porque têm um talento enorme e porque, em consequência disso, têm vindo a construir um percurso musical original, consistente e assertivo. E é por casos como o deles que tenho a certeza de que sou uma privilegiada por estar tão atenta ao panorama nacional. É que canta-se muito bem em português. E em Portugal!
Fotografia da minha autoria
«Um nome, um destino»
O meu primeiro contacto com John Green aconteceu de uma forma indireta, pois, contrariamente ao que aprecio fazer, vi o filme A Culpa é das Estrelas e só depois é que me deixei encantar pelo livro [aqui]. Uma vez que tanto a narrativa, como o estilo de escrita do autor me agradaram, rapidamente, compreendi que o seu nome figuraria nas minhas escolhas, até porque fiquei com vontade de conhecer mais obras suas. Em contrapartida, David Levithan era uma figura desconhecida. Mas essa questão não foi impeditiva na hora de adquirir a história que escreveram em conjunto.
O Nosso Amor é Como o Vento chegou como um sopro, num daqueles raros momentos em que estamos de janela aberta para receber os acasos que a vida nos reserva. E eu deixei-o entrar. Sentar-se e acomodar-se em ideias desconexas, que fui polindo, revisitando e aproveitando consoante a necessidade do enredo. A narrativa teve duas fases de construção distintas, o que me proporcionou uma descoberta introspetiva, quer ao nível da minha personalidade, perceções e preferências, quer ao nível de escrita. Sem falsas modéstias, sei que maturei o meu diálogo. E isso foi fundamental neste processo criativo.
Fotografia da minha autoria
«A vida é aceitação»
A intelectualização é um caminho saudável, prazeroso e imprescindível, na medida em que nos torna mais sábios, mais predispostos para a cultura e mais hábeis no discurso, no trato e na forma de estar na vida - e de abraçar as contrariedades e as múltiplas mudanças de rota. O problema é quando se perde o foco e o norte e se entra numa espiral excessiva, que nos faz encarar as situações de uma perspetiva única, caindo no terrível erro do julgamento gratuito.
Fotografia da minha autoria
«Passar a vida sempre no avesso»
O caos mantém-nos suspensos. É o desequilíbrio emocional, de quem não quer dar o braço a torcer, que nos motiva a permanecer em movimento, no mesmo compasso de tempo e de vida. São as nossas palavras que nos desconcertam. E, por termos o coração perto da boca, há sempre uma explosão de sensações que, maioritariamente, não corresponde à nossa vontade - nem à nossa verdade. Quem não nos conhecer, julgará que estamos em extremos opostos da mesma estrada.
«Será que dei
Que dei de mais
Eu nem pensei
Será que errei
Ou não fui capaz
Já não importa mais
Quem corre atrás
Fotografia da minha autoria
... Pavões!
[Tenho pavor a certos animais, como aranhas e cobras, por exemplo. Em contrapartida, existem outros que me fascinam pela sua elegância, pelos seus comportamentos e, até, pelas cores, como é o caso dos pavões. Sempre lhes achei imensa graça e adoro fotografá-los, sobretudo, quando nos presenteiam com o maravilhoso ato de estender a sua cauda, abrindo-a como se fosse um leque. Quando vou passear para o Parque da Lavandeira, em Gaia, ou para os Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, delicio-me a observá-los. Tão livres, tão serenos, tão seguros de si. São lindíssimos]
«Perdão pelas coisas que fiz; perdão pelos erros que cometi; perdão pela ausência
que causei; perdão por tudo de mal»
Perdoa-lhes tu
Eles não entendem a poesia
Não percebem que o belo
Não está no corpo, mas na alma
Ainda que a silhueta tenha sedução
Fotografia da minha autoria
«Três gerações de mulheres marcadas pela vertigem de um amor proibido»
A literatura é uma arte tão mágica, que nos permite criar lugares seguros, onde regressamos por diversas vezes e pelos mais variados motivos. E este ponto de familiaridade pode ter a forma de um género e/ou de um autor. Serei uma eterna entusiasta no que toca a desbravar opções que me consintam sair da minha zona de conforto, mas também sei que retornarei sempre a quem me desperta a sensação de estar em casa. É este equilíbrio que me fascina, não só por uma questão de aconchego, mas igualmente por uma questão de identificação, uma vez que só estabeleço esta ponte quando sinto que faz sentido.
As gavetas da minha casa encantada adquiriu um novo compartimento, um novo ramo desta árvore que continua a crescer e a, tento eu, reinventar-se. Desde maio, uma vez por semana - excluindo um breve interregno -, partilhei as páginas de uma história antiga, que tive vontade de reescrever. No entanto, fi-lo sem aviso prévio. E, agora que chegou ao fim, gostaria de saber a vossa opinião e de conhecer as perguntas que vos surgiram sobre a mesma. Há algo que gostassem de ver respondido? Têm alguma curiosidade em particular? Podem deixar as vossas questões nos comentários ou enviá-las para o e-mail do blogue [asgavetasdaminhacasaencantada@hotmail.com] até à próxima segunda-feira [22/10]. Na quarta [24/10], desvendarei todos os mistérios que ficaram pendentes. Obrigada, desde já, por terem abraçado «O nosso amor é como o vento» com tanto entusiasmo e carinho ❤
Fotografia da minha autoria
«Mente, Corpo e Espírito»
O mundo é um lugar de partilha. Foi com este pensamento que uma das oradoras terminou a sua palestra. E, sem qualquer conhecimento prévio, foi com esta sensação que entrei no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, disposta a absorver o máximo de experiências. Porque acredito que é desta maneira que evoluímos e que traçamos o nosso caminho. Só posso garantir que aquela rota não é a minha se, primeiro, avançar nela. E isso acontece com tudo. E mesmo sem ter descoberto um destino de sentido único, consegui rever-me em cada um dos encontros realizados na Feira Alternativa.
Fotografias da minha autoria
«Mais que a experiência, é a expansão de consciência»
A Feira Alternativa «é o primeiro e maior evento nacional de Terapias Alternativas". Além disso, simboliza um «momento de encontro holístico e de união entre todos os que escolhem Viver Melhor em consciência e equilíbrio». Graças a um passatempo do blogue Ela❤Ele, tive a oportunidade de marcar presença no passado sábado, dia 13 de outubro. E foi uma experiência extremamente positiva e revigorante.
«Os horizontes e as marés
As estátuas, as pontes,
A América, a lua, os cafés
Tudo passa [x2]
Fotografia da minha autoria
... Conchas!
[É quase conhecimento geral a minha relação inconstante com a praia. No entanto, uma das brincadeiras que mais me divertia era andar a apanhar conchas. As suas cores e a forma elegante e delicada fascinavam-me - e continuam a fazê-lo. Por isso, queria sempre trazer algumas de recordação. E esta prática fez toda a travessia desde a minha infância até à idade adulta, porque, ainda hoje, perco-me de encantos com este momento, que pode ser solitário ou partilhado com a família e com os amigos. Tenho a tendência de procurar aquelas mais distintas. E acabo por reunir um conjunto mais uniforme. Há uns anos, em Baiona, devo ter andado mais de uma hora com a minha mãe a amealhar uma série delas em tons de laranja e com um toque mais outonal. E isso valeu-me uma jarra cheia para decorar o meu quarto. Mais tarde, serviram para uma das atividades mais enriquecedoras do meu estágio em creche, pois construímos um percurso sensorial que encantou o grupo. Fiquei sem a maioria, mas valeu completamente a pena, porque o retorno foi maravilhoso. A minha coleção está, agora, mais pequena, mas continuo a estimar as sobreviventes, guardando-as com carinho. E sei que é uma questão de tempo até trazer mais umas quantas para casa].
Fotografia da minha autoria
«Sou filha do mar»
Água no pé
Sabor a mar
Meu bem-quer
Meu jeito de amar
O sorriso
O riso
O peito aberto
Fotografia da minha autoria
«As aventuras de uma mulher à procura de tudo em Itália, na Índia e na Indonésia»
O mediatismo de determinadas obras, potenciado pela multiplicidade de críticas e/ou por uma produção cinematográfica, pode despoletar um de dois caminhos: uma vontade automática de as ler ou, então, um certo afastamento inconsciente e, por vezes, momentâneo. Pessoalmente, localizo-me num ponto intermédio, porque dependerá sempre do género e da[s] temática[s]. E porque acredito que devemos respeitar o nosso ritmo e a nossa predisposição. Há momentos. E nem sempre estamos em sintonia. Por essa razão, fez-me sentido esperar, deixar acalmar a atenção constante e abraçar um dos livros de Elizabeth Gilbert mais recentemente.
Apertei a tua carta contra o peito. E uma sensação de paz aconchegou-me. Com todas as emoções à flor da pele, sobretudo, nos últimos meses, esqueci-me do que era estar serena. Não que o esteja em pleno, mas sei que estou um pouco mais perto dessa conquista. Se houve algo que nunca forcei foi o meu luto. Vivi-o ao meu ritmo, abrindo e fechando feridas, até alcançar um estado próximo de catarse. Acho que, finalmente, o atingi. E, claro, só poderia tê-lo feito graças a ti, que sempre foste a minha melhor definição de harmonia. E de liberdade.
Fotografia da minha autoria
«A Sara só existe na pele da personagem e não tem vida pessoal»
A televisão, como qualquer outro meio de difusão de informação e entretenimento, sofre metamorfoses. Adapta-se - ao tempo e à necessidade. E esta postura tem que ser constante, porque há uma exigência - direta e indireta - por parte do público, que tem poder de escolha e a porta aberta para migrar a sua atenção para pontos de interesse distintos. Por isso, se a caixa mágica pretende perpetuar uma relação de fidelidade, deve apostar e produzir conteúdos diversificados, que respondam aos gostos e à procura.
Fotografia da minha autoria
«Liderar não é impor, mas despertar nos outros a vontade de fazer»
Transparência. É o que associo e o que espero de alguém que assuma um cargo de liderança - por mais minoritário que seja. A pressão é constante e a exigência manifesta-se em dois sentidos: de dentro para fora e de fora para dentro. No entanto, em momento algum, isso poderá ser justificação para uma perda de valores, que deveriam ser inatos e transversais a qualquer circunstância. Porque um líder pode cair - como humano que é -, mas nunca deverá quebrar a sua essência.
«O Corolla está a funcionar
Não anda bem, mas leva-nos lá
Juro a pés juntos
Que não vou mais voltar
Fotografia da minha autoria
... Berlindes!
[É impressionante como um objeto tão pequeno consegue despoletar tantas memórias. Talvez porque o seu lado minimal preserve a essência bonita e mágica que lhe está associado - algo em que acredito plenamente. É por esse motivo que me leva a viajar por uma das etapas mais especiais da minha vida: a infância. Adorava jogar ao berlinde e, além disso, colecioná-los. Eram momentos tão simples e descontraídos. E não me importava a quantidade que tinha, porque queria sempre mais um - ou um conjunto deles. Estimava-os. Partilhava-os. E foram impulsionadores de inúmeras brincadeiras. Mesmo já não os tendo - e não sabendo o que lhes aconteceu -, há recordações que me acompanharão para sempre. No entanto, há uns meses, não resisti a uns que estavam à venda na Tiger e, hoje, tenho-os a decorar o meu quarto, atribuindo-lhe mais um pedaço de sentido. De lar. De mim].
📌 O elogio tem uma essência bonita que não podemos descurar. E eu voltei a falar sobre ele, graças à querida Andreia Moita, que convidou a Sofia [Ainda mais feliz] e a mim para uma publicação conjunta. Para quem quiser ler, basta ir aqui.
Fotografia da minha autoria
A forma do teu sonho invade a inquietação que molda o lado esquerdo do meu peito.
«Roger Ackroyd sabia de mais (...) Mas quando pensava estar perante as primeiras pistas sobre o caso, Ackroyd ver-se-ía envolvido num homicídio brutal: o seu!»
A minha jornada enquanto leitora divide-se pelos vários [sub]géneros literários, podendo permanecer no mesmo por tempo indeterminado ou, então, ir alternando na minha escolha. Recentemente, fechei a gaveta que me transporta para o mundo infanto-juvenil, porque senti necessidade de regressar a um dos registos que mais me fascina: policial/thriller. Posso demorar um pouco mais, mas este retorno a casa é inevitável, uma vez que me perco nas camadas infinitas de expectativa. E nada melhor do que fazê-lo à boleia da Rainha do Crime.
«É incrível o quanto vivemos lado a lado. Em total sintonia. Por mais que soe a lugar comum, nunca pensei que alguém tivesse a capacidade de me complementar como tu. Completar não, porque sempre concordamos que só podemos amar alguém quando nos sentimos inteiros. No entanto, coabitávamos em perfeita simbiose, respeitando as diferenças e o espaço pessoal. Crescemos muito - dentro e fora da nossa relação. E sei que era este apreço, aliado a um amor imenso, que nos tornava tão nós.
Fotografia da minha autoria
«Às vezes, só queria desaparecer»
Segredo silêncios
Em fios de algodão
Escondidos, perdidos
Talvez insensatos
Na plenitude fugidia
Do nosso doce lar
Camuflado de sonhos
Irrisórios e irreais
Fotografia da minha autoria
«O problema é que sempre nos disseram que amo-te é uma palavra. Não é uma palavra, sabes? Não é só uma palavra. É um universo. Uma promessa silenciosa em que um toma conta do outro, e embora ninguém possa prometer o "para sempre", promete "o melhor que sabe". E quando não sabe, inventa. Não é uma palavra, sabes? É ouvir por cima do cansaço, é abraçar em cima da fúria, é perdoar apesar da ferida, é ficar apesar da dúvida. Por isso, não digas que me amas, mostra-me. O amor não é só saber como se chama, é saber-lhe a carne e os esconderijos».
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá