O perdão condescendente

Fotografia da minha autoria

«Perdão pelas coisas que fiz; perdão pelos erros que cometi; perdão pela ausência 

que causei; perdão por tudo de mal»

Perdoa-lhes tu

Eles não entendem a poesia

Não percebem que o belo

Não está no corpo, mas na alma

Ainda que a silhueta tenha sedução

É o toque

O doce toque de um abraço

E as palavras

Delgadas e ternas

Que nos sustêm

O respirar lento e fugidio

De uma canção de embalar

Perdoa-lhes tu

O ego ferido

Por voos mais altos 

Que o conhecimento

Que lhes provocam quedas

Que não sabem gerir

E é sempre mais fácil

Culpar que reagir

Recuar

Retornar à casa de partida

E reabastecer a humildade

Que não se desfez 

Em cegueira infligida

É nesta condescendência

Que a nossa vida fica sem voz

E sem armas de resposta

Só conhecendo o chão

Da derrota

Perdoa-lhes apenas

Porque um dia entenderão

Que a poesia está na rua

No olhar, no sorriso, na empatia

De quem não fecha o coração

Q&A | O Nosso Amor é Como o Vento